Coisas do Vinho!
—–Original Message—–
From: E a bebida, como fica?
Sent: sábado, 30 de agosto de 2003
To: [email protected]
Subject: Coisas do Vinho!
Mensagem:
Caio, primeiramente gostaria de saber se minha identidade poderia ser mantida entre nós.
Não tenho objeção quanto à carta estar exposta, mas somente quanto à minha identidade.
Bem espero muito que você me responda, pois, isto é muito importante para mim!
Eu gostaria de saber, qual sua opinião a respeito do crente beber bebidas alcoólicas?
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Resposta:
Meu querido amigo: Paz!
Tudo o que acontece aqui fica apenas “entre nós”.
Nomes são divulgados somente se as pessoas autorizam; ou se as perguntas são “teológicas”, e os que as enviem subentendem que não se importam que seus nomes apareçam.
Mesmo assim, na maioria das vezes, eu encubro as identidades.
Se há algo mais “intimo”, nem de longe eu deixo os elementos de qualquer possível identificação.
Quem já viu sua própria carta publicada, já tem essa certeza.
Faço todas as alterações necessárias para que a pessoa jamais seja identificada.
Somente eu sei quem ela é.
E mais: os casos mais sérios eu não publico.
Respondo apenas “no particular”.
E há coisas mais sérias que dá para publicar.
Sobre sua questão, vamos lá.
Meu irmão, água demais faz mal.
Comida demais faz mal.
Fazer amor de mais faz mal.
De menos, também: sem água, sem comida e sem amor, a gente definha.
Igreja demais, faz mal.
Religião demais, faz mal.
Dar “amor e carinho” demais aos filhos, também faz mal.
De menos, tudo também faz mal.
Bebida alcoólica de menos, não faz mal.
Você pode passar a vida sem ela.
O Salmo 104 diz que o vinho—juntamente com tudo o mais na criação—é uma dádiva de Deus para alegrar o coração dos homens.
O livro de Eclesiastes diz a mesma coisa.
O primeiro milagre de Jesus foi transformar água no “melhor vinho”.
Em Caná da Galiéia não temos água virando suco de uva; ou seja: não era Sukita.
Entretanto, o livro de Provérbios nos diz o que o vinho em excesso pode fazer de mal a um ser humano.
Os profetas associaram o estado de entorpecimento espiritual de Israel ao um “porre”.
Paulo falou dos estados de embriagues como sendo danosos também para a alma.
E ele não se referia a um “pileque”, mas a “estados” de embriagues que se tornem crônicos.
Ele, Paulo, mandou que bebedices e dissoluções nem sequer se nomeassem entre os cristãos!
Somos chamados para a sobriedade e para a lucidez.
Bem, agora é só somar.
Qual a síntese?
Cristãos podem beber sem problema se beber não for um problema para a pessoa.
Há pessoas que não podem beber nada, mesmo. Têm propensão para a “dependência”.
Esses, que nem cheguem perto de bebida!
Todavia, a minha consciência não deve ser julgada em razão da fragilidade de quem quer que seja.
Nesse caso, eu jamais provocaria esse “irmão” com tendências a dependência alcoólica, uma situação que para ele fosse uma “tentação”.
Não faria na frente dele, mas não deixaria a minha consciência ficar seqüestrada em razão da doença dos outros.
Quem pode beber com sobriedade e bom senso, e gosta; que o faça sem escândalo e sem exagero!
Quem gosta, mas não pode; que não faça sob hipótese alguma; mas também não julgue a quem podendo, não se faz mal, e gosta.
Todas as coisas são puras para os puros.
Mas há pessoas que precisam reconhecer que elas mesmas não podem beber—ou por um histórico complicado com a bebida; ou por terem tido parentes que se complicaram, e podem ter apenas manifestado uma certa predisposição genética, familiar; e que nesse caso, pode ter implicações de tendência em outros membros da família.
O chamado cristão é para o que edifica e convém!
Se alguém bebe, e corre o risco de se tornar dependente; isso tanto não edifica quanto não convém.
Se alguém bebe com sobriedade e prazer maduro; isso lhe é lícito.
Cada um tem que ter consciência.
A fé que tu tens; tem-na para ti mesmo!—significa, entre outras coisas, também isso.
Bem-aventurado o homem que não se condena naquilo que aprova—significa a mesma coisa.
Eu gosto muito de vinho e de outras bebidas. Infelizmente não posso mais beber quase nada.
Por que?
Ora, tive duas hepatites muito fortes, e meu fígado não é lá essas coisas!
Portanto, não beber, para mim, hoje em dia, nada tem a ver com minha consciência, mas com meu fígado.
Todos os alimentos—o vinho incluído—quando são recebidos com ações de graça, são santificados.
O resto tem a ver com bom senso e moderação.
Jesus não só transformou água em vinho, como também Ele mesmo bebia.
Os inimigos Dele diziam que Ele era “um glutão, bebedor de vinho e amigo de publicanos e pecadores”.
Mentiam no exagero e na tentativa de terem “uma alça pra pegar” a fim de terem de que o acusar.
Jesus não se preocupou com as acusações.
Afinal, elas vinham dos “casca grossa”, os fariseus.
Enquanto isto Ele freqüentava a casa dos “pecadores”, comia e bebia com eles, e os levava ao Reino.
Quem aprende com Jesus não tem que ter conflitos com essas coisas.
Nele está o perfeito equilíbrio de tudo.
Mas Jesus foi o homem mais controlado e consciente que já pisou a terra.
Na humanidade Dele eu tenho a referencia para a minha. Mas também devo saber que eu mesmo tenho minhas áreas de fragilidade.
Portanto, examine-se o homem a si mesmo; e, assim, beba do vinho—se vinho não lhe fizer mal.
Sei que cada coisa que disse aqui é verdade.
Vem da Palavra.
É puro equilíbrio e bom senso.
Bem-aventurado aquele que entende e não falsifica.
Que Deus o abençoe!
Nele,
Caio