SERÁ QUE ERA VERDADE PARA ELE?
Boa Noite Pastor! Caio, Há um processo de identificação tão grande com tanto do que está aqui exposto, que já me sinto em casa e Graças a Deus por essa casa! Pastor, meu marido após anos trabalhando fora, viajando, após tanta expectativa de volta definitiva dele para o lar, ele voltou para sair! Em princípio porque estava confuso com relação ao que sentia por mim, mas meu coração dizia que era algo mais, ou melhor: alguém mais! Acertei! Já na primeira semana ele começou a sair como se fosse solteiro, sem dar satisfação, sem me dar atenção, e eu fiquei esperando, achando que era um período de readaptação, normal, depois de tanto tempo vindo em casa duas vezes por mês. Hoje, é claro, tenho consciência do quanto suportei apenas para manter algo que só havia de minha parte. Quanto auto-engano! Eu me contentava com tão pouco. Ele me deixou à margem da vida dele e também não fazia a menor questão de participar da minha. Mas mesmo assim, eu o queria. Bem, o fato é que depois de duas semanas de um pseudo “conflito”, onde ele “precisava sair de casa para descobrir o que sentia por mim”, e tendo um comportamento não condizente com a postura do homem que eu amava e achava que conhecia, ele deu uma vacilada e me deu toda a certeza que precisava para encarar a realidade e manter a minha dignidade. Eu o confrontei com o fato, e ele, finalmente, admitiu que havia outra pessoa e queria continuar com ela; que não me merecia, enfim autocomiseração!… Pastor foi como um onze de setembro; uma dor que eu não sabia identificar o local, mas que verdadeiramente eu estava sentindo. A partir daí eu passei a me confinar no meu quarto; meu único espaço, mas sempre e em todo o processo eu busquei a Deus, pedi sabedoria e discernimento para todo o meu agir e falar dali por diante. Eu o perdoei, disse que o fato em si, não o torna melhor nem pior do que homem nenhum, que não queria saber dos detalhes, do passado, mas que queria viver o Hoje e como o hoje, estava insuportável, eu o pedi que em nome do sentimento que ele diz ter por mim, que é “muito forte”, e em nome do amor que eu sinto por ele, pelo bem estar e a preservação do meu filho e ainda, da outra pessoa, uma vez que eu não gostaria de estar no lugar dela—sim, eu o pedi que abreviasse a sua estada em casa! Falei tudo com mansidão, em amor; ele escolheu um caminho, eu escolhi O Caminho; e isto estava muito claro, pois, os nossos valores, hoje, são totalmente diferentes. Enquanto ele esteve fora (6 anos); ou seja, dos meus 32 a 38 anos, de um total de doze anos de convivência; eu tenho a consciência tranqüila diante de Deus e dos homens que eu o honrei e que por muitas vezes evitei situações e pessoas que pudessem vir a ser uma ameaça, mesmo que por maledicência alheia. Eu me privei, me recolhi. É fato que este tempo foi um tempo de encontro com o Deus meu, de mergulho na sua Palavra, de muita solidão e choro diante do Meu Consolador, e de querer mais e mais conhecer e me relacionar com o Senhor. Eu conclui o curso básico de teologia e comecei o Seminário, não objetivando ou almejando um ministério específico, mas tão somente dar vazão à sede de conhecer, saber mais, me capacitar para servir a Deus onde, quando e como Ele quiser, a começar pela minha própria casa. Quase não consegui concluir o 2o. período, por falta de concentração, por desmotivação; enfim perdi muito peso, não estou me alimentando bem (e olha que eu gosto de comer), não tenho dormido bem e estou intolerante comigo mesma. Fico me perguntando o PORQUÊ… da mentira, da rejeição, do desamor… Ele diz que não consegue me imaginar com outro homem, que gosta muito de mim, que pensa em mim todos os dias, que estou muito enraizada nele, mas que errou muito comigo e para que houvesse uma possibilidade de retorno ele teria que mudar. Ele disse que eu alcancei um nível de entendimento e amor que ele não entende; e que hoje é incompatível com o momento da vida dele, que quer fazer acertos, etc… Pastor, eu sei, conscientemente, que ele já me deixou há muito tempo e que agora eu é que preciso deixá-lo… Sei que leva um tempo e quero respeitá-lo. Mas as perguntas me bombardeiam: Será que foi tudo uma mentira? Será que fui um objeto descartável? Um brinquedo de estimação? Ele não poderia dispor de minha vida assim! E isso de certa forma faz com que eu me sinta culpada, fracassada! A última dele foi que “talvez me ame até demais”, mas no