TEM UM PASTOR SENDO O MEU DIABO NO VÍCIO
Pastor Caio, Socorro!!! Novamente estou aqui, precisando de um consolo, das suas orações… muito… porque já tenho com quem me abrir, uma vez que já me abri com o senhor, e encontrei novas forças, e novo sentido, porque o senhor tem a sabedoria vinda do Pai para nos ajudar psicológica e espiritualmente. Depois de trocar e-mails com o senhor eu melhorei muito. Puxa, como o senhor mesmo explicou, quando sabemos a verdade as pulsões vão se acalmando e as neuras passam. Pra ser bem sincera, não senti mais o desejo de me masturbar como fazia. Fiquei outra pessoa depois disso. Até ao ler algumas cartas de pessoas que tem pulsões sexuais e vivem dramas como eu, comecei a orar com mais ardor para que elas encontrassem esse alívio. Pois bem, ontem, exatamente ontem, estava fechando meu expediente, quando um rapaz com quem não falava há tempos no MSN, entrou e quis teclar comigo. O conheci numa sala de bate papo e fizemos amizade, mas uma amizade não muito boa, porque só falávamos de sexo. Encontrei nele uma pessoa compatível com meus desejos (dominador x dominada). Ele fazia meu tipo em tudo, e nossa dificuldade em colocar em prática era exatamente a distância (ele mora em Brasília e eu SP). Ele é casado e pastor. Por vezes eu quis saber o motivo dele fazer isso… Mas ele armava todo um jogo, que eu adorava, de fazer mistério sobre tudo. Obedecia à ele, mas quando desligava o computador, e via minha realidade, doía muito isso. Foi então que comecei a clamar à Deus por libertação disso. Ele então sumiu e comecei a namorar, e tudo estava caminhando bem. Foi quando escrevi para o senhor, na minha recaída, mas este mês passei tão bem, tão esperançosa. Então, eis que ontem, como num cenário, me aparece este homem para “acender” de novo. E o pior: ele me fisgou de uma maneira horrível… embora eu queira sair, mas estou gostando de tudo, sabe? Pastor, me ajuda. Ore por mim, pois estou tão confusa. Sinto que estou traindo meu namorado. Sinto-me presa de novo. Este homem diz coisas como se ele conhecesse minha alma. Eu até disse que ele era o diabo, para me atentar desse jeito. Me perdoa, por mais uma vez estar aqui. Mas estou desesperada, ao mesmo tempo que gosto disso. Me sinto uma vadia mesmo. Abraço, _________________________________________________________________________________ Resposta: Querida amiga: Graça e Sossego para a sua alma! Como já lhe disse antes, dado ao “abuso meigo” que você sofreu na infância, e, também, dado ao fato de que sua mãe gostava exatamente das mesmas coisas que você gosta e detesta, havendo ainda o fato de que ela era “vadia”, no seu modo de descrever anterior—aliás, você disse: “piranha”—, não é de admirar que sua alma tenha ficado viciada nas referencias sexuais da infância e da maternidade, e que a perseguem até hoje. Masturbação e dominação!—são as suas “taras”, e só são taras em razão das compulsões das quais elas se fazem acompanhar. Sim, como você foi “ensinada na masturbação” ainda bem pequena, e como você era “gentilmente dominada”, estabeleceu-se esse padrão de pulsão sexual que você tem declarado, e que tem, em si, um grande potencial compulsivo, embora você tenha dominado relativamente bem os impulsos até aqui. Saiba: isso poderia estar muito pior! Você é apenas uma menina viciada, não uma vadia. A vadia é viciada na vadiagem, no oportunismo, na brincadeira de variar, na vontade de ter muitos, e no desejo de não ter nada fixo com ninguém, contentando-se em se fazer desejar, e buscando gerar o máximo de excitação nas “vítimas de suas malhas”. Não é assim com você! Ora, uma vez que você já sabe como “operam tais desejos”—conforme expliquei a você antes, e conforme você lê aqui no site—, não é mais o caso de eu repetir o fenômeno, que eu sei que já está compreendido por você. Agora é outra hora, mais simples e mais prática. Eu sei o que o “pastor sedutor” disse a você. Afinal, sabendo do que você gosta e do que tenta você, todo pastor mal-intencionado vira o próprio diabo, dizendo a você tudo o que a sua alma feminina e viciada quer ouvir, não havendo nisso nada além da mais sórdida sedução e manipulação da alma de um outro ser humano, explorando sua carência e sua doença psicológica. E, sendo ele “pastor”, e você sendo “evangélica”, mas excitante ainda fica a provocação. Não vou dizer a você o que ele disse apenas para não me tornar explicito naquilo que eu e você sabemos o que é, e que não edifica. No