TRISTEZAS DA INDISCIPLINA



—–Original Message—– From: TRISTEZAS DA INDISCIPLINA Sent: terça-feira, 16 de dezembro de 2003 18:05 To: [email protected] Subject: NÃO CONSIGO TERMINAR NADA Mensagem: Prezado Pastor Caio, Gostaria de que o senhor me aconselha-se sobre algo que me tem incomodado. Sua experiência de vida me tem sido influenciadora para a minha. Sou casado com uma bela mulher e tenho um lindo filho de 1 ano e seis meses. Sou formado em Direito há um certo tempo. Porém tenho passado por dificuldades na vida pelo fato da indisciplina que carrego desde a minha infância. Não consigo fazer nada até o fim, principalmente estudar. Começo animado, mas lá pelo meio do caminho vou desanimando, até parar totalmente… O que o senhor, com sua experiência de vida, me aconselharia? Ora, isto me tem causado perdas irreparáveis na vida familiar, pessoal e financeira. Um abração! No amor do Senhor, ____________________________________________________________ Resposta: Amado amigo: Paz e Continuidade! Veja, agora mesmo, quando abri o seu e-mail, vinha de já ter respondido a uns 15 anteriores. Deu-me vontade de parar, de dar um break, de deixar para depois. Estou cansado… Então, pensei: Se não responder agora, talvez depois já não seja a mesma coisa. Meu querido, eu sou muito indisciplinado. Tudo o que fiz na vida foi contra minha disposição vagabunda e desorganizada. Até aos 18 anos de idade eu nunca havia lido um único livro de cabo a rabo. Fui um péssimo estudante, e nunca fui o primeiro de nenhuma classe. Graça a Deus minha irmã, Suely, durante muito tempo estudou na mesma classe, e me deu cobertura. Mas quando encontrei e fui encontrado pela Graça de Deus, uma das coisas que mais me afetaram foi a necessidade de disciplinar a minha vida. Ora, no meu caso, esse exercício ia de controlar meus impulsos mais primitivos e animais à ordenação de minha agenda, até então completamente inexistente, pois, de fato, tudo o que fosse pré-agendado me dava urticária na alma. Bem, isto foi há 30 anos. De lá para cá já realizei milhares de coisa de ponta a ponta. E, praticamente falando, me tornei uma pessoa profundamente disciplinada na busca de meus objetivos, ainda que não seja muito organizado. Todos esses anos adotei alguns princípios simples de disciplina pessoal. No início jejuei muito. E os jejuns, para mim, eram devocionais. Mas acabaram por me dar um sólido chão de disciplina. Depois, especialmente em meio aos milhares de compromissos que lotavam os meus anos—ano a ano—, tomei a seguinte decisão: FAREI LOGO TUDO O QUE NÃO ME DÁ PRAZER A FIM DE QUE EU POSSA DEPOIS FAZER APENAS TUDO O QUE ME DÁ PRAZER! É assim com tudo. Até com a comida que eu como. Provo logo tudo o que está no prato. Começo com o que gosto menos, termino com o que gosto muito. No trabalho sempre faço a mesma coisa: começo o dia fazendo tudo o que me é penoso, e termino fazendo apenas o que me é prazeroso. Se tenho um telefonema a fazer, faço na hora. Se tenho um problema, resolvo na hora. Tudo o que couber na hora, na hora será feito. Assim, gero um mecanismo de auto-satisfação em relação às demais coisas que “gosto” de fazer. Quem age diferente não curte o que gosta—pois não relaxa para gozar e apreciar o que dá prazer—, e não se anima a fazer o que não é agradável se antes faz o que é gostoso. Depois do que é gostoso não é fácil fazer o que não é prazeroso. Assim, parto logo pra dentro do que não me apetece a fim de poder usufruir o que me dá prazer. Não há grandes mágicas em relação ao tema. Há, sim, a necessidade de esmurrar a preguiça, a auto-indulgência e a acomodação e, sem vacilação, encarar tudo aquilo que demanda disciplina como se fosse uma questão de conquista pessoal. E é! Mas faça isto sem neurose. Sugiro a você a leitura do livro Celebração da Disciplina. Não lembro mais quem publicou, pois faz muitos anos que o li. Recomendo porque me fez muito bem. Receba meu beijão. Nele, que fez tudo na Hora Certa e Consumou tudo o que fez, Caio