Qual a sua visão sobre a infidelidade virtual?

—–Original Message—– From: M. S. Sent: sexta-feira, 4 de julho de 2003 21:58 To: [email protected] Subject: Sexo Virtual Mensagem: Qual a sua visão sobre a infidelidade virtual? ************************************************** Resposta: Meu querido irmão, Não conheço isso! Não existe “esse lugar” onde a infidelidade seja suspensa…se ela for infidelidade. Toda infidelidade é infidelidade! E isto no céu, na terra, debaixo dágua, debaixo da terra, voando, escalando, ou fazendo de conta que o mundo existe para contato, mas não existe de verdade…conforme a Internet. Tudo o que acontece neste site, por exemplo, existe. Esta carta, existe. O que escrevo, existe. O que me dizem, existe. E encontro muita gente “aqui”. Existe para con-tato, não existe como tato…mas existe… Jesus disse que toda infidelidade começa no coração. Se por “virtual” você entende essa coisa internetiana de se masturbar enquanto o outro (a) fala o que está fazendo e sentindo do “lado de lá”, acho pura doença. Coisa para fariseu pós-moderno, virtude adoecida da geração “Matrix”, que se vangloria de não ter “tocado”…mas que transforma a mente num bordel de doenças piores do que a de qualquer bordel sem a virtude do virtual, mas que pelo menos tem a virtude do real… A fala cabe no virtual…o sexo não. Sexo virtual é como fala sem som. É dublagem. Todavia, existe como infidelidade…se há alguém sendo traído…e só há alguém sendo traído porque há alguém se sentindo e se sabendo infiel. Meretrizes da esquina precedem no reino de Deus a todos os fariseus virtuais! Pensar que não tocar, não pegar e não provar…faz menos mal, tem apenas aparência de pudor, mas não tem nenhum valor contra a idolatria dos sentidos, a sensualidade. Ao contrário, tudo o que tira o ser humano da realidade da existência…adoece incomparavelmente mais a alma. Se tivesse que escolher entre tais males, um menor, eu diria: vá às vias de fato…assuma o que está acontecendo…veja a razão de você estar praticando o “ascetismo” do sexo virtual…discirna seu próprio estado e condição psicológica…analise o infantilismo emocional desse ato…e pergunte a si mesmo o que está havendo. Digo “você mesmo”…mesmo que não seja “você” a pessoa em questão. Mas como isso aqui é a Internet…e como estamos falando mediante a virtualidade de um site…decidi dizer “você” apenas como substituição para “quem quer que…” Toda cobiça é virtual! Mas sexo só acontece cara-a-cara, pele-a-pele, com cheiro e realidade para todos os sentidos. Sexo virtual é apenas a mais nova forma de doença da sexualidade não assumida. Assim, há muitos adultérios virtuais…que nunca se encarnaram…muitas emulações homossexuais…e muitas trocas de casais virtuais…que se escondem sob o pretexto de não haver toque, etc… O que os cristãos precisam saber para sempre é que Deus vê acima de tudo o virtual! Ele vê o coração… Assim, não existe sexo virtual, mas toda infidelidade é virtual, e só se materializa no real quando já foi concebida no virtual. No virtual já adulterou com ela—diria Jesus numa visão internetiana do Sermão do Monte. É como o “evangelista” que eu vi se vangloriar de não ter adulterado contra a esposa, pois, contratou a Escort Girl, fê-la despir-se, masturbar-se para ele, dançar e rebolar, expor-se em todas as possíveis “posições”, etc…mas, segundo ele, nada aconteceu…pois não houve “toque” e nem “penetração”. Este é um tempo em que as doenças da alma ganham outros nomes, mas o que há “no fundo” é sempre a mesma coisa…com o agravante de que a virtualidade gera “paralelismo psicológico”, e tudo aquilo que é “para-alguma-coisa”—no sentido de ser para-lelo, como para-nóia—, faz a mente ficar mais doente…pois cria uma mundo virtual. O que é, é…isto é tudo…e tudo é! Caio Fábio