ENTENDI QUE ERA PRA DEIXAR O MUNDO
—–Original Message—–
From: ENTDENDI QUE ERA PRA DEIXAR O MUNDO
Sent: quarta-feira, 29 de outubro de 2003 21:22
To: [email protected]
Subject: EVANGÉLICOS E ARTES
Querido Caio Fábio:
tenho 22 anos, sou casada há um
ano e meio com um homem de Deus. Conheci Jesus aos 19 anos.
Lendo uma resposta sua a respeito de cultura e gosto musical, confesso que algo mexeu comigo. Uma pessoa perguntou por que os evangélicos não têm tamanho gosto pela arte em geral.
Sua reposta não ficou clara pra mim; portanto, gostaria de saber se eu sendo cristã,vivendo uma vida “santa”, separada para Deus, posso vir a freqüentar lugares, relacionar-me com pessoas que não têm temor a Deus? e dentre outras coisas que você próprio com certeza sabe, relacionar e fazer parte deste mundo não é tarefa pra gente mole.
Quando eu comecei a conhecer os propósitos e ensinamentos
de Deus, paulatinamente fui me afastando das coisas e
pessoas que o próprio Espírito Santo me falava pra afastar.
Então, com isso muitas vezes não sei discernir bem o que é agradável e conveniente fazer.
Ouvir músicas que não sejam espirituais, freqüentar lugares e me relacionar com pessoas pode afetar a minha vida com Deus? é possível agradar a Deus e viver desta forma?
Nunca tive medo ou vergonha de ser de Jesus, mas tenho dúvidas acerca de como viver bem a vida, e com Deus na
direção.
Muito obrigada e um grande abraço.
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Querida amiga: Que o Senhor a livre do mal!
Jesus disse que não pedia ao Pai que nos tirasse do mundo, mas que nos livrasse do mal.
Onde você acha que Jesus passou a maior parte de Seu tempo entre os homens, enquanto anunciava o Reino de Deus?
Banquetes, casas de amigos, de publicanos, de pescadores rudes, cercado de todo tipo de gente, e transitava do Cemitério de Gadara—onde esteve também com porqueiros—à casa do chefe da Sinagoga, Jairo, sem nenhum “banho cerimonial”.
A acusação que pairou sobre Ele a maior parte do tempo—além de tem demônios! é um Samaritano louco! Blasfema! perdeu o juízo!—foi “é amigo de pecadores”. Acusação essa que Ele fez questão de deixar claro ser verdadeira em seu conteúdo.
O mundo que eu devo odiar não é feito de gente, é um sistema. Ora, esse sistema é inevitável—a gente vive nele—pois ele invade tudo e todos os lugares, inclusive a “igreja”. Ora, quem ama esse “sistema operacional”, o amor do Pai não está nele. Esse “sistema” se baseia em ódio, cobiça, arrogância e juízo sem misericórdia.
É aí que está o maligno, pois “esse” mundo jaz nele.
O mundo como lugar fisco, como cosmos, é outra coisa. E eu devo amá-lo. Afinal, “o mundo é vosso”—disse Paulo. E ainda: o mundo não pode separar vocês do amor de Deus.
O mundo também se expressa como encontro de humanos. E nesse sentido, também não devemos fugir do encontro, antes apreciá-lo, com sensatez, “temperando tudo com sal”.
O que me assustou na sua questão foi sentir como essa percepção evasiva em relação ao mundo gera fragilidade!
Parece coisa de criança criada de sapatinho, e que nunca teve a chance de comer terra, lamber o chão, e andar livre. Criança protegida demais não aprende a viver de modo mais fortalecido contra as doenças da terra, pois, não desenvolve anti-corpos; adoece com mais facilidade e se torna débil.
Pense agora o oposto: se Jesus estivesse andando na Terra hoje, onde você acha que seria a sua maior chance de encontrá-Lo: na rua, ao ar livre, nas beirada do mar? ou no culto de sua igreja? Sim! levando em consideração a vida terrena Dele—conforme o Evangelho—onde seria mais natural encontrá-Lo?
Ora, você não sofre solitariamente dessa Cosmofobia. Milhares de cristãos sofrem do mesmo mal. Aliás, esse é o mal.
Deixar-nos expostos ao mundo, porém livres do mal, era a receita de Jesus para a gente também ser livre do mal!
Não fugir do mundo, das pessoas e da vida faz bem à nossa saúde e equilíbrio. Ajuda-nos a fugir das presunções de superioridade, ou das forças da frieza no coração—esse sim, o verdadeiro mal.
Paulo disse em Romanos 14 que uma consciência que se “enfraquece” com tudo, é frágil. O interessante é que ali ele falava dos neófitos, dos novinhos na fé.
Agora veja: você não chegou assim. Você é que foi largando as amizades, gostos, e outros sabores, lentamente…
Você estava, inconscientemente, apenas admitindo como você gostava tanto de certas coisas e pessoas, a ponto de ver nelas uma ameaça à sua fé.
E por que?
Porque você está sendo “criada” para ficar imatura na fé, não madura na fé.
O alvo do Evangelho é tornar a pessoa não-escandalizável por coisa alguma. O que significa ser firme na fé.
Já o alvo da religião é fazer do cara um beato: um ser afastado do mundo.
Isso acontece assim: oferece-se à pessoa um projeto de vida tão feio, que ela só fica nele se não olhar mais “pra fora”, pro mundo; do contrário, corre e vai…
Ou então, apresenta-se ao indivíduo um desafio: para crescer em santificação você tem que lagar todos os vínculos anteriores—seja com pessoas ou com gostos—,pois eles fazem mal à fé.
Assim, ao invés de ensinarem as pessoas a viver no mundo, porém livres do mal; eles ensinam as pessoas a evadirem-se do mundo tentando se esconder de um mal, que as acompanhará “anyway” como medo e sedução—e que, com o tempo, só tende a piorar.
Equilíbrio é a palavra!
Sem bom senso e equilíbrio fica-se doente na “igreja”.
Um dia a bomba explode!
Então, os demais membros do “mosteiro” dizem: Ele não! Como é que pode? Nem parecia!
E aí, essa pessoa, vai “pro mundo”, na concepção dos que “ficam” fora do mundo.
O alvo de Deus pra todos nós é que nós sejamos livres e seguros na vida—em qualquer lugar do mundo—, como Jesus se manifestou seguro e livre!
Viaje neste site que você vai entender!
Um beijão pra você e pro seu marido.
Nele,
Caio