O MAR FOI DECLARADO MALIGNO



Querido e amado Caio: Graça e Paz (Rm 5.1)! Como vai amigo? Aqui estou cansado do vômito legalista que tive que ouvir numa reunião de “obreiros” (que tive que estar)…no domingo cedo… Pense nisto: alguém usando da oportunidade de “ministrar” comentou com exagerado orgulho que nunca tinha pisado na areia do mar, pois não se via desocupado ou disposto a cair em tentação… Que nuca tinha tido o desejo de entrar no mar, pois jamais colocaria uma bermuda diante dos homens… e que todas as pessoas que iam às praias colocavam somente uma tirinha para tampar os mamilos e que todo corpo ficava de fora… O que aconteceu com o bom senso? O que aconteceu com o respeito para com os outros? O que aconteceu com o que Deus criou para que os homens desfrutassem? Praia também é pecado no ponto de vista de todo fariseu… O homem não se deu conta de que auto-cargo no qual ele se colocou o põe quase na cadeira de Lúcifer… Pensei em falar… minha voz emudeceu de tanta dor…! Pensei em levantar a mão para pedir a palavra…falar algo…mas percebi que seria entendido e visto como um Tche Guevara… Caio, querer morrer nestas horas é pecado? Pois então pequei… Ao ouvir aquele homem não vi boas novas, mas um informativo funerário… Cara, estou mesmo muito, mas muito cansado…e pareço perdido… Por favor, ore por mim… Obrigado… Nele, __________________________________________________ Resposta: Amado amigo: Paz e Vida! Você viu que o homem disse que não faria nada que o fizesse “parecer ser…” , pois, para ele, o “parecer” é que é a ambição da vida. No entanto, você também, por mais enojado que esteja ou estivesse, também se conteve a fim de não “parecer” um revolucionário. Assim, de auto-contenção em auto-contenção, todos, até o mais sadio, se submete à loucura dos fariseus, posto que para enfrentá-los a pessoa tem que deixar de ter medo de “parecer” com isto ou aquilo, e, na Graça de Deus, simplesmente ser o que é, e conforme crê. Enquanto nosso enjôo for menor que nossa necessidade de “parecer ou não parecer”…, nada acontecerá. Nem comentarei as tolices que o fariseu disse, posto que elas já estão podres de tão velhas e adoecidas que estão. Além do quê, tal abstinência, apenas fará dele um fariseu branquelo e mais esquisito ainda… embora reinem no interior de tal homem as meninas de fio dental… e que são tão poderosas no interior dele quanto a rejeição que ele declara em relação a vê-las queimando-se livres na areia. Quero, todavia, comentar sua capacidade de se enojar sem vomitar. Sim, porque enjôo pede vomito. E pobres são aqueles que ao se enjoarem não vomitam, posto que o mal estar que se instala é de total congestão interior. Por que será que somente os fariseus têm coragem de dizer publicamente o que pensam? Por que será que aqueles que crêem na Graça de nosso Deus, conforme o Evangelho da Liberdade em Cristo, são sempre silenciosos e contidos? Meu amigo, chegou a hora! Aquilo que é dito no interior da casa precisa ser gritado do telhado. E quem desejar ter parte na verdade, tem que ter a coragem de botar a cara para fora e declara-la sem instinto de auto-preservação. Não se faz uma revolução sem o risco de perder a cabeça, a posição, os vínculos, a estabilidade, a segurança e a aparência. Não tome a minha palavra como negativa. De fato, apenas aproveito a oportunidade a fim de propor que você seja intrépido na fé, posto que a Graça de Deus não pode ser vã na nossa confissão. Enfrentar tais coisas é uma questão de não negociar o Evangelho da Graça e não fazer barganha com aquilo que está posto e revelado para sempre. Nunca mais se cale. Levante-se e proclame a verdade. E ela, a verdade, não tem a ver com ir ou não ir à praia, mas sim com o espírito que dá liberdade para que se viva no mundo de Deus, posto que em Cristo, conforme Paulo em II Coríntios, até o “mundo é nosso; e nós de Cristo; e Cristo de Deus”. Quanto a mim, são 14 horas do dia 16 de fevereiro, e o sol está lindo, e o mar geladinho… Por isso, eu vou levantar daqui e ir dar um pulinho na praia, e farei isto com muