ADVOGADA LIBERTA DA TUTELA DA IGREJA
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Sent: Saturday, October 09, 2004 5:09 AM
Subject: VISÃO LIBERTADORA! REFRIGÉRIO PARA A ALMA!
Rev. Caio Fabio,
“E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”!
“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda a consolação, que nos consola em toda nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolados de Deus”
A libertação vem dEle em nós; mas é a consolação através dEle e de uns para com os outros … o que enxergo através do Seu amor frutificado em seu coração de homem, e homem de Deus, dentro de uma lúcida visão espiritual agindo no humano, em você.
Graça e Paz no Cristo Vivo!
Sou uma mulher de 45 anos, nascida em berço evangélico, convencida do Evangelho de Cristo até meus 27 anos; e nessa idade tendo minha primeira e inesquecível experiência pessoal com esse Deus que conhecia de ouvir falar, mas que, naquele momento, meus olhos O viam; experimentando uma conversão genuína de vida nEle.
Dentro de um regime severo de criação, casei-me menina ainda, com 17 anos. Depois, tendo meu primogênito e subseqüentemente mais duas filhas; todos promessa de Deus pra minha vida através de meu pai; e antes mesmo que pensasse nisso tudo.
Com 35 anos fui avó através do filho.
Entre meu casamento e o nascimento desse neto, houve uma separação judicial (consensual) exigida e forçada por mim, uma vez que hoje constato que nunca existira amor de minha parte, apenas uma grande paixão de adolescente diante de um homem 12 anos mais velho, recém formado em Direito, e que de forma doentia dizia me amar, tendo já outra família constituída pelo concubinato—na época—, uma das muitas razões da nossa separação.
Vivemos conjugalmente quase 12 anos e após esse tempo, já com separação homologada pelo Juiz Competente, mudei-me com os filhos pequenos ainda, para outra cidade, deixando o cargo de Procuradora do Estado (pois sou advogada atuante na vida secular) para ser substituta num Cartório de Registros.
Foi quando conheci um médico solteiro, da minha idade, e que depois de alguns meses, assumia-me como mulher e aos meus filhos; isso até que a nossa legislação cível, pudesse nos outorgar o direito de divórcio, após dois anos da homologação; e, assim, pudéssemos regularizar nosso casamento.
Foi quando ocorreu o milagre da minha conversão. E, após isso, fui tomada de uma alegria que era pra virar festa. No entanto, logo isto se tornou em jugo, pois, diante da visão e orientação do meu pai e irmão, EU TERIA QUE ME SEPARAR DO LEITO CONJUGAL com o médico, para não ferir a Deus. E por desconhecimento total da Palavra; e diante do primeiro amor; e, ainda, submissa à orientação paternal; levei até ao meu “marido” (o médico, porque me sentia mulher dele verdadeira e não do pai dos meus filhos), exigindo dele tal postura, também sua compreensão; isto até que mais nove meses passassem, enquanto aguardaríamos o divórcio e novo casamento.
Ele não manifestou tanta contestação por nos amarmos demais; e mesmo sem entendermos nada, (ele muito menos), assim o fizemos…
No meio disso eu cometi adultério com um irmão recém convertido como eu.
Confessado perante a igreja e todos da sua liderança, fui expurgada como a mulher adúltera da Bíblia, onde me execraram e nem sequer falaram com o também adúltero, que igualmente era recém convertido como eu.
Mas, como Davi, nunca responsabilizei ninguém pelo meu pecado!
Perdi o amor da minha vida (o médico se foi); e depois de muita dor e vergonha, não me perdoei por isso durante cinco longos anos. Eu vi aquele homem amado casando-se com outra mulher.
Deus não querendo pra mim o divórcio, me concedeu a viuvez?
A partir daqui, desse ponto, é que começa a minha jornada de jugo, fardo, culpa, vergonha e até perda de identidade.
Implodi!
Cambaleantemente como um soldado ferido, procurei não me afastar do Caminho e passei a ser membro de outra denominação, agora, pentecostal.