entanto, quero que você saiba que esse cara é, para você, “um diabo”, e, como tal precisa ser tratado. Gente viciada não pode brincar com aquilo que é o vício. Uma pessoa viciada tem que ficar longe de tudo o que seja o vício. Assim fazem no AA e no NA. Sugiro que você adote os mesmos princípios em sua vida; a saber: 1. Vença o desejo de entrar no MSN cada dia, ou, então, “exclua” de seus contatos gente assim, sendo que o “pastor” precisa ser o primeiro a ser apagado e proibido de ter acesso a você, por qualquer que seja a via. 2. Não se considere curada nunca, ou, pelo menos, por um bom tempo. Sendo que em relação aos estímulos “virtuais” você deve saber que nunca mais deverá brincar com eles. No AA e no NA eles nunca dizem “nunca”, mas apenas um modesto “só por hoje”. Então, a cada novo dia, diga a você mesma— no caso de dar aquela vontade de praticar uma masturbação virtual ou de se deixar excitar por algum safado que diga como “dominaria você” e como a sujeitaria a ser “objeto de ardente desejo”, sempre dominada pelo homem— que é “só por hoje”; isto para que o “nunca” não gere aquele desespero do “nunca mais terei isso”… desespero esse que “o diabo” adora. 3. Você deve procurar um terapeuta bom e sério apenas para que você possa melhor trabalhar essas questões em você, e também para que você tenha com quem falar nessas horas. Outra possibilidade é entrar aqui no Divã do site, e abrir o coração sempre que houver algum desejo de “recaída”. 4. Envie essa minha carta para o “pastor” e diga a ele que se continuar você me dirá quem ele é, pois, lhe digo, eu, pessoalmente, farei uma visita “pastoral” a esse menino que brinca de pastor. Não julgue que isso é a-ético, posto que até aqui você não me disse quem ele é, mas ele precisa saber que não foi “ordenado” para “cativar mulheres sobrecarregadas por vícios”, conforme disse Paulo. No entanto, como se trata de vício, e como meu desejo é ajudar você, não se permita brincadeiras com fogo, e, portanto, diga a ele (envie essa carta a ele) que o assunto é sério, e que você, embora “tentada”, não brincará com a sua alma. Sim, ele precisa saber que não pode brincar de se excitar manipulando uma alminha cansada e desejosa de libertação. Quanto ao mais, re-leia as cartas anteriores, e continue lendo o site. Não ocupe a sua mente com o tema. Trate-se com leveza e sem culpa; digo: sem a culpa da vadia, posto que se auto-designar “vadia” faz de você alguém que carrega isso de modo “aceito” em sua própria natureza; e não é o seu caso. Namore. Seja normal. Desfrute a vida afetiva sem medo. Pois quanto mais aquilo que é normal e sadio tomarem conta de sua alma, mais essas pulsões terão sua energia vazada para o canal bom de sua sexualidade. Por favor, faça cada uma das coisas que lhe falei—incluindo enviar essa carta para o “pastor”—, pois, conforme diz meu pai, numa psicologia amazônica, “é paulada grande que mata a cobra”. Fique firme e não retroceda. Seu caminho será de total libertação, e tanto mais rápida será tal libertação quanto mais rápida for a sua decisão de não “barganhar com a doença”, nem mesmo um pouquinho, e isso, enganosamente, a fim de ver se já se “controla”. Vício a gente não segura com corda curta. Vício a gente deleta, exclui, e sabe que nunca na vida pode brincar com aquilo. Cada um de nós tem seus próprios vícios—nem sempre de natureza sexual—, e, portanto, tem-se que aprender a lidar com a nossa própria fraqueza, “vigiando e orando”, conforme ensinou o Senhor. A oração, todavia, não será pelo vício, pois, nesse caso, a oração que se fixa no objeto da tentação apenas produz um tesão mais carregado de força ainda. Ore por amor a Deus. Pense e busque as coisas que são lá do alto, conforme ensinou Paulo. Traga tudo para a luz. Não guarde um único lugarzinho de vício para você fazer gestão. Jesus disse que para salvar a totalidade do ser às vezes a gente tem que fazer certas “amputações” na existência, coisa como “cortar uma mão, arrancar um olho, ou mesmo arrancar um pé”, pois é melhor ser maneta, caolho, ou manco, e, ainda assim, preservar o ser interior como um todo, do que se permitir todas essas “exterioridades sensoriais”, enquanto se vai destruindo a solução interior do ser pela via da dissolução. Faça o que estou lhe dizendo e tudo ficará bem, em nome de Jesus. Receba meu abraço carinhoso, e minha certeza de que você ficará completamente livre disso. Nele, que anda com a gente nos processos desta vida, Caio