CAIO, ME EXPLIQUE UMAS COISAS…
Meu amado Robson: Graça e Paz!
Responderei suas questões dentro de sua carta.
Voltarei a dizer algumas outras coisas ao final.
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—–Original Message—–
From: Robson
Sent: segunda-feira, 10 de novembro de 2003 10:39
To: [email protected]
Subject: QUERO SABER O QUE VOCÊ PENSA
Mensagem:
Graça e Paz!
Nos últimos anos tenho lido de tudo um pouco, já tive meus momentos de lucidez e de total utopia, desde 2000 eu rompi com minhas convicções pessoais e me abri para compreender melhor a graça de Deus, e desvencilhar-me da pegajosa religiosidade que nos cerca.
Tenho experimentado a liberdade, tenho exercido meu ministério procurando ser responsável com o rebanho sem ferir minha consciência,sobretudo é claro a Palavra de Deus.
Fui influenciado na infância por valores diferentes daqueles que são propagados nas redomas “evangélicas modernas”.
Minha formação é insignificante, e minha relação network é restrita; tenho desejado preservar valores, manter-me no contexto, ser pai e esposo; e a Graça de Deus não tem me faltado para tudo isso.
Reconhecendo que Deus tem dado ao irmão uma experiência singular, gostaria de coração que o irmão me sugerisse algumas leituras e se possível dicas, sobre algumas dúvidas que tenho.
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1- Qual foi o período mais frutífero do Evangelho no Brasil, e por que?
Resposta: De fato, não sei. Nunca me impressionei com o inchaço evangélico. Mesmo tendo começado meu ministério com uma forte ênfase evangelística, jamais cri que a “mera adesão” tivesse muito significado sem que se fizesse acompanhar por crescimento na Palavra. O livro de Atos diz “e a igreja crescia em número”, ao mesmo tempo em que diz “e crescia a Palavra de Deus…e muitos obedeciam a fé”. Para mim, crescimento em número que não remete para crescimento na Palavra—e, sobretudo, para que a Palavra cresça em nós—, nada significa. Desde que acompanho a “igreja” no Brasil, eu diria que a década de 70 foi a mais bela e inspiradora que já presenciei. Havia muito mais essa combinação de Atos.
2- Qual o período menos frutífero e por que?
Resposta: Também não sei. Só Deus sabe. Mas se o que meus sentidos dizem é verdade, o Brasil vive hoje uma Idade das Trevas no meio Evangélico. Muita adesão, mas a coisa toda é uma mistura de Circo, Hospício e Mercado. Por que? Ora, porque o Evangelho não é pregado faz tempo. O que se diz em nome de Jesus é aquilo que Paulo chamava de “outro evangelho”, e que pode ser até pregado “por um anjo de luz”, porém, é anátema!
3- Como ser relevante não apenas no Brasil, mas na perspectiva local, no sentido pessoal (como pastor) e na Igreja (comunhão e evangelização )?
Resposta: Há inúmeros livros meus que falam do assunto. Continuo a crer do mesmo modo. Escreva para o Café com Graça e peça a lista de livros, ou os adquira aqui na Loja do Site. Além disso, aqui mesmo no site há inúmeras respostas minhas—especialmente em Cartas—, onde você encontrará minhas convicções sobre o significado de ser um pastor. Leia e navegue. Há material de sobra.
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Desejo externar minha alegria pessoal ao ver a graça de Deus que nos assiste, atuando de forma generosa na vida do amado irmão.
É fabuloso ver quão grande é a responsabilidade que ela concede a cada um de nós.
Que o Senhor o ilumine, sobre tudo que lhe dê o discernimento amado irmão, que há muitos como eu, como o irmão, que o Espírito Santo nos aproxime, nos una cada vez mais e nos fortaleça a cada dia…
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Resposta: Gostaria de ver você no Encontro da Irmandade Virtual que teremos em Sampa no mês de dezembro.
Se você puder vir e trazer outros com você, para mim será uma grande alegria.
Quanto às leituras recomendadas, sugiro mais o meterial técnico: Bons Comentários, livros sobre contextos históricos da Bíblia, etc…
Faz tempo que não leio “teologia evangélica”. É tudo igual. Me cansa. Falta criatividade.
Leio muita coisa de outras disciplinas, e como a Bíblia é o meu livro, interajo com o que aprendo “fora”, e julgo se faz sentido com a Palavra. Se fizer, é útil. Se não fizer, vai para o “lixo”.
Nele, que nos guarda,
Caio