Igreja e Juventude: uma entrevista!

Tema: Juventude Estou apurando uma matéria. O tema aborda o crescimento do número de jovens que se convertem ao Evangelho no Brasil. Por favor, responda-me urgente as perguntas abaixo. As perguntas são as seguintes: 1) No censo de 1991, promovido pelo Instituto Superior da Religião, os jovens não eram mais do que 9% da população brasileira. Mas uma nova pesquisa mostra que este número cresceu para quase 20%. O senhor como pastor pode nos explicar o por que deste crescimento? Resposta: Provavelmente também pela alternativa de convivência que a igreja oferece num país tão fragmentado em seus vínculos sociais. 2) Será que as igrejas estão se importando mais com esta faixa etária? Resposta: Francamente, não creio. Acho que os jovens é que procuram a igreja. O problema é que quando a “juventude explode”–sexualidade e outras pulsões e conflitos naturais da idade–,na maior das vezes, a igreja não tem mais o que dizer a eles. Assim, muitos ficam na igreja, mas completamente sós e perdidos. 3) Como o senhor verifica os trabalhos com jovens entre as igrejas atuais e as de uma década atrás? Há mais incentivo? Resposta: Não creio. A prova disso é simples: a ABU, a MPC, Palavra da Vida, Jovens da Verdade, e Cruzada Estudantil e outros ministérios para jovens tiveram seus dias áureos no passado, e não hoje. Esse crescimento atual é espontâneo, não o resultado consciente de um trabalho para alcançar os jovens. 4) Será que o chamado usos e costumes de certas denominações mais tradicionais inibe a decisão do jovem de se tornar evangélico? Resposta: É claro que sim! Os jovens que estão na igreja, quase sempre, não são aquele tipo de jovem–digo: na cabeça e nas visões da vida–que caracterizam a juventude em sua forma mais ousada. A igreja não sabe ter jovens. Na minha opinião os jovens que estão na igreja estão muito mais adiantados nas questões da vida que seus pastores. De fato, o que vejo toda hora são jovens suportando a “fragilidade da consciência” da igreja, não o contrário. 5) Em entrevista ao Jornal do Brasil, a antropóloga social Regina Novaes disse acreditar que a juventude está mais interessada pela religião evangélica porque gostam de viver o presente. O senhor acredita que os líderes evangélicos pregam o presente? Resposta: A igreja evangélica não prega o Dia Chamado Hoje, mas prega que Hoje é Dia de Prosperidade. Não se prega a realidade, apenas oferece-se a chance de que alguns passes de mágica resolvam todos os problemas imediatos. A igreja é hoje a comunidade não do presente, mas do imediato. Se nossos pés repousassem no presente estaríamos tratando da alma das pessoas, e não apenas prometendo casas e carros novos. O nosso atual presente não é diferente do Baú da Felicidade. 6) A situação difícil no qual vive o nosso país tem contribuído para com este crescimento? Resposta: Claro. Há muito crescimento promovido pela Palavra e há muito crescimento promovido pela carência. Há pessoas que chegam pela via da carência e acabam crendo na Palavra. Mas há muitos que estão na igreja de modo não muito diferente daquele que antes os motivava a freqüentar seus cultos religiões de origem. Apenas acham que encontraram uma divindade mais poderosa: Jesus.