SOU MULHER: É DURO COMEÇAR O ANO SÓ!
Pr. Caio Fábio,
É muito bom ter oportunidade de falar com alguém tão divinamente humano como você, e cada vez mais eu fico feliz pela sabedoria que o Senhor te deu e tem te dado.
Acho que estou passando pela síndrome de final de ano neste momento. Aliás, todo final de ano, temos a tendência em refletir nas nossas conquistas, desejos e fracassos; mas parece haver uma tendência muito maior em refletir nos nossos fracassos.
Sou uma mulher de 33 anos, convertida desde os 17 anos em uma igreja batista e, durante esse tempo eu pude experimentar várias mudanças na minha vida em todos os aspectos. Hoje eu tenho certeza que deixei de ser uma religiosa para experimentar, como você mesmo diz, a vontade de Deus na existência, e sei que cada vez mais tenho caminhado, conhecendo a mim mesma.
Construí um castelo muito distante da realidade, e só agora estou desmoronando este castelo dentro de mim. Sempre quis viver o amor, constitui uma família, ser feliz ao lado de um homem que eu amasse e fosse amada por ele. Sabe…? aquele sonho de véu, grinalda, virgindade… eu sustentei até os 30 anos de idade! Quase casava alimentada pelas vozes religiosas de profecias e conveniências da igreja, que se somavam a minha falta de maturidade emocional. Custei a vencer tudo isso dentro de mim, e, hoje, bem hoje, exatamente hoje, estou me sentindo só… em busca de um amor… mas as minhas tentativas de viver esse amor real sempre são frustradas.
Estava envolvida com uma pessoa, à qual me entreguei de corpo e alma acreditando que poderia ser uma relação promissora. Mas terminei o nosso envolvimento, pois, não pude chamar nem de namoro. Ele não permitiu que se tornasse um namoro, e agora estou extremamente carente emocionalmente e sexualmente. Além disso, estou vivendo em um Estado distante da minha família e amigos. Estou me sentindo muito só, e mesmo sabendo que ele não quer nada sério comigo, estou desejando que ele me ligue, que nós nos encontremos, fiquemos juntos, mesmo dizendo ao Senhor que tenha misericórdia de mim, e que eu sei que ficar com ele também é garantia de sofrimento… pois ele ao mesmo tempo que está presente, está ausente. É o homem do tipo que escorrega igual a quiabo.
Pra mim tem sido muito difícil essa solidão. Ontem mesmo disse ao Senhor em lágrimas que não agüentava mais viver isso, queria ter alguém ao meu lado, que me amasse, e lembrando-me do seu texto referente a Jabes… que ele pede ao Senhor que as suas conquistas não fossem a base de angústias, mais ou menos isso… eu assim falei ao Senhor.
Eu sei que hoje as relações amorosas estão muito incertas, mas o que desejo viver é uma relação segura, na qual pelo menos haja perspectivas futuras, e não algo que seja do tipo “só mais uma vez, amanhã talvez”.
Eu tenho uma amiga e conselheira que sempre me diz que Deus está no controle e está tratando comigo; e eu tenho certeza que Deus está no controle, mas eu realmente não entendo esse tratamento, também não sei se tenho que entender alguma coisa.
Já sofri e chorei muito com essas frustrações amorosas. Parece que me entrego muito fácil ao sentimento, e eu acho que os homens estão cada vez mais temerosos de se comprometerem. Então… eles ficam na base dos tribalistas… “eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo, e todo mundo é meu também”… Falo daqueles que estão fora dos nossos “arraiais”, pois, os que estão dentro, estão mais infantis e débeis ainda. Digo isso pois a pouco tempo pude vivenciar isso com um desses…
Ou então… o problema é todo meu e eu só atraio homens do tipo cafajeste ou do tipo débil.
Talvez sejam muitas as minhas questões, e talvez eu tenha sido muito prolixa. Mas é que os fios são tantos que eu não sei onde começou o nó destes fios e onde terminam.
