AMIGO COMPROMETIDO COM A FALTA DE AMOR PRA CASAR!

 

—–Original Message—–

From: Amigo comprometido com a falta de amor pra casar!

To: [email protected]

Subject: Desvirginei! Caso?

 

 

 

Querido amigo Caio Fábio: a paz do Senhor Jesus!

 

Gostaria de expressar a minha admiração pelo seu trabalho e sinceridade. Acredito que esse site é uma bênção para a Igreja, pois, uma das grandes dificuldades hoje em dia é encontrar um homem de Deus, com o qual possamos abrir nossos problemas, sem o receio de “futuras conseqüências”; ou seja, alguém a mais que não queremos compartilhar, ficar a par do assunto…

 

Pastor, tenho um namoro de quase cinco anos e minha namorada tinha 17 anos quando nos conhecemos. Bem, diante de muitas insistências por parte dela, acabamos mantendo relação sexual. Acredite, durante dois anos eu resisti, mas ela realmente insistiu dizendo estar preparada para assumir tal ato, mesmo se depois não desse certo o nosso namoro. Acabamos por fazer, e hoje temos uma vida sexual mais ou menos ativa (se não fosse o sentimento de culpa).

 

Mas esse não é todo o problema, pois, o pior é que não correspondo à altura, aos sentimentos que ela espera de mim. De fato, ela se declara com muita sinceridade, mas eu não consigo chegar a esse nível de sentimento. Pastor, me esforço muito, mas não consigo me ver constituindo uma família com ela; mas esse é o maior sonho dela.

 

Não posso reclamar Reverendo, ela é bonita, educada, inteligente, tem um excelente caráter, tudo que um homem deseja; exceto o ciúme, que às vezes é exagerado.

 

Entretanto, não consigo amadurecer esse relacionamento, não consigo gostar como deveria. Ela merece tudo de bom, e tenho receio de estar acabando esse namoro e fazer a coisa errada. Mas continuar o namoro desse jeito…

 

Pastor, me oriente, preciso de uma direção… A moça era virgem, hoje mantemos relação sexual; deixá-la nessas condições… São quase cinco anos de namoro, mas não vejo futuro com ela…

 

E Deus, nessa história??? A Sua permissão… quer dizer: Sua vontade diretiva sobre as nossas vidas para o casamento?

 

O que fazer Pastor? Conto com sua orientação, me ajude por favor…

 

Obrigado, por sua atenção e carinho. Estou aberto para ouvir.

 

Em Cristo.

 

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Resposta:

 

 

 

Querido Amigo: Que a Paz seja sobre você!

 

 

 

Meu irmão, li com todo carinho sua carta e senti seu coração. Já fui jovem… ainda não sou velho… estou no meio… mais para lá que pra cá. Cá, é onde você está. Lá, é onde tudo acaba Aqui. Aqui, é a Terra. Além, é!

 

Respondendo sua carta, tenho a dizer o seguinte: se você ler meu livro “Confissões de um Pastor”, você saberá de tudo. Mas aqui faço um “resumo”.

 

Tudo começou muito cedo em minha vida. As atividades sexuais começaram na “infância”; na puberdade se tornaram intensas, e na adolescência eu já tinha mulheres, sempre adultas, sempre belas, deslumbrantes e experientes.

 

Quase fui casado com uma delas — que era sobrinha de um Ministro do País e queria me levar junto com ela pra São Paulo de qualquer maneira. Havíamos vivido uns meses numa cobertura na praia de Copacabana.

 

Aos dezoito anos eu estava cansado de tanto ter tudo o que todos lutavam pra ter; e eu tinha em abundância! Cansei!

 

De volta a Manaus, onde estava a minha família, decidi que tentaria viver uma vida “normal”. Voltei a estudar, arranjei um emprego e uma “namorada”. Ora, eu detestava namorar. Meu negócio era outro, e as “meninas” me cansavam, eram inexperientes, culpadas, preocupadas, e apaixonadas; as mulheres, todavia, pareciam sempre me entender, e “trocavam” comigo no nível em que eu gostava; ou seja: com o máximo do que eu gostava, e um mínimo do que eu não gostava.

 

Comecei a namorar. A moça era boa. Tirei a virgindade dela… Duas semanas depois eu já estava mais que arrependido. Queria pular fora, mas não sabia como. Ela era gente boa. Eu tinha pena. Então, informei a ela que estava acabado, e saí pra acabar comigo.

 

Na mesma noite encontrei Quem eu sempre Conheci: Jesus! Mudou tudo. Pensei na moça, na sede espiritual que ela tinha… Voltei lá e convidei-a pra ouvir a Palavra. Ela foi, creu, e voltou crente. Então começaram as minhas angústias. Ela era boa, parecia me amar; era também muito infantil, mas era crente e tinha uma família que odiava crentes.

 

Meu senso de responsabilidade aumentou muito com a conversão. Sem a conversão eu a teria despachado em dois tempos. Agora, não. Eu estava em Cristo. Meu coração ardia de amor por Deus e o próximo. Ela havia sido minha última vítima. Parecia-me natural levá-la comigo. Afinal, mesmo sem amá-la como “mulher”— e eu tinha centenas de referências acerca das outras emoções e sentimentos — eu cria que a fé me ajudaria a bancar tudo o mais.

 

Casei-me com a amizade, a bondade e a responsabilidade. O casamento era parte da missão. Alguma coisa errada com ela? Não! O problema era meu apenas porque eu quis violar uma lei interior: a gente pode amar até o inimigo, mas uma mulher, a gente só ama com amor que carrega ternura, desejo, alegria, amizade, sublimidade e, também, um “bicho”.

 

E isso, meu amigo querido, nenhuma oração faz nascer, se não nascer por si mesmo. Vejo a fé reacender o amor adoecido e machucado, no peito de quem um dia amou assim. Mas nunca vi esse tipo de amor re-surgir onde ele nunca existiu.

 

Casei, e vivi como amigo e companheiro por vinte e cinco anos — ao todo. O resto da história todo mundo já ouviu os “boatos” e as muitas “fofocas”. A verdade, Deus sabe, e uns poucos amigos conhecem.

 

Mas não é disto que estamos falando aqui. Contei-lhe a minha história apenas para dizer o seguinte: Se você não quiser ser muito infeliz, e fazer uma bela, doce, meiga e inteligente jovem se sentir muito mal em pouco tempo, termine esse namoro o quanto antes. Não se conserta um erro, com outro.

 

Além disso, vocês foram para a cama juntos. Deus não quer que ninguém se case por honra. Ele quer que a gente case por amor, e honre o amor.

 

Quanto a ter medo de se arrepender no futuro, caso não fique com ela; garanto: ninguém que se arrependa no futuro por não ter ficado com quem não amava, estará se arrependendo a menos que tenha feito besteira duas vezes maior; ou seja: tenha se casado com alguém de quem gostava ainda menos!

 

Não tenha esses temores. Sua escolha não tem que ser entre um bonzinho e o mais ou menos. A gente escolhe um “bico” assim, não o trabalho do qual se vai viver. Quando se trata de escolher o definitivo, busque escolher entre o bom e excelente.

 

O casamento nunca pode ser dos males o menor; sempre tem que ser das coisas boas, a melhor.

 

Não case com a “bondade” e nem por “bondade”. Não case pela culpa, case por amor. E viva com fé. Espero ter sido útil.

 

 

 

Nele,

 

Caio