MEU MARIDO ESTÁ COM OUTRA, MAS EU SOU LIGADA A ELE. O QUE FA

—– Original Message —– From: MEU MARIDO ESTÁ COM OUTRA, MAS EU SOU LIGADA A ELE. O QUE FAÇO? To: [email protected] Sent: Thursday, December 18, 2003 3:42 AM Subject: A OUTRA É DO FEITIÇO Mensagem: Pastor, Ore pelo meu casamento, desfeito há um mês. No próximo dia 19 iria completar 20 anos de casada. Estou muito triste e desesperada. Me acordei pensando em acabar com minha vida. Meu marido arranjou uma amante no trabalho, e é duro conviver com isso. Este foi o motivo da separação… Eu o amo demais. Sinto falta de tudo, até do seu cheiro dele. Já houve outras separações; e ele não amadureceu. É uma pessoa muito distante de Deus. Tenho feito de tudo. Ele sempre vem á minha casa, me trata com carinho, mas enlouquece se eu falar qualquer coisa dessa mulher; e diz “não volto para você”. Eu tenho certeza que ele quer ficar com as duas. Não suporto nunca a idéia, porque ela foi casada com um dos maiores traficantes da cidade, e rolava de tudo na vida daquela criatura… E eu, tão correta, dei uma boa educação ás minhas filhas… Não entendo, pastor, por que a carne esta falando mais alto… Nós nos dávamos bem em tudo, até os nossos cheiros nos atraiam para os braços um do outro… Meu casamento foi o Senhor quem me deu, e esses momentos são coisas satânicas. A outra vive rodeadas de feiticeiros, porque só é o que tem na família dela. Puxa, que família, essa onde ele foi se envolver! Nasci em berço presbiteriano, mas estou afastada; e com um desespero enorme na alma, querendo morrer para não ter que vê-lo com ela. Pastor, ajude-me; ti peço socorro em nome de Jesus. Da amiga, _________________________________________________________________________ Resposta: Minha querida amiga: Paz e Bem. Você é uma das mulheres casadas e apaixonadas. Coisa rara. Pelo que senti, sua ligação com seu marido é quase simbiótica, só não é mais porque as naturezas de vocês não permitem uma simbiose mais profunda. Sei que você o ama—dos cheiros aos toques—, e sei que já tiveram bons momentos juntos. Minha sugestão a você é ficar em silêncio. Se você o ama, e acha que vale a disputa por ele, seja sábia. O que pode desmontar o seu marido é apenas a sua sabedoria. A “outra” não tem regras. É uma luta desigual para você. Se uma topa tudo, e a outra diz “ou ela ou eu”, no estado em que ele está, saiba, mesmo sem querer, será “ela”. Sei que nesta hora o que mais “pega” além do ciúme, é a moral. Quando falo de moral, falo do que os outros pensam de você, como esposa, se consentir em viver de modo extra-oficialmente bígamo. O povo se mete, quer acabar com o casamento em nome dos bons costumes, etc… Eu já vi uma quantidade enorme de separações feitas exclusivamente pelo “julgamento popular” que familiares, amigos e irmãos da igreja constituíram, e o veredicto foi: Acabe com essa pouca vergonha, e mande esse canalha embora… Pela sua descrição, há uma certa canalhice em seu marido, no modo como ele trata essa questão. Mas esta é uma questão sua. E apenas sua. Ninguém mais tem que se meter. O marido é seu. A outra é que a mercenária, a salteadora, a intrusa. Se fosse um país, todos se mobilizariam a fim de tentar impedir a invasão. Mas um país é estático; não há vontade no chão da terra. Mas um homem fala de si mesmo… Nesse caso, se a invasão é no seu casamento, e o homem equivale ao seu país, veja quais são os meios mais inteligentes de defender e proteger o que você chama de “meu”. Mas não aceite opinião de “aliados de momento”. Nessas horas aparecem todas as mulheres frustradas, recalcadas, mal amadas, ressentidas, amarguradas, abandonadas, ou as que em nome da moral tomaram a decisão de mandar alguém embora, e ditam as regras que você tem que aceitar e se submeter. Depois que você fizer tudo o que elas mandarem, elas irão—não antes de verificarem que seu marido saiu de casa, para os braços da outra. Quando esse fato se estabelece, elas todas desaparecem, e a ovelha obediente fica só…só mesmo. Ora, o que as juizas de seu bem estar haverão de ficar fazendo ao seu lado uma vez que conseguiram fazer com que você se tornasse uma delas? Agora, para elas, você será uma honrada abandonada! Uma solitária angustiada, com saudades até do cheiro do marido! Porém, moralmente limpa! Sua situação é horrível, mas é sua. E em sua carta eu não vi a raiva de uma mulher moralista, querendo mandar o safado embora. O que eu vi foi uma esposa apaixonada, desejosa de salvar a relação, e que está disposta a fingir que não vê tudo o que vê, a fim de ter a chance—a do tempo—de ver o marido cair em si. Você é a esposa dele. Nunca se esqueça disso. Você chegou antes, muito antes. E se for de sua natureza, acalme-se para esperar… Espere, desde que isto não significa uma anulação total para a sua dignidade pessoal. Mas repito: isto tem que vir de você, não da opinião dos outros. Já vi uma casal que se dava muito bem—sendo que a esposa sofria de uma doença incurável—se separar por intervenção dos irmãos. Depois se anos sem ninguém—nem a esposa, que não podia ter relações o julgava o marido—, o homem arranjou uma amante. A amante também era casada com um homem doente. Ambos não tinham sexualmente ninguém há anos, pois ambos cuidavam de cônjuges doentes. A esposa do homem que eu conheço me disse que sabia—por alto—que havia “algo”; mas que não queria saber, pois se amavam muito; ele era seu melhor amigo; e ela sabia que não poderia pedir dele aquele sacrifício. Eu ouvi, a beijei, e a deixei em paz. Até que alguns irmãos descobriram e se meteram. Resultado: hoje a minha amiga está só—os irmãos foram lá apenas para falar que ela não poderia tolerar aquela pouca vergonha, mas, uma vez tendo conseguido que a pobre senhora aceitasse a tirania da moral, e se separasse, eles NUNCA MAIS APARECERAM. Agora, o ex-marido de minha amiga está casado com a outra, que ficou viúva; porém chora de saudades de sua primeira e, provavelmente, única esposa, até hoje. Portanto, não ultrapasse seus limites pessoais, mas não cruze linhas que você não riscou como fronteiras pessoais, apenas por cauda da tirania de terceiros. Haja com sabedoria e bom senso, pois, ninguém irá dormir e afagar você em sua dor: nem eu, e nenhum outro conselheiro. Faça conforme a sua fé e a sua esperança. Quanto à mulher contaminar o seu marido, Paulo diz que é a mulher crente quem santifica o marido incrédulo. E ele sabia o que estava falando; e sabia que muitas daquelas irmãs de Corínto viviam exatamente a mesma situação que você está vivendo agora. Receba meu carinho e minhas orações. Nele, que lhe dará paciência e sabedoria, e também o discernimento para saber até onde ir, Caio