A paz do Senhor, reverendo!
Tenho 21 anos. Li praticamente todos os seus livros, e desde que comecei a acompanhar o seu ministério, intercedo a Deus pelo senhor, tive a grata satisfação de vê-lo pregar pessoalmente, há mais ou menos 6 anos…espero ainda ter a mesma alegria.
Reverendo, gostaria de compartilhar um pouco da minha história. Eu era ministra de louvor em minha igreja, mas infelizmente “caí”. E a questão foi tão séria que até o pastor foi mandado embora da igreja: ele fez parte do problema!
Hoje continuo no banco…sentada. As pessoas me olham com indiferença. Perdi todos os meus amigos, inclusive os mais chegados.
Estou tentando me levantar, mas encontro grande resistência em relação à Igreja.
Sei que Deus me perdoou, e Glórias a Ele pelo dom da reconciliação em Cristo! Só que eu gostaria muito de saber como o Senhor conseguiu vencer a desconfiança das pessoas.
Caso responda esse e-mail ficarei muito feliz. Será de grande ajuda!
Que o Pai, o Filho e o Espírito Santo continuem a prosperá-lo em toda boa obra.
Um forte abraço…
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Resposta:
Minha querida irmã:
Se entendi direito você teve um relacionamento sexual com o pastor da igreja.
Ele saiu…expulso. Você ficou…discriminada. Você se sabe perdoada por Deus, mas não é aceita pela igreja. Certo?
Bem, se é assim…devo dizer que infelizmente é assim….
Tratar o diferente ou mesmo aquele que pecou como o faz o nosso Pai celeste, que faz vir a graça da chuva sobre maus e bons… Bem, a igreja não sente que esse mandamento seja para ela. O Pai pode ser bom assim, mas ela é melhor que o Pai: então, para honrar o Pai, faz diferente: apresenta-se para com aqueles aos quais Ele perdoa, como sendo indignos do perdão dos demais “filhos do Pai”.
Lembra do “irmão mais velho” da história do “filho pródigo”? Pois, é! Trata-se da mesma atitude e da mesma amargura e inveja ressentida.
Tem gente que fica com raiva até por inveja do pecado… Com isto, confessam que Deus perdoa, mas que esse perdão é uma coisa sua e Dele. No “nosso” mundo, o que vale é que nós decidimos…nós somos os filhos que nunca deram “problema”—pensam eles!
Assim, muitos seres vão ficando hipócritas…descobrem que encobrir dói menos e não implica em nada se se tem a arte de esconder. Afinal, o exemplo é esse: “aquilo que ‘aparece’ é punido, logo, para não ser punido, farei escondido…já que já fiz ou vou fazer…”
E quem ganha com isso? Que eu saiba, só o diabo!
Não creio que você vá se sentir bem nessa igreja, a menos que todos se convertam à graça de Deus, ou que você espere com paciência os anos passarem. Mesmo assim, você sempre será a “irmã que derrubou o pastor…”
Minha sugestão é que você procure outro lugar…há muitos…e recomece sua vida sem esse “carma cristão” tão hindu em sua conceitualização…e tão farisaico em sua aplicação.
Quanto a mim, bem…vivi de tudo…mas conheço os intestinos de como isso tudo é e funciona…não fiquei para ouvir nenhum debate…e, quando voltei, nunca tratei o assunto com quem não tinha de tratar.
Depois de um tempo as pessoas cansam…e outras começam a se revoltar com a insistente hipocrisia dos juízes de vento.
Olhe para Quem perdoou você! Ande com Ele. Seja misericordiosa com quem não teve misericórdia de você. Você deve amar o inimigo e também aquele que o vê desse modo… “indigno”.
Mas não precisa dormir com quem não gosta de você…o mandamento não nos manda para tal lugar…daí eu ter dito que você poderia procurar outra igreja.
Saiba que o que aconteceu foi sério…pastor e ovelha não podem brincar de “ficar” e nem de ter um caso… Você tem sua responsabilidade…ele tem a dele. A dele é maior…afinal, ele é o pastor…tem uma relação de ascendência para com as ovelhas.
Não se abata. Bom ânimo. Jesus venceu o mundo por nós!
Agora, vá…aprenda e busque uma boa vida para você. Você ainda é muito jovem…tudo ainda está por começar!
Com todo carinho,
Caio