Após minha “viuvez” que ocorreu logo em seguida, comecei a receber profecias de púlpitos e fora de púlpitos, as quais se resumiam numa única coisa: que no tempo do Senhor, Ele me restituiria aquele que fora meu “marido”… ainda que eu não cresse; Deus assim o faria.
Confesso-lhe, amado pastor, que a partir do momento em que houve o casamento desse homem ( o médico) a quem traí vergonhosamente, não mais orei pela sua volta, pois entendia que se Deus tivesse que me devolver seria antes disso, e não depois de casado.
Todavia, as profecias eram tão em detalhes que somente eu, ele e Deus e todo o inferno, poderia alguém ter tal conhecimento? Ora, isso foi me alimentando esperança apesar de reconhecer que é contra tudo aquilo que a Palavra diz.
Entre esses quatorze anos de espera, houve quedas de ordem sentimental-sexual, onde a minha oração era só uma: “Senhor, sendo ou não sendo “ele” na minha vida, nunca mais quero estar em jugo desigual, especialmente com crente. E nem pecar contra Ti.”
Entretanto, o que mais me espezinha a carne é ter uma natureza sexual normal, e ter sido moldada desde meu casamento num pique sexual ativo, e ficar assim, nesse estado…
Eu sei que não estou pior porque com o passar dos anos fui burilada nessa área por Deus.
Por que não enxergar dessa forma?
Sou apenas uma mulher-fêmea, normal. Permita-me dizer, sem nenhuma outra intenção que não seja a de falar a verdade, que sou uma mulher molhada e doce entre quatro paredes, sem deixar de ser idônea; e é no casamento que anseio por essa busca ao meu marido, com o “despudor das mulheres adúlteras”. SIM, e estou me guardando com todo o armazenamento de amor a oferecer para aquele que o Senhor me tem preparado.
Há muito que aprendi a trocar o pudor pela liberdade a dois, na mesma intensidade de sentimento/sexo, desejando ser a garota de programa de todas as noites “dele”…
Há muito que deixei de lado a forma destrutiva e aprisionante da religiosidade, para sonhar em viver a liberdade das delícias, sem medo e sem culpa, entre um macho e uma fêmea, em sendo ambos marido e mulher, companheiros, cúmplices, amigos, esposos, amantes, e servos de Deus. Ambos com a mesma sede e fome espiritual e afetiva.
Me vi em suas palavras nas cartas “PRECISO ME DESTRAUMATIZAR”; que se reportou a “SOU PASTOR E SOFRI ABUSOS SEXUAIS NA IGREJA”.
É exatamente isso mesmo. Se todos os homens de Deus tivessem essa preocupação em crescer nessa área; e se todas as mulheres tivessem essa abertura através de um aprendizado ou por si mesmas; a realidade dos casamentos dentro das igrejas seria outra. A Palavra nos ensina isso com muita maestria e farta sabedoria, como em Eclesiastes especificamente.
Contudo, como todos os que lhe escrevem, eu também preciso de sua ajuda, pois me expus, confessei meu pecado, e agora necessito da palavra do ungido de Deus e do homem sábio e experiente na dor de uma separação conjugal.
E porque recorri a você, Caio Fábio?
Estava e ainda estou “lutando com o anjo”, e não vou deixá-Lo, enquanto não receber a minha bênção; estou orando e chorando em espírito, com as seguintes palavras:
“Paizinho, assim como na formação do homem e dentro de Sua presciência-onisciente, o Senhor vislumbrou uma ponta de tristeza no coração de Adão, quando ele nem sabia o que poderia ser aquilo, pois ainda não havia queda e portanto, não havia solidão, saudade, carência, fragilidade, vulnerabilidade … e ainda assim o Senhor entendeu que não era bom que o homem estivesse só … e além de tomar do próprio homem formando a mulher, ainda lha trouxe até ele …traz à existência o que não existe ainda na minha vida, e cumpre a Tua Palavra em mim, restaurando minha sorte conjugal, para que eu não venha viver abrasada e pecar contra Ti; porque lá em Isaías 26 diz que “…no Teu nome e na Tua memória está o desejo da nossa alma.”
