SOU PASTOR, E ME SINTO INSEGURO
—–Original Message—–
From: SOU PASTOR, E ME SINTO INSEGURO
Sent: sexta-feira, 28 de novembro de 2003 18:58
To: [email protected]
Subject: A GENTE NÃO TEM EM QUEM CONFIAR
Mensagem:
Glória a Deus, meu irmão!
Sou pastor no sul do Brasil, e sirvo a Deus numa Igreja Histórica.
Observo que suas considerações sobre a igreja de Jesus Cristo são verdadeiras.
Vejo, principalmente, uma politicagem não cristã que domina tudo, seja por cargos, ou por amizades, etc…
Fico triste e acredito que você também.
Outra coisa que gostaria de comentar é como ser pastor jovem é complicado, principalmente quando encontramos tanta dificuldade de relacionamento no ministério: os amigos pastores não lhe ajudam, os irmãos muitas vezes colocam toda a responsabilidade em suas costas; e dizem: Eu já dou o dízimo, então o pastor tem que resolver tudo…
Fico, às vezes, com inquietações em meu coração. Não são dúvidas quanto ao chamado, fico mas preocupado com minha família.
Fico contente de ver seu ministério atuante, que Deus lhe abençoe.
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Resposta:
Meu amado amigo: Paz e Segurança sobre você!
O Espírito Santo existe e está atuando na Terra!
Pois, meu amado, se dependesse de nós, os que nos dizemos as testemunhas do amor de Deus, estaria tudo mais que perdido.
Quanto mais eu vejo essa maluquice, recheada de total falta de misericórdia, e coberta de megalomania, vaidade, desinteresse, e falta de sensibilidades humanas mínimas, mas convencido eu fico de que o Espírito de Deus está agindo.
Seria impossível que com tanta contradição, negação, oposição, descrença, falsificação, exploração, manipulação e abuso da mensagem e do nome de Jesus ainda houvesse alguém se convertendo!
Mas louvo a Deus porque o Espírito cega as pessoas para toda essa loucura, a fim de poder abrir os olhos e os ouvidos de algumas delas para a Palavra.
Sei do que você está falando e da insegurança que sente em relação a sua família.
Hoje em dia, se me fosse possível, eu tentaria fazer com que todos os pastores tivessem seu próprio trabalho, e que servissem como pastores ou de qualquer outra forma, mas sem nenhuma dependência dos humores e caprichos da “igreja”.
Aconselho-o a ir com calma.
Hoje em dia, no meio cristão, é difícil para um pastor denominacional ter amigos.
A competição é muito grande. E o lugar de um, muitas vezes, é o “emprego” almejado pelo outro.
Além disso, os pastores são julgados pelos colegas e pelo povo nas seguintes áreas:
1. Capacidade de fazer a igreja crescer—não importa como.
2. Capacidade de fazer as pessoas crerem que ele não é normal, é um ser poderoso e inumano—acima do bem e do mal.
3. Capacidade de ser político e hábil com todas as questões, de tal modo que proteja sempre os grandes e os que dão mais, e use os menores para dar exemplos de disciplina—a fim de que todos temam-no.
4. Capacidade de prosperar materialmente, de modo que ele seja a pessoa que possua o status a ser ambicionado por todos, incluindo os membros da igreja.
Quem não tem vocação para tais demonstrações e performances e ainda crê, singelamente, na pureza do Evangelho e da mensagem, fica se sentindo assim, sem saber o que fazer e nem para onde ir.
Convivo com pastores há mais de 40 anos, pois antes mesmo de me converter já convivia com eles em razão de minha família sempre ter estado dentro da igreja.
Minha tristeza todos esses anos foi ver o adoecimento dessa categoria. De fato, ainda há pastores sadios.
Todavia, mesmo os sério e justos na igreja, ainda assim não passam sem seqüelas por esse triturador de almas que é o modelo pastoral vigente.
O cara é até legal, mas tem suas manias e suas esquisitices, para não falar na voz impostada, da atitude de superioridade, do olhar altivo, da cara de certa desaprovação, do olhar inquisitorial, da atitude de desconfiança com a qual observa as coisas…
Eu sempre me achei um cara sadio, apesar de ter sido exposto a toda sorte de tortura ministerial-mental imaginável: as boas e as más.
As boas são as relacionadas ao excesso de solicitação e invasão de privacidade—coisa inumana—; e as más foram os tratamentos desumanos na hora da necessidade pessoal.
Mas sabe, uns dois anos depois do “furacão”, foi que eu pude me dar conta de como eu havia sido afetado pelo meio-ambiente pastoral, sem nem mesmo ter me dado conta; e pior: lutando, lúcida e conscientemente, contra tudo aquilo.
Então, uma vez constatando aquele fato—que Graça a Deus me foi revelado pela chance abençoada de intensificar meu “convívio com os pagãos”—, levei um grande susto.
Eu me considerava um cara dês-complicado. Mas foi em contato livre e amigo com os de fora, há cerca de seis anos, que me dei conta de como eu mesmo havia sido afetado pelas esquisitices da religião.
Estou escrevendo tudo isto para você porque desejo animá-lo a prosseguir, mas a fazê-lo sem falsas esperanças.
Sirva a Jesus, e não espere compreensões, aplausos e nem fidelidades da maioria…talvez até de ninguém.
Nós vivemos dias difíceis, onde o coração das pessoas está gelado.
Todavia, seja firme e abundante na obra de Deus, pois, no Senhor Ressuscitado, o nosso trabalho nunca será vão!
Um grande beijo.
Nele,
Caio