TENTANDO FALAR COM VOCÊ!–Benedita da Silva

—–Original Message—– From: BENEDITA DA SILVA Sent: segunda-feira, 5 de abril de 2004 23:15 To: [email protected] Subject: TENTANDO FALAR COM VOCÊ! Pastor Caio Fábio, Que alegria senti ao ver seu e-mail. Havia tentado por todos os meios falar contigo e também com a Alda, mas não consegui. Chorei de tristeza e alegria. Li cada mensagem com o coração de quem sabe o que é perder um filho, não importa a idade. O importante é saber que foi descansar nos bracos de Jesus, guardado de tudo, por maior que pareça a loucura da fé. Valem as suas lagrimas, dor da saudade e tudo mais… Eu lhe tenho um grande afeto. Aprendi mais orar e interceder do que falar; a não ser com Deus. Acompanho-o em oração e suplica, e sei que Deus tem ouvido nosso clamor. Aqui onde estou por hora tenho refletido com alguns irmãos a seu respeito. Só temos que agradecer a você por suas palavras, mensagens, e orações. Vamos manter…ou melhor…vamos dar continuidade àquelas conversas maravilhosas. Volto em maio. Até lá vamos nos comunicando por telefone e e-mail. Um grande abraço na família. Fique na Paz do Senhor. Com o carinho da, Bendita Benedita Preta Teimosa da Silva de JESUS ____________________________________________________________ Resposta: Minha amada Bené: Graça, Paz e Descanso sobre você! A Helen me disse que você vinha tentando falar e não estava conseguindo. Então ela mandou seus telefones e e-mail. Foi quando pude dar meu sinal de vida para você. Já transmiti a Alda e filhos o seu carinho! Todos ficaram felizes de saber de seu amor e preocupação; sobretudo, acerca de seu conforto no Senhor. Também tenho orado por você todos os dias, especialmente nos últimos meses, pois sei o significado de ficar sob luzes malévolas, e sob o escrutínio de abutres. E o pior é a impotência ante a máquina de comunicação, e as “pautas” imutáveis dos repórteres. O que mais me choca em tudo é o moralismo de todo mundo. Da mídia, dos amigos políticos, dos “amigos públicos”, e de todos que sabem o que é, mas que não são capazes de dizer os fatos, preferindo, pelo silêncio, corroborar as versões. Durante anos eu ouvi de centenas de figuras públicas aquilo que de fato pensavam…isto porque precisavam aliviar o coração, falando, para alguém como eu era para eles, o que realmente sentiam. Meu choque sempre foi ver que na hora da fritada ninguém jamais levantava a voz em defesa de ninguém. Nessa hora o julgamento da mídia pode até não dá em nada, mas deixa a pessoa “condenada”, mesmo que haja provas em contrário. Outra coisa triste é a hipocrisia. Todo mundo conhece todo mundo, e todo mundo sabe disso. A própria mídia se faz de “amiga” para comer quando chegar a hora do banquete. E eles gostam ou bem cozido ou bem fritado. Na hora em que algum conhecido pisa na bola, ou dá a aparência de ter pisado, ninguém conhece mais a tal pessoa…e todos fogem. O que aprendi, com muita dor, você já sabe: Que Deus faz a nossa justiça resplandecer como o sol ao meio dia! E que Ele mesmo faz tudo… se a gente simplesmente confiar e tiver paciência. A luz vence sempre! De fato, creio que Deus mesmo lhe deu esse tempo, para você, sua alma, seu coração, sua pessoa. As lutas que não cessam fazem a gente deixar de se sentir. Pelo menos comigo foi assim. Quase trinta anos de correria, como se fosse uma campanha presidencial sem fim… Ao final, eu andava anestesiado e, ao mesmo tempo, exausto. O problema é que a gente não pára nunca. Então, o Pai, que é amor, dá o jeito soberano Dele de nos botar no colo, a fim de nos dar o peito e nos chamar para ficarmos como aquela criança que mamou e ficou satisfeita nos braços da mãe. O Luk-Luk era xodó de muita gente. Da irmã mais nova do que ele, a Jú, aos amigos…ele era sempre o xodó de muitos. Foi-se…entre os irmãos e os amigos…do jeito mais indolor possível. Quando abriu os olhos já estava no Paraíso. Nós estamos aqui. Sentindo todas as saudades, e também provando todas as consolações. Estarei enviando os livros que você pediu pela Helen, e também algumas mensagens em cd. Enquanto isto, vamos nos falando aqui ou ao telefone; mas assim que você retorne, me avise; assim poderemos nos encontrar em torno da mesa, como sempre fizemos, e conforme dá saudade. Um grande e carinhoso beijo. Nele, que nos chamou ao encontro uns com os outros, Caio