MEU MARIDO ARMOU CONTRA MIM…
—– Original Message —–
From: MEU MARIDO ARMOU CONTRA MIM…
To: Caio Fabio
Sent: Thursday, October 21, 2004 1:01 PM
Subject: Abatidos, mas jamais destruídos!
Prezado Pr. Caio,
Gostei muito do seu livro “Tá Doendo”, que trata de como ficamos quando a cura não vem; e me sinto assim agora: tá doendo!
Tinha uma livraria evangélica e, por isso, acompanhei parte de suas lutas perante o povo, os líderes, e a mídia; e hoje me alegro em vê-lo bem e caminhando.
No meu caso, me separei há dois anos e tenho enfrentado muitas lutas com opiniões desencontradas de líderes e, até mesmo, ao meu ver, de Deus; pois tento caminhar corretamente, mas não vejo resultados positivos disso; enquanto outras pessoas sem compromisso com nada seguem vencendo, vivendo a vida do jeito que querem.
Separei-me de meu ex-marido por motivo de agressão, violência, adultério, mentiras e coisas do gênero, que ele já admitiu diante de pastores onde busquei ajuda; porém, ele conseguiu uma liminar na justiça, baseada em mentiras, para me tirar de nossa livraria. Assim, estou desempregada há sete meses, envergonhada como ladra, e ele com a administração da loja, ministrando em igrejas como pastor, me difamando perante fornecedores e amigos.
Tenho me mantido calada esperando uma ação de Deus para por fim aos desmandos deste homem, mas só o vejo conseguindo seus intentos, como se fosse um santo.
Queria ver Deus e seu infinito amor me honrando, revelando o caráter do meu ex-marido, trazendo luz sobre toda essa situação, pois, não agüento mais…
Já pensei em abandonar tudo: igreja, Deus, etc… e viver do jeito que quiser, livre de tantos “não pode isso, não pode aquilo”; sempre em pecado; sempre culpada por alguma coisa, de alguma forma; enquanto ele é grande ofertante em igrejas, e por isto está sempre justificado.
A igreja ainda vive de indulgências?!
Um pastor que nos acompanha disse que ninguém tem coragem de mandar os fiéis deixar a oferta e ir consertar com o irmão, por que senão ninguém vai ofertar.
Como vê, estou muito triste, desiludida e amarga. Sei que é difícil dar uma opinião sem conhecer muito os fatos, mas gostaria de sua atenção. Parece que a minha cura não vem. Preciso de paz!
Obrigada,
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Resposta:
Minha querida amiga: Paz e Confiança!
Nessa “cadeira” da escola da vida, e que trata do tema em questão, sem o desejar, acabei fazendo doutorado e phd.
O grande perigo disto é confundir Deus com “igreja”. Ora, uma coisa nada tem a ver com a outra. Deus é Deus, e vem dele esse tempo de libertação que você sente como “injustiça”.
A “igreja” é apenas um “grupo de gente”, algumas vezes um bom grupo, outras vezes um antro de doenças—hoje em dia o segundo caso é prevalente—; e é dessa doença que você está tendo a chance de ficar livre.
Releia a sua carta e veja como você diz que está tudo adoecido e, ao mesmo tempo, você tem inveja de seu ex-marido; esse ser amorfo e interesseiro, e que se dá bem no “meio” porque é legitimo representante de seu espírito e interesses.
Assim, você está com raiva do circo apenas porque perdeu o emprego, mas sente raiva e inveja do malfeitor que conseguiu tirar você da “parada” e continuar com a palhaçada.
Leia o salmo 73. Leia-o todo. E veja como a sua alma está ali, naquele ponto fatídico, no qual os “pés podem se desviar do caminho” do bem. Inveja dos malfeitores e de seu sucesso é câncer para a alma.
Pegue o que você está sentindo em relação à sua história, e multiplique por um milhão, e você vai ter uma idéia de como me senti…
No meu caso, tive algumas reações. No início não queria saber de nada, pois não queria nem saber o que os “amigos” diziam, nem o que a pastorada que me adulou décadas estava falando. Temia saber e ter vontade de bater, de dar uma surra, de pegar no braço, de arrebentar esses frouxos, que não agüentam nenhuma forma de enfrentamento comigo; nem frente a frente, para conversar; nem em qualquer forma de discussão; e nem tampouco no braço.
Em 1999 fiquei quieto na América, em depressão. Depois comecei a saber quem eram os que falavam e o que falavam, e tive vontade de “jantar os caras no braço”. Houve até um, bem amigo, quase filho, e que foi um traíra falso, e que por pouco não apanhou. De fato, só não apanhou porque virou franguinho, pois se tivesse reagido, teria ido pro hospital. Mas isto já faz anos, e livre fiquei desses sentimentos.
Antes disso, porém, assim que anunciei minha separação (e as razões dela, todas minhas), vi mesmo os meus mais contumazes detratores—como um certo “mala-qualquer-coisa”—, irem me procurar, com todo o carinho, certos de que não só estavam livres de minha presença no “meio”, como também, alguns deles, desejosos de ganhar uma graninha com minhas dores e tragédias. Queriam repartir o despojo!
