INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL: PRECISO DE SUA OPINIÃO
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From: INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL: PRECISO DE SUA OPINIÃO
Sent: terça-feira, 4 de maio de 2004 16:34
To: [email protected]
Subject: pastor J. G.
Rev. Caio Fábio,
Graça e paz em Cristo!
Recebi um e-mail de uma irmã me pedindo um
conselho sobre uma questão bastante complicada.
Gostaria de saber qual sua posição em relação a isso:
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INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL
Esse e-mail é para tirar uma dúvida, pois não sei como proceder.
Sou evangélica, e recebi um pedido da minha mãe (também é evangélica) que não sabemos se é uma atitude correta aos olhos de Deus e gostaríamos muito da sua ajuda.
Eu sou filha do primeiro casamento da minha mãe, ela se separou do meu pai, depois se casou com outro homem. Depois desses acontecimentos é que nos convertemos.
Quando ela se casou com este homem ela havia feito operação de trompas e não poderia engravidar. Eles sempre quiseram ter um filho mas não tinham como usar outro recurso pois éramos muito, muito pobres. Hoje eles tem uma situação financeira boa e seu marido, continua com o desejo forte de terem um filho. Eles fizeram os exames para saber se dava para fazer uma inseminação artificial, mas ela já tem uma certa idade e seu óvulos já estão velhos, não tem mais condição de fecundação.
O médico sugeriu que recorressem a um banco de óvulos, e fosse feita a inseminação nela e ela gerasse esse filho. Mas ele achou que seria muito egoísmo; afinal seria um filho só dele, com alguém desconhecido, sem nenhuma herança genética dela.
Foi quando eles me fizeram o pedido de doar esse óvulo para que fosse inseminado na minha mãe. Essa criança seria criada como filha da minha mãe e de se marido, porém com o meu DNA, mas gerada pela minha mãe, com a herança genética da minha mãe pelo fato de eu ser filha dela.
É uma situação que para a ciência é normal, mas nós não sabemos se aos olhos de Deus e da igreja é aceitável. Por isso entrei em contato com o senhor para aconselhamento. Não quero pecar contra Deus fazendo algo que Ele não aprova, mas não sei se é ou não reprovável essa situação.
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Resposta:
Querido amigo em Cristo: “Eu serei o seu Deus e o Deus de seus filhos, diz o Senhor!”
Eu não sou a pessoa indicada para dar esse conselho porque não consigo ver problema na “coisa-em-si”. Portanto, se a questão for de DNA e apenas genética, no que me diz a consciência, não vejo nenhum problema.
De fato, se a moça em questão—a filha, potencial doadora do óvulo—tivesse um filho e em seguida morresse, a vó criaria a criança como filha, e ninguém acharia isto ruim. Acontece todos os dias. A inversão da ação—indo da filha para a mãe—, não me parece, do ponto de vista genético, ser um problema ético.
O problema pode acontecer apenas se a doadora não doar tudo, inclusive a instintividade de ver na criança não um irmão, mas um filho; e ver no padastro não o marido da mãe, mas seu marido genético. Portanto, a questão é mais psicológica, e se relaciona à maturidade da doadora, do que uma questão ética.
Se a filha-doadora conseguir fazer isto sem “demandas”, então não vejo problema. Todavia, da filha-doadora se requererá total entrega, e a alegria fraterna de ter ajudado o irmão a nascer, a mãe a ser mãe mais uma vez, e o padastro a sentir a alegria da paternidade.
Assim, concluo não com questões de natureza ética ou teológica, mas apenas com questões de natureza psicológica. E, nesse caso, a filha-doadora, a mãe-receptora, e o padastro fecundador são as únicas pessoas que precisam saber se estão aptas para essa caminhada.
Esta é minha opinião, e a dou com a cabeça fresca e o coração tranqüilo.
Nele, que um só homem fez toda a raça humana,
Caio