“Operando o Senhor, quem o impedirá?”
E, conhecendo o site agora, abri de imediato, sem ao menos saber, em “mensagens” e ali encontrei a ratificação da minha oração dentro do mesmo entendimento traduzido e revelado pelo Espírito Santo de Deus em “CONVERTENDO TALHAS DE PEDRA EM CÁLICES”!
Chorei abundantemente com tal experiência!
Indago:
Como devo agir ? Continuo na posição de espera no tempo do Senhor? Oro por quem ? Ou, não oro por ninguém, já que não tenho ninguém; e aguardo confiante que Ele tem o melhor da terra pra mim, e que já está preparado e no tempo certo me será presenteado?
A razão me diz que nesses casos de casamento o tempo não é tão longo assim, mediante os exemplos que temos na Palavra.
E como me custa esperar!!!
Não quero pecar contra meu Deus, mas estou vivendo a melhor fase da minha sexualidade!
Além disso, estou desejosa de explodir em amor, dar e doar tudo isso que está armazenado aqui dentro e … às vezes, penso que isso não passará de um grande sonho meu.
E olhe meu Pastor, me acho linda, pois, sou uma mulher muito bem resolvida nessas questões, e não sofro do mal de baixo-auto-estima. Além de me considerar uma mulher temente a Deus!
Receba minha gratidão e orações pela sua vida, digo isto em nome de tantas vidas que aqui viemos buscar alento e entendimento.
Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com olhos se viu um Deus além de ti, que trabalhe para aquele que nele espera (Isaias 64:4).
Relutei muito, mas, me dei o direito de escrever-lhe dessa maneira tão transparente, porque não sei ser diferente!
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Resposta:
Minha querida amiga: Graça, Paz e Descanso!
Se eu entendi bem a sua história, você era muito mal casada—o marido tinha inclusive uma outra família em regime de concubinato—; e você decidiu separar-se dele. Depois disso você encontra o médico, por quem você se apaixona—e ele por você, assumindo você e os filhos como família dele.
É aí que entra o diabo!
Vêm os de “consciência fraca”—que na “igreja” são, em geral, os “líderes”—, e obrigam vocês a não se tocarem mais, sexualmente, até que saísse o “papel do divórcio”.
Do que entendi, você, durante a espera, teve “algo” com alguém—um crente; e confessou à “igreja”; e puseram vocês sob disciplina; e o médico foi embora…”traído na espera”; e acabou casando com outra pessoa. É isto?
É sempre assim: impõe jejum de mosquitos, até que a pessoa fique cheia de fome, e acabe por engolir um camelo!
De outro lado, conquanto a “decisão” que tenham tomado por você tenha sido estapafúrdia, ainda assim, você, na “espera”, se envolveu com alguém; e, pelo visto, foi algo sem sentido e casual.
Ora, tal fato, conquanto possa acontecer a qualquer um, no entanto, revela que seu amor pelo doutor não estava tão firmado assim. Isto porque, caso você o amasse mesmo, iria para cama com ele, com ou sem a aprovação de seu pai, irmão e da igreja; não esperando para validar qualquer coisa. Porém, na espera, o desejo cresceu de modo indiscriminado; e você se deu a um “irmão recém convertido”, exatamente como você.
A mim me parece o seguinte:
Primeiro você encontrou um cara legal depois de 12 anos de tortura conjugal. Um cara bom, amigo, honesto, que assumiu você e os filhos. Ora, como é fácil a gente se casar com a bondade, com ou sem amor profundo, quando se está vindo do casamento das maldades e tristezas.
Já vi mulheres lúcidas e sérias se envolverem com pessoas legais e bondosas, não porque amassem tais pessoas, mas porque amavam o modo como eram amadas por elas; ou seja: com bondade. Mas bondade, sozinha, não mantém nenhum casamento. Além da bondade, também tem que haver a “maldade” do desejo. Quando falo de “maldade”, você sabe, estou apenas usando a linguagem do instinto animal, e tratando-a como em geral os crentes a tratam; ou seja: como “maldade”.
Ora, é o casamento da bondade firme e altruísta com a santa maldade do instinto e do desejo, a química que gera satisfação em qualquer alma dentro da relação conjugal.
De longe me parece que você estava “muito grata ao médico”, mas não completamente apaixonada; posto que se assim fosse, você teria despejado todo o seu desejo nele—com ou sem o consentimento do pai, irmão e igreja—, e não no “irmão recém convertido”.
E agora?
Ora, você é adulta, responsável, mãe, avó, profissional, independente, e mais que madura; portanto, apta para poder tomar as suas próprias decisões, sem a interferência de quem quer que seja.
Assim, sem medo e sem culpa, sem juízo e sem neurose de que por ser mulher sadia e normal você esteja tirando um pedaço de Deus—coisa de crente neurótico!—, dê a você mesma a liberdade de conhecer gente legal, de sair, de saber “qual é”, de experimentar conforme o bom-senso, e com todos os cuidados que a você são dispensáveis como conselho; ou seja: sem se promiscuir.
No entanto, não deixe que sua vida seja decidida por ninguém. Dê a você todas as chances que sua consciência adulta e madura em Cristo lhe conceder.
A “igreja” parece não entender que ela não tem que se meter na vida dos outros por duas razões, pelo menos: a primeira é que não é da conta dela; e segundo, porque ela não pode fazer nada para ajudar alguém nessa área. O que farão? Escalarão um irmão para ir cuidar de você? Designarão alguém para o “ministério do saciamento das solteiras, das viúvas e divorciadas”?
Se você não quiser morrer com raiva de si mesma e dos seus algozes, limpe a área você mesma; e ponha essa moçada no devido lugar deles; ou seja: cuidando de suas próprias vidas; sem se meteram na sua.
Também não fique “chocando o passado”, e pedindo a Deus para trazer o doutor de volta. Essa página, humanamente falando, está virada. Vire-a em você. E, assim, se abra; e considere a possibilidade de conhecer alguém.
No entanto, para que isto aconteça, seu círculo de relacionamentos precisa aumentar. E para que isto aconteça você terá que ter um mundo maior do que o mundinho de sua igreja; ou dos crentes—que são sempre mundos muito pequenos, e recheados de alternativas que não são, na maioria das vezes, alternativa alguma.
Também pare de si punir em razão do vacilo que você deu com o médico. Aconteceu e acabou. Agora, sem culpa, abra os olhos e o coração.
O site está cheio de cartas acerca de situações como a sua. Daí eu não estar me estendendo, pois detesto repetir as coisas. Assim, leia o site; e você verá com mais clareza quais são os espaços de grande liberdade que você tem a fim de poder, você mesma, em Cristo, usar a sua própria consciência; emancipando-se da ditadura eclesiástico-familiar, e que é sempre trágica.
Agora, uma palavra amiga e direta. Trate-se com todo respeito. Reverencie seu coração e seus sentimentos. Não há um único sentimento em você que não possa ser transformado em algo bom.
Olhe sua beleza, e a valorize. Nunca se deixe usar como um objeto. Sua estética precisa estar sob o comando de sua consciência.
Equilibre desejo com bondade; malícia com sensatez; ansiedade de experimentar com confiança e paz.
Não busque um homem, não cate, não cace e não pesque. Seu homem achará você se você se tratar com todo respeito.
Nunca ofereça seu tesouro, e não o trate como coisa barata. Entregue-o somente a quem merecer. Não faça favores com o seu tesouro; e não busque ganhar ninguém fazendo uso dele. Quem o desejar terá que conquista-lo com amor e carinho.
Receba meu carinho, e minha oração.
Nele, em Quem fomos feitos para decidir conforme a nossa própria consciência,
Caio