Enfim, diante deste mini-livro, eu gostaria muito de ter uma resposta sua, apesar de saber que a demanda é grande e as questões de cada um também.
Receba o meu abraço carinhoso!
Você é um grande amigo, mesmo não me conhecendo.
FELIZ NATAL E UM ANO CHEIO DE GRAÇA E SABEDORIA NA SUA VIDA PARA LIDAR COM TODAS AS DEMANDAS QUE CHEGAM ATÉ VOCÊ.
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Resposta:
Minha querida amiga: Graça e Paz!
Cada vez mais percebo que o que falta é conectividade.
Ou seja: vejo um monte de gente boa sofrendo só… enquanto um monte de outros que também são gente boa sofrem do mesmo mal… e nunca se encontram.
No entanto, apesar de todas as facilidades de comunicação, tais “bons encontros” não acontecem porque as pessoas acabam, pela carência, se envolvendo com o “quebra galho”, e, assim, toda vez que a pessoa gente boa passa, se vê a mulher que aprecia, diz: “Já está ocupada…”; e, se é visto…, a pessoa que viu e está “ocupada”, diz: “Que pena que agora não dá…”
Portanto, enquanto a gente descobre um meio de ajudar as pessoas legais a terem pelo menos a chance do dialogo e do encontro, a melhor coisa a fazer é não “se alugar de temporada”.
Estamos ajeitando o site nos próximos três meses a fim de que o “Papo Afetivo”—no chat do site—, efetivamente ajude as pessoas a poderem encontrar e conversar com gente boa, séria, bem intencionada, e, genuinamente livre para poder conversar sem brincadeira.
No entanto, fique sabendo que se você não “se alugar de temporada” para ninguém, ainda esse ano você terá a chance de conhecer alguém muito legal.
Basta ficar livre até que um relacionamento sadio ganhe o direito de ocupar a sua vida!
Enquanto isto… conheça pessoas, mas não seja nem boba e nem ingênua… A moçada tá querendo é “pegar” mesmo! Por isso, não dê mole e nem seja fácil. As mulheres, muitas vezes, pensam que têm que aceitar a proposta—seja ela qual for—porque o “mercado está difícil”. Todavia, é essa tentativa de facilitar as coisas para os homens aquilo que mais “agalinha” os homens, e, também, paradoxalmente, mais torna a mulher inviável para o homem na hora em que ele quer uma coisa séria.
Somente quando as mulheres voltarem a não “dar mole” é que os homens verão que terão que fazer alguma forma de “up-grade” existencial e psicológico, deixando de lado a idiotice, a aprendendo o que é ser um homem de verdade.
Hoje todos os homens contam com o desespero das mulheres. E com a oferta que existe… imensa…, os caras ficam tranqüilos, sabendo que se não pegarem essa, pegarão aquela… e assim vai. Desse modo, tanto as mulheres vão se dissolvendo e ficando cada vez mais carentes, como também os homens vão ficando cada vez mais idiotados!
Leia o texto que está no site acerca de uma palavra minha às “Mulheres… e aos Homens também”. Ali expresso o que penso sobre o que está acontecendo hoje.
Além disso, sair de anos de repressão indiscriminada ligada ao sexo… como é o seu caso… gera, na saída, uma certa euforia-depressiva. De um lado aparece a certeza de poder andar com Deus pela fé, com bom-senso, conforme a consciência, no espírito do Evangelho. E isso gera alegria e euforia. Todavia, na mesma medida, surgem algumas vontades novas, e desejo de remir o tempo perdido, o que, muitas vezes, gera depressão, posto que a pessoa se sente como quem desperdiçou a vida.
Não mergulhe na euforia e nem na depressão!
Isso faz parte… e vai passar!
Este será um ano rico, para você, para mim, e para todos os que andarem no espírito do Evangelho!
Creia e viva!
Nele, que de fato cuida de nós,
Caio