CONHECI O PRAZER E HOJE QUERO MAIS…



—– Original Message —– From: CONHECI O PRAZER E HOJE QUERO MAIS… To: [email protected] Sent: Friday, October 15, 2004 11:56 AM Subject: Fale comigo! Pastor Caio Fábio, Saiba que este site tem sido instrumento de benção para a minha vida e para a de muitos com quem tenho conversado. Louvado seja Deus por isso! Tenho lido as cartas e há histórias parecidas com a minha, mas quero dividir com você um pouco da minha própria história, que parece até simples diante de tantas que tenho visto por aqui, mas é a minha e tem sido motivo de falta de sossego. Sua visão sobre o que está acontecendo e seus conselhos serão importantes para mim. Tenho 40 anos, casada há 19. Temos filhos. Somos crentes e vivemos hoje o que se pode chamar de uma vida tranqüila, pois aprendi a valorizar os pequenos gestos de atenção e a forma de amar do meu marido. Mas nem sempre foi assim. Houve época, já faz uns 08 anos, que não aceitava nem entendia a maneira de ser dele, muito prático e sem romantismo. Me sentia mal amada, vivendo um casamento sem graça, sem sal e sem calor. O sexo feito com regularidade, mas de forma quase mecânica; e a falta de abertura para o diálogo me empurraram para uma relação fora do casamento, com um homem casado e crente. Uma pessoa que aos poucos foi me cercando e seduzindo, para ser sincera, não precisou muito esforço para eu me deixar envolver. Por dois anos vivemos uma história de amor, apaixonada e quente, que só terminou pelas nossas crises de consciência. O tempo passou e ainda penso muito nele, por melhor que possa estar meu casamento, estou sempre comparando e fantasiando em como seria com o outro. Lembro-me de seus abraços, beijos, de seu olhar “guloso” e não tenho como deixar de desejar de novo aquilo, que não existe no meu casamento. E se existisse? Será que iria me satisfazer ou aquele outro cara é que é a pessoa certa para a minha vida? Fico com essas e outras questões girando em minha mente e claro, isso subtrai o que poderia estar indo para o meu marido. Mas saiba, ele, o meu marido, não é receptivo às minhas iniciativas e muitas vezes fico com cara de boba tentando ter com ele um relacionamento parecido com o que tinha com o outro. Às vezes penso em procurar o outro e ver qual é. Quem sabe ele também ainda pensa em mim? Da última vez, que nos vimos, tem uns 3 meses, falamos rapidamente como tudo tinha ficado tão marcado, tão forte na vida um do outro. Mas e aí, fazer o que com isso, que não pode acontecer, mas também não desaparece? Será que se abrirmos o jogo, assumirmos um para o outro que nossos casamentos são medíocres e o que há entre nós é apenas projeção do que gostaríamos de encontrar em nossos cônjuges, ajudaria? Ou será que o que aconteceu foi/é mais do que carências mútuas e que não passarão, posto que é amor? E que também não passarão, pois não há respostas a elas por parte daqueles com quem nos casamos? Estou confusa, gostaria de viver plenamente a minha vida afetiva, mas sinto-me dividida. Ficarei muito agradecida em ouvir seus comentários a respeito. Um forte abraço, _________________________________________ Minha querida amiga: Graça e Paz! Deixe que eu seja bem franco, direto e claro com você. E não entenda isto senão como desejo de ajudar. De fato, uma pessoa casada e que tem deficiência de sexo no casamento—não de atos sexuais, mas de sexo prazeroso, alegre, cheio de gozo e intimidade—, nunca mais será a mesma se conhecer tais referencias “fora do casamento”. E por que? Ora, é que uma vez que se conheceu algo arrebatador, sexualmente falando, fica instalada na pessoa, para sempre, uma referência comparativa. E se a pessoa continua em seu próprio casamento, ficará assim como você está hoje, pelo menos enquanto as pulsões sexuais não se acalmarem com o tempo ou com o amadurecimento da alma, quando cresce em sujeição ao espírito. Se uma pessoa é sexualmente insatisfeita, mas nunca tiver experimentado outra pessoa na cama, e que a conduza aos píncaros dos verdadeiros prazeres do encontro homem-mulher, ela (a pessoa) sobreviverá muito melhor ao seu próprio estado de carência; bem melhor do que aquela pessoa que já conheceu outras referências, e que, por essa razão, tem o poder referencial da comparação prática e factual. Se é ruim, mas não se sabe o que é bom; o ruim fica apenas algo que não é bom. Mas quando se conheceu depois do ruim algo que é arrebatante, então, o que fica é a comparação entre o ruim e o maravilhoso; e por tal comparação nunca mais se terá paz. Eu não creio que você tenha me relatado um encontro de amor, mas sim uma paixão sexual. Se vocês se amassem, por mais difícil que pudesse ser a situação, de um modo ou de outro vocês teriam tentado ficar juntos. Na realidade o que aconteceu é que vocês descobriram o prazer do sexo dos amantes proibidos, e que é o mais avassalador tipo de desejo sexual. De fato, se você for honesta, verificará que não pensa no “outro” como alguém com quem você deseje viver, mas sim como alguém que você gostaria de ter na cama. Na realidade, para você, todos os pensamentos sobre ele são de natureza sexual. Muito provavelmente, todavia, se a relação de vocês se tornasse “conjugal”, logo você veria que nem só de cama vive a mulher, mas também de todo o conjunto da vida. No entanto, é inegável o conflito que hoje assola você. E se seu marido não enxergar a sua necessidade como um privilégio para ele—o privilégio de desconjuntar você de prazer!—, a tendência é que você fique presa na malha da fantasia. O que de mais prático eu posso lhe dizer é que esse cara é apenas a referencia de prazer sexual que você tem, mas duvido que isto tenha a ver com amor. O que fazer? A primeira coisa é entender essa “saudade” do modo como acima descrevi. Ou seja: essa saudade é tesão; fruto de sua insatisfação sexual com seu marido. A segunda coisa é abrir o jogo com o seu marido (não falo de relatar nada do acontecido antes). Ele precisa saber que freqüência sexual mecânica não realiza ninguém. Aqui no site há um texto, em Cartas, intitulado “O que posso fazer com minha mulher na cama?” Pegue este texto, leia, e compartilhe-o com seu esposo. E diga que você quer crescer como mulher, e deseja que seja naquela direção. Ora, se ele não gostar da proposta, saiba, é porque deve haver alguma coisa errada com ele. Ou seja: o que vocês precisam é perder o pudor e tratar a questão de frente, com todas confissões de desejo e frustração, e com a afirmação de que você quer sentir a “gula” dele. No mais, não procure o cara. É claro que ele sente “saudade”. É claro que ele quer. É claro que se você disser que deseja ele vai querer traçar você. No entanto, nada haverá entre vocês que não seja apenas um caso sexual; e as conseqüências, essas sim, podem ser desastrosas. Resolva isto com seu marido. Mas se de toda forma ele se mantiver indiferente, diga a ele que para você essa é uma questão séria, e que você não quer passar pela vida carregando essa frustração desnecessária. Leia o texto que lhe recomendei, e faça isto junto com ele. Depois me escreva contando os resultados. Receba meu carinho! Nele, Caio 21/10/2004