dia de ano novo eu liguei para ele, e quem atendeu foi uma voz feminina, que dizia ser a esposa dele! Dá para imaginar como eu me senti? E o pior: ele ao atender foi de uma ignorância, indelicadeza … eu nunca imaginei que ele pudesse me tratar daquela forma! Como se eu fosse uma qualquer que agora estava infernizando a vida dele! Ele deixa uma porta aberta e quando eu bato, ele me recebe com pedradas, porque está com uma visita muito importante! Dá para entender?! Pois, é Pastor, eu só queria entender o que se passa na cabeça e no coração dele! Pois a esta altura eu já não sei o que foi verdade e ele já me parece um estranho. Perdoe-me o desabafo, mas é que preciso reagir, pois o pior é que ele está com raiva de mim porque fui “inconveniente” em ligar para ele; ele quer inverter os papéis e eu tenho que admitir que ele sabe como fazer me sentir culpada! Amado Pastor, Obrigada por esse espaço. Eu só queria entender um montão de coisas …. Que Deus seja contigo até os dias de sempre! Uma das mensagens, suas, que mais me falaram nesse período, foi Joao 4, aquele diálogo entre Jesus e Samaritana … pois houve um momento em que perdi a minha identidade … Eu acho que Deus, providencialmente, está desconstruindo um altar e destituindo um ídolo em minha vida! Um grande abraço, e me desculpe; pois estou vomitando o que vem me fazendo mal. ___________________________________________________________________________________ Resposta: Minha querida amiga: Graça e Paz! Se foi verdade? Sim, pode ter sido; e, quem sabe, pode ainda ser, mas ele só vai saber disso quando estiver moído! Não é sua obrigação definir se era ou não verdade para ele. Era verdade para você, e isto é o que lhe basta. Quem trai, não trai o outro, mas a si mesmo. Você foi sincera com o que amava e cria. Fique feliz com a integridade de seu coração. A viagem dele será dura e difícil, e ele ainda vai chorar muito no caminho que escolheu… Nós, homens, temos pecado muito contra a sinceridade, e, considerado as nossas esposas como seres que foram feitos para agüentar nossas indecisões, experiências e aventuras loucas e infantis. Pobre de nós, homens! Pois estamos assinando o atestado de nossa eterna idiotice! Quem não quer mais ficar casado… deve dizer isso para a companheira. Mas nós, homens, freqüentemente somos covardes, e, assim, escolhemos o pior caminho: o da dissimulação! Você está limpa! Viva com o coração limpo, e agradeça a Deus por ter sido verdadeira com o que era verdade para você! Levará ainda um tempo até que ele aprenda o que amor e o que é verdade! A imaturidade masculina é assustadora, e o comodismo dos homens em relação ao casamento é desastroso. Tal imaturidade e falta de desejo de manter o vínculo, faz com que o indivíduo acabe por escolher o “caminho do garoto”: quando enjoa do brinquedo procura um novo! Somente as cacetadas da vida ensinarão tal homem o valor do que ele tem; e enquanto não sofrer muito, não aprenderá. Quanto a você, não precisa ficar refém dele, esperando a ficha cair… Siga o seu caminho, e se aparecer alguém sério, amigo, maduro, e que dê valor a você, e desperte em você aquilo que todo coração de mulher deseja, não fuja… dê a você uma chance! Se um dia ele ( seu marido) se arrepender, e você estiver naturalmente só, e ainda desejar dar a ele uma outra chance, que assim seja. Porém, não fique aguardando esse dia, pois, ele pode nunca chegar. Como disse Paulo: Como sabes, ó mulher, se converterás o teu marido? De fato, ninguém sabe. E se ele quis apartar-se, que se aparte. “Deus vos tem chamado à paz!” Não fique fazendo perguntas. Elas não têm fim, e têm o poder de amargurar a alma, e encher a pessoa de auto-vitimização. Fuja disso! Você está livre. Não mendigue o amor dele. Deixe-o seguir como ele bem entender. Demande dele apenas o que é “direito”: o sustento de sua filha, e as responsabilidades para com a casa. Isso é obrigação dele dar, e sem relutância. Proponha logo a separação. Ele precisa saber que você não está aí, de reserva, esperando uma chance de “entrar em campo”. Ele precisa se sentir inseguro e só. Sim, ele precisa saber com quantos paus se faz uma cangalha! Essa não é hora de questões, mas de ações simples, e sem nenhum espírito de auto-comiseração. Afinal, se é como é, Deus está devolvendo a você a sua liberdade. Aproveite-a de modo saudável! Receba meu carinho e minhas orações! Nele, que é o Seu Marido, conforme o profeta Isaías, Caio