MEU MARIDO SÓ QUER ANAL. ESTOU CONFUSA E CANSADA. O QUE FAÇO
—–Original Message—–
From: CONFUSA…E CANSADA DE MEU MARIDO:ELE SÓ QUER ANAL…
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Subject: ELE SÓ QUER SEXO ANAL
Mensagem:
Gostaria de ouvi-lo sobre a minha questão.
Vou fazer 8 anos de casamento.
Tenho uma filha ainda bebê.
Há dois anos meu esposo me traiu.
Foi muito difícil.
Fui acompanhada pelo meu pastor, que foi como um pai, me deu colo, me ouviu …
Eu decidi então pelo perdão e tentamos retomar.
Ele pediu demissão do trabalho ( pela própria vontade), já que a pessoa era sua colega de trabalho.
Fizemos terapia individual/casal – o que nos ajudou muito nesse recomeço.
Depois de tudo, Deus me deu um emprego maravilhoso, o qual recebi como um prêmio.
Bem, aí vieram os problemas…
Meu esposo continua em casa, atrás de um sonho profissional muito difícil de se realizar.
Eu mantenho a casa e tenho estado muito desgastada, estressada.
Não temos tido um relacionamento sexual satisfatório, pois só temos tempo à noite/madrugada, quando a filha dorme; e eu não consigo muito corresponder; acordo muito cedo prá trabalhar; também não tenho tido desejo…
Ele está chato, implicante, reclama de tudo, diz que eu quero mandar nele, etc…
Estou distante.
Sei que é uma crise conjugal, mas estou muito confusa.
Algo em mim não vai bem.
Tenho questionado se foi certa a decisão de retomar o casamento, meus sentimentos…
Além disso, existe a questão sexual. Meu esposo tem verdadeira compulsão por sexo anal. Não quero, não concordo, não gosto, odeio…
Ele não aceita, tenta me convencer, brigamos…
Será que terei que viver o resto da vida assim ?!
Não quero ! Não posso ! Estou confusa…
Ele me disse que tenho que provar biblicamente que ele está errado. E agora ?
Estou disposta a me separar se ele continuar com essa questão. Conversamos, mas estamos num impasse.
Enfim, resumindo, está tudo ruim: sexualmente, relacionalmente, etc…
Depois de tudo o que passei resolvi que estou disposta a não mais ser infeliz, e nem deixar que NINGUÉM me faça infeliz.
Eu me amo muito para permitir isso. AUTO-PRESERVAÇÃO.
Não sei, mas acho que algo se perdeu em mim, e que nunca mais retornará. Só ainda não descobri o que é… o brilho se foi …
Obrigado por me “ler” …..
Com carinho.
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Resposta:
Minha querida amiga: Paz e Lucidez!
Realmente é muito difícil recuperar um casamento depois de uma traição.
A coisa é tão séria que na antiguidade nem havia discussão sobre a questão.
De fato, a questão não é apenas relacionada ao Perdão. Perdão acontece entre a maioria dos casais que passam por tal crise.
O problema é a encantação. Aí, neste sentido, a maioria se perde na desvanecencia…
O que “li” e senti em sua carta é basicamente o seguinte:
1. Você se decepcionou terrivelmente com ele.
2. O perdoou por amor a firma conjugal, como quase sempre acontece.
3. Ele além de ter perdido o brilho como marido, perdeu também como homem. Prova disso são suas palavras:“Meu esposo continua em casa, atrás de um sonho profissional muito difícil de se realizar”.
4. Você, além de desiludida com o marido e com o homem, ainda sustenta a casa; o que certamente o deixa inseguro; daí as chatices dele, e o seu cansaço com ele, que é perceptível mesmo na carta.
5. E ainda há essa fixação dele na relação anal, o que também denota um sexo que não contempla a graça do amor, por parte dele. Já que quem ama não quer só isto; e quem ama, não constrange o outra a tal se nem é vontade da pessoa.
6. Seu arrependimento quanto a ter “perdoado” expressa sua vontade de pular fora.
7. E seu discurso de Auto-Preservação confirma isto. Nada de errado. Mas é preciso chamar as coisas pelo nome próprio.
Bem, este é o quadro. Agora vamos às considerações.
1. Provavelmente vocês de fato não tenham mais como acender esse fogo. À menos que você me diga que já houve um tempo no qual você realmente o amou, e GOSTOU dele como homem, macho, amigo, amante, marido e companheiro. Se houve esse tempo, há esperança. Mas se nunca houve, e as coisas foram como foram e ficaram como ficaram, sinceramente, só um milagre que raramente vejo acontecer pode reverter o quadro.
2. As demais questões se tornam irrelevantes diante desse quadro básico, de natureza essencial. Por exemplo, mesmo crendo que um homem com fixação em sexo anal—ou seja: um cara que só pensa em sexo com essa inclusão—esteja revelando algo mais profundo de si mesmo, e não apenas de seus gostos—embora, quem visite este site saiba que para mim essa é uma questão de acordos internos entre os casais—, está sobretudo expressando a sua própria falta de realização no significado do ato sexual. Um homem que só quer fazer se for anal—ou de qualquer outra forma que se expresse como uma fixação—, está com a alma tomada não de amor, carinho e desejo, mas de fetiche. Aliás, o perfil que você descreveu da condição de vida dele bem explica essa necessidade de ter um fetiche. Fetiches, quase sempre, são fruto da insegurança, e da necessidade de afirmação e de supremacia.
3. Diante de tudo o que você disse e descreveu, a questão da fixação anal dele—e que você usou como um pretexto para terminar o casamento—, deve ser colocada em seu próprio lugar. Na realidade, se você o amasse ou gostasse dele, mesmo não gostando dessa fixação anal, você encontraria um modo de “educá-lo”, e de “moderá-lo”, chegando a níveis “razoáveis” em relação à questão. O problema é outro. Mesmo essas questões de tempo, trabalho, filho, dormir tarde e acordar cedo, etc…são apenas desculpas. Você acredita que se vocês estivessem bem de alma um com o outro, qualquer dessas coisas seria um problema? É claro que não! Gente que se gosta “faz” em qualquer lugar, a qualquer hora, e não sabe o que é problema. Somente gente que não se gosta é que tem no sexo um problema. Mesmo aqueles que sofrem de disfunções orgânicas ou psicológicas, quando se amam, sempre encontrarão um bom caminho sexual. Desse modo, minha querida, tudo isto é pretexto; e pretexto para algo que não precisa de pretexto: você não gosta dele, está cansada, perdeu o encanto, não o admira, detesta transar com ele, e ainda tem que lidar com o infantilismo fetichista dele, que não quer fazer amor, quer apenas extravasar a raiva e a frustração dele.
4. Portanto, pense em tudo com lucidez e decida. Mas não precisa de muito “arranjo” para justificar. Dois não podem andar juntos se não houver acordo entre eles? Quando são casados, fica insuportável a tentativa, por tudo o que um casamento implica.
Bem, era apenas isto que eu teria por enquanto para lhe dizer. Afinal, quem está dentro desse buraco é você, e não há ninguém neste mundo com autoridade para ordenar que você fique.
Essa é uma decisão que passa apenas pela sua relação com Deus, e pelas decisões que você mesma julgue que promovam a vida, e não o rancor, a amargura, o ressentimento, a frustração, e o repudio…
Minha oração é que seja qual for o encaminhamento, você jamais use nada contra ele.
É lícito a uma mulher “sair fora” simplesmente porque não mais suporta estar dentro.
E mais: se você vai sair, saia assim como você está.
Numa hora dessas o outro começa a pedir uma “razão objetiva” para explicar a decisão do cônjuge que deseja sair. E, não raramente, o conjugue já quebrado, carente, cansado e de saco cheio, acaba arranjando uma “razão objetiva”.
Assim, se relaciona com alguém a fim de ser descoberto, ou apenas para poder dizer: Viu? Não dá!
O problema é que em geral isso desgraça a existência da pessoa.
A melhor e mais razoável razão para duas pessoas não ficarem juntas, é uma só: elas não se amarem, e não gostarem nem do cheiro uma da outra!
O que passa disso é camuflagem da religião a fim de não encarar um fato simples da confissão cristã:
“Se eu não tiver amor…nada me aproveitará”…nem o casamento!
Deus abençoe vocês, e os ilumine nesta hora tão crucial.
Nele, que não se divorcia de nenhum de Seus filhos (mesmo os divorciados),
Caio
faça um “pesquisa” aqui em cartas. Escreva Anais do sexo, e você achará o que pode desejar saber sobre o tema