NÃO FOMOS CRIADOS PARA NOS SEPARAR—Vavá, Belinha e Gabriel

—–Original Message—– From: VAVÁ, BELINHA E GABRIEL Sent: terça-feira, 6 de abril de 2004 12:06 To: [email protected]; [email protected] Subject: NÃO FOMOS CRIADOS PARA NOS SEPARAR—Vavá, Belinha e Gabriel Querido Pastor, Me lembro quando C.S Lewis perdeu sua esposa e seu melhor amigo o perguntou o que ele poderia fazer para lhe consolar, e ele lhe disse: “Só não diga que foi melhor assim”. Creio que é este o sentimento quando se vai alguém que de fato deveria estar ao nosso lado. Eclesiastes diz que a Eternidade está no coração do homem. Deus não planejou isto para nós. Neste momento Ele nos vê já glorificados com Ele, todos juntos ao redor de uma mesa como uma linda família. Mas assim como Jesus, mesmo sabendo que ressuscitaria a Lázaro, ainda assim chorou, o Senhor chora com vocês profundamente agora; e nós também, porque dói, trás remorso, trás culpa, é estranho, o tempo pára. Só lembro de seu filho criança ainda. Pois junto com meu marido, o pastor Vavá de Recife, participamos de muitos eventos com vocês. Agora de Londrina os acompanhamos pela internet e estamos à disposição para orar, chorar e algo mais que seja necessário por amor a vocês. Estamos nisso com vocês, Vavá, Belinha e Gabriel ____________________________________________________________ Resposta: Meus amados Vavá, Belinha e Gabriel: Graça e Paz! Em “mortes”, na minha opinião, só os que perderam as vísceras é que podem e devem falar. Jesus ensinou isto no funeral de Lázaro. Marta fala. Maria fala e chora. Jesus apenas chorou! Elas eram as irmãs de Lazaro. Jesus era o amigo. Parentes podem dizer o que desejarem. Faz bem para a alma. Amigos é que devem fazer como Jesus fez: chorar. Mas como, além de poder chorar, Ele também podia trazer à vida, fez o que “era melhor”, naquele caso, ressuscitando o morto. Todavia, quantos outros partiram e Ele não os chamou de volta a vida?! Por que? Porque era melhor assim! No caso de nosso Lukinhas, de fato e sem pieguice, lhe digo: “Foi melhor assim!” Nós temos essa certeza em nós. Todos nós. Pais, irmãos, amigos. Foi melhor assim. Sabe quando você tem um filho que sempre que acorda diz que preferia não ter acordado, pois, ama os seus, mas não gosta do mundo? Quem já teve essa experiência como pai, muitas vezes se pega pedindo a Deus para o filho (a) dormir o máximo possível, pois, dormindo, está tudo bem. Lukas era uma alma sensível e filosófica. Muito sofrido com o mundo e o destino dos homens na Terra. Ele conhecia a dor! Desde criança que a visão que ele tinha da vida no Planeta não o agradava. Literalmente ele não se sentia “daqui”. Me disse isto muitas vezes. E, sinceramente, eu sempre o entendi, pois eu mesmo não sou. A diferença é que tive o Encontro que ele estava já começando a Experimentar–e, num certo sentido, totalmente interior, experimentou em plenitude–e fui deixado aqui; ele, todavia, foi levado. Bem-aventurado seja! Quando ele, de si mesmo, e sozinho, encontrou o amor do Pai, me perguntou quanto tempo mais ele teria que esperar pra entrar naquele gozo e descanso. Eu disse a ele que seria agora mesmo, ainda aqui na Terra. Ele me disse que sabia disso, mas que de fato, por ele, ele iria com prazer quando Deus o chamasse. O Pai viu e ouviu. O filho vinha ainda longe, e, o pai, o avistando, correu ao seu encontro; e abraçando-o, beijou-o. Então botou-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. Mandou vesti-lo com a melhor roupa. E ordenou o início da festa. Foi melhor assim porque o amávamos. Foi melhor assim porque ele nos amava. Foi melhor assim porque ele não gostava da Terra. Foi melhor assim porque ele queria voltar para a casa do Pai. Foi melhor assim, pois, o Pai mesmo, veio ao encontro dele, e o levou para casa. Foi melhor assim porque lá é infinitamente melhor. Foi melhor assim porque não há culpa, nem remorso, nem coisas que não foram ditas, nem gestos de amor foram “economizados”. Ao contrário, o Lukas sabia e sabe o quanto foi e é amado; e sabe que nada se poupou para que ele encontrasse o caminho da casa do Pai. Obrigado por não terem me dito que “foi melhor assim”. Assim, como pai, eu posso dizer por ele, por mim e pelos meus, que, de fato, “foi melhor assim”. Vavá, muito obrigado pelo seu carinho. Transmita-o à Belinha e ao Gabriel. Um beijo nos amigos todos. Nele, que fez e faz todo “assim” ser o que é bom, Caio