—– Original Message —–
From: Débora F. Gonçalves
Sent: Monday, May 10, 2004 1:10 PM
Subject: COMO É BOM SABER QUE PODEMOS RESPIRAR NA GRAÇA
Estava lendo o site e pensando em como você é especial demais! E em como ama a Deus e é amado por Ele!
Puxa, passar por tantas coisas na vida, tantas experiências, e se manter lúcido, de pé, vivo!
Alguns não suportariam passar por uma delas… que dirá de todas essas coisas…
Mas Deus está guardando você!
Pequenino nas mãos Dele, guardadinho no Seu coração!
Gostaria de ter um pai assim como você!
Até encontrar este site, eu pouco sabia sobre Caio Fábio… Agora faz parte do meu dia!
É bom saber que podemos respirar em paz em todas as fases da vida!
Obrigada por viver isso!
Um abraço forte e minhas orações!
Débora
Resposta:
Amada Débora:
A Graça é melhor que a vida!
Quando eu tinha 21 anos de idade, certo dia, pregando na casa do Dr. Acioli Brito, na Tijuca – acompanhado ao órgão pelo meu amigo de quase-infância, Paulo Brito – ao término do culto, vi um homem imenso, moreno, forte e grave, que veio em minha direção, aos prantos, e disse: “Deus me mostrou que você ainda vai sofrer muito”.
Minha reação quase foi um “vira essa boca pra outro lado, meu irmão”.
No curso dos anos eu ouvi a mesma coisa muitas vezes.
Minha alegria é que nada de “mau” acontecia; e eu seguia sem pensar nas “profecias”, ao mesmo tempo em que não as desprezava, mas apenas não me deixava neurotizar por nenhuma delas.
Em 1994 o Rev. Samuel Doctorian — a quem conheço desde 1973, quando ele ia muito a Manaus e era parceiro de meu pai no projeto de se erguer um Instituto Bíblico na região — disse a mim e a todos os que estavam num dos Congressos da Vinde, que eu haveria de passar por sete anos de grandes tribulações.
A única coisa que posso dizer é que de 97 ou 98 para a frente, tudo começou a cair sobre mim; e, de certa forma, de um modo desproporcional e com conseqüências devastadoras.
E pior: tudo parecia conspirar conjuntamente para aquele “mal”. Se eu me mexesse, algo caía na minha cabeça. Se eu não saísse do lugar, caía também.
A promessa, todavia, é que nesse caminho de dor, eu conheceria para mim mesmo o significado profundo da Graça de Deus. E mais: que Deus colocaria em minha boca a Palavra como eu jamais a havia experimentado.
Hoje olho para trás e, sinceramente, peço a Deus que tais dias tenham terminado. Todavia, digo como minha filha Juliana disse aqui no site, quando falou que se o caminho para ela crescer na Graça como minha mãe fosse o sofrimento, ela mesma estava aqui, aberta, em Deus, para o que desse e viesse.
Sei que nenhum de nós é suficiente para nenhuma dessas coisas. Portanto, o que peço a Deus é que, seja o que for que ainda me aconteça, eu caia sempre em Suas mãos, e nunca nas mãos dos homens; pois as perversidades humanas amarguram a alma; o sofrimento em Deus, entretanto, torna doce o coração.
“Assim, gloriamo-nos nas próprias tribulações…”, sabendo que a tribulação produz perseverança, experiência e esperança; e sabendo que a esperança não nos deixa, jamais, confusos, visto que ela mesma se faz acompanhar de um banho do Espírito, o qual é derramado em nossos corações.
O que desejo é viver no Esconderijo do Altíssimo, único lugar seguro nesta vida.
Ore sempre por mim e pelos meus. Nossa vida não passa de um fiapo de coisa nenhuma. Porém, no Senhor, esses fiapos podem ganhar o poder de amarrar muitos valentes, e podem ser também parte da ironia de Deus, usando as coisas que não são, a fim de envergonhar as que são.
Mas, como disse, o que quero mesmo é ver a bondade de Deus na terra dos viventes!
Quanto ao meu amor por Deus, é fraco como algo que não é. Meu ânimo vem do amor dele por mim. Eu O amo tão pouquinho… apesar de Seu imenso amor por mim.
Deus sabe que eu não tenho nenhuma confiança em mim mesmo. É por isso que ando sem medo!
Nele, que nos guarda em Seu amor,
Caio
10 de maio de 2004
Copacabana
RJ