O tal “mala” queria ser o “agente” da venda da “Vinde TV”, e cobrava 30% de comissão para vender. Um abutre rondando o cadáver!
Tenho os faxes dele, cheios de “boas intenções”, isto apenas porque pensou que eu estava “morto”. Descartei-o!
Quando ele soube que eu estava vindo da América para morar de volta no Brasil, em novembro de 1999, ele foi à televisão, apenas 9 meses depois de me procurar “bonzinho” e querendo ser “agente” bem remunerado da venda de meu canal de televisão, e despejou seu ódio, inveja e doença, dizendo que eu nunca mais poderia abrir a boca para pregar, e, literalmente, disse que eu tinha que “botar a bunda no banco e ficar calado para sempre”.
Ora, esse pequeno episódio deve ser somado a milhares de outros; sem falar naqueles que comiam no meu prato, e que contra mim levantaram o calcanhar.
De fato, eu tenho consciência; e a única coisa que eu queria era ser deixado em paz. Mas eles tanto não me deixaram em paz como também fizeram tudo para infernizar a minha existência. São criadores de histórias e ficções, e adoram a maldade e a conversação sobre a desgraça e acerca da dor alheia.
Vi que meu coração estava muito amargurado. E decidi resolver aquilo dentro de mim.
Hoje, sete anos após o ocorrido, lembro disso como história, mas já sem nenhuma emoção. E quem ganhou com isto fui eu.
Imagine! Se eu não tivesse ficado “duro”, e tivesse mantido a televisão, a revista, a Fábrica, a Vinde, e todas as demais coisas, e tivesse ficado com dinheiro, todos eles teriam ficado em volta de mim, e eu estaria no engano até hoje.
Dou graças a Deus por ter perdido tudo, pois, assim, aprendi muitas outras verdades que antes eu desconhecia; além de ter também sabido quem é quem; e também o que é que alimenta as “convicções” deles: poder, prestígio e grana!
A incoerência é crer e saber que tudo isto que está aí é nojento, e, ao mesmo tempo, querer um “naco” desse mercado.
Fique longe disso. Busque outra coisa. Se desejar—por amar aos livros—, abra outra livraria. Mas não se deixe controlar pela raiva da injustiça, pois, saiba: ela tem o poder de acabar com o coração da gente.
Com relação a “jogar tudo para o alto”—o tal do “não pegue nisto, não toques aquilo, não proves aquilo outro”—, Paulo disse em Colossenses que é pra gente “jogar pro alto mesmo”. Leia.
Deus não tem nada a ver com o legalismo evangélico, que é Lei de salvação e de santificação; e que desonra a Cruz de Cristo, onde tudo isto acabou; pois, agora, em Cristo, está tudo consumado e feito.
Sua fé ainda é “evangélica”, na pior perspectiva possível. E seus sentimentos e códigos de valores, também ainda estão impregnados dessas falsas importâncias.
Ame ao Senhor de todo o seu coração, e ame a Sua Palavra. No entanto, o Evangelho nada tem a ver com essas leis evangélicas; ao contrario, ele é a desconstrução total de todas elas.
Pense no que lhe falei, e cuide de seu coração!
O diabo mora nesse lugar existencial onde você está: nos porões da amargura, e nas orações por justiças vingativas.
Como eu lhe disse, já tive vontade de pegar alguns desses “franguinhos” pelo pescoço, mas jamais orei pedindo a Deus que os desmascarasse.
Nunca ore contra ninguém!
É muito menos mal desejar encontrar e dar uns cacetes no covarde e arrogante, do que orar com o ódio que pede a Deus que quebre o sujeito.
Também nunca odiei. Tive iras. Mas nunca dormi sobre elas. E bom foi para a minha alma que tenha sido assim.
Hoje, anos depois, dou graças a Deus que tudo isto passou. Mas sei como é viver sob essa amargura.
Ore pelo seu inimigo, e peça a Deus que derrame graça sobre ele. Peça a Deus que a verdade o atinja, e que ele a conheça, conforme os caminhos da soberania de Deus. Mas não dê idéia para Deus, pois, trata-se de propor vingança.
“A justiça do homem não produz a justiça de Deus”—nos ensina o Evangelho.
Medite no que lhe falei, leia o salmo 73, e depois me escreva.
Não odeie. O ódio mata a quem odeia, e dá poder para o inimigo!
A única forma de tirar o poder das mãos do inimigo é não odiá-lo e nem resisti-lo; afinal, quando ele é como é; é, de fato, como disse Jesus, um “perverso”. E o perverso a gente tem que resistir na paz, e seguindo o nosso próprio caminho, sem desviar o curso do bem em nossa vida apenas porque o perverso quer mudar o nosso caminho.
Eu vejo bondade de Deus, tirando você desses negócios que se fazem sob as mascaras da falsidade em nome de Deus. Até mesmo vender croquete na praia é ministério melhor.
Ah, só mais uma coisa: leia o site (www.caiofabio.com), pois sei que se você o lesse sua mente e coração já estariam mais pacificados. Leia que lhe será de grande benção.
Receba meu carinho e oração!
Nele, que não entrou na de ninguém,
Caio