ANDO SENDO CALUNIADO
—–Original Message—–
From: ANDO SENDO CALUNIADO
Sent: quarta-feira, 5 de novembro de 2003 16:26
To: [email protected]
Subject: CALÚNIA
Mensagem:
Rev. Caio Fábio:
Quero louvar a Deus pela tua vida. Afinal de contas a Palavra diz que quando pensamos que estamos fracos e aí é que nos encontramos fortes.
Dei uma lida naquele depoimento do pastor da IURD e que está no seu Site. Ora, eu trabalho numa organização evangélica importante, e que o senhor conhece muito bem, e por aqui acontece a mesma coisa. Não só aqui e na IURD, mais em outras igrejas, no Brasil e em outras partes do mundo também.
Eu louvo a Deus pela tua vida. O Brasil ainda vai ter que ver a tua exaltação em Cristo, porque a Bíblia diz que Deus pega as coisas loucas para confundir as sábias.
Creio e oro para que Deus realmente venha envergonhar todos aqueles que um dia se levantaram contra a tua vida sem misericórdia.
Sou um jovem obreiro numa igreja pentecostal. Fiz dois anos de um Instituto Bíblico e agora estou no primeiro ano de um curso em Teologia.
Mas por graça e misericórdia ministro por aí.
Às vezes digo que você é como omelete: quanto mais se bate, mais ele cresce.
Eu, há dois anos, fui caluniado por uma coisa que não fiz, e isso ainda assim me incomoda muito; pois ainda não consegui provar a verdade.
Às vezes penso em parar de pregar e largar tudo.
E o cara que me acusou está muito bem agora. O que faço?
Te admiro muito.
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Resposta:
Meu amado irmão: Paz e Proteção para a sua mente!
Calúnias têm um terrível poder até que a gente desiste delas, e as despreza.
Houve um tempo na minha vida em que a menor possibilidade de eu estar sendo mal compreendido me deixava sem dormir.
Se alguém me disse que havia interpretações equivocadas a respeito de minhas palavras ou conduta—por mais leve que fosse o comentário—, minha paz desaparecia.
Eu lia nos evangelhos o modo como Jesus lidava com o contraditório e dizia para mim mesmo: Que Deus me livre de ser objeto de contradição.
As cartas de Paulo também me abalavam quando revelavam um apóstolo que era freqüentemente relativizado.
A leitura de I e II Córíntios, por exemplo, nos mostra um apóstolo que era objeto de toda sorte de interpretações, que iam de sua aparência física e modo de falar, ao seu comportamento e ensino. E Paulo esperneia quanto a tais interpretações.
O interessante é ver que à medida que o próprio Paulo vai envelhecendo sua pulsão defensiva vai se esvaindo.
O Paulo que escreve II Timóteo já não se aflige com interpretações. Ele se concentra naquilo que tem valor. A natureza humana já estava mais que explicitada diante dele. Não havia mais razões para estranhar os homens e nem sua maneira de tratar aos seres livres em Cristo.
Jesus disse que a calúnia deve ser enfrentada com “regozijo”.
Exultação no espírito é a melhor resposta à calúnia.
A calúnia só é calúnia porque não é verdade. Do contrário, seria uma narrativa factual.
E não sendo verdade já nasce como algo morto no mundo espiritual.
Fica então a decisão: diante dessa calunia que me fizeram, o que farei?
Celebrarei o benefício espiritual que me está prometido como decorrência da calúnia? ou me entregarei aos juízos dos homens e morrerei de tristeza e depressão?
A pior calúnia nunca é aquela que se detém nas obras de alguém—se o que fez é certo ou errado. Tal calúnia ainda é boa e leve.
A calúnia difícil de suportar é aquela que se volta para o ser, para o caráter.
Para mim, por exemplo, lidar com “eis um glutão, bebedor de vinho e amigo de publicanos e pecadores”, é muito mais fácil do que com “eis que aquele embusteiro disse que…”
A primeira calunia tem a ver com a conduta no dia a dia—e era mentira como calúnia, mas era verdade como fato.
Já a segunda calúnia mexe com as intenções do ser: “aquele embusteiro”. Essa segunda me machuca muito mais, pois pretende fazer de você um ser mal intencionado com a vida e o próximo.
Pedro disse que quando eu aprendo a lidar com a calúnia, olhando sempre para Jesus, o único que foi injustamente caluniado de modo absoluto, então, sobre mim repousa o Espírito da Glória de Deus—e, assim, eu me torno um bem-aventurado.
Por isso, meu amado irmão, deixe a calúnia nas mãos de Deus.
Enquanto isto vá em frente na sua simplicidade. Pregue a Palavra com alegria e sem justiça própria.
As calúnias têm um papel bom pra alma do caluniado que aprendeu a lidar com a calúnia.
As calúnias tiram toda arrogância e justiça própria. Elas deixam você tendo que caminhar contra todas as opiniões. E, assim, fortalecem o caráter e dão resistência ao interior.
Agradeço a Deus por todo o caminho que Ele me permitiu percorrer até aqui.
Agradeço pelas notícias verdadeiras e pelas falsas.
Pelos fatos exagerados e pelos inventados.
Agradeço a Deus pelas criações que fizeram e fazem a meu respeito.
Todas elas me ajudam a caminhar em dependência de Deus.
A melhor resposta à calúnia é a consistência da manifestação da Graça e da Bondade como forma de viver do caluniado.
Quanto mais se vive assim, pior fica a calunia para o caluniador.
Fique na paz e faça seu trabalho de evangelista.
Um beijão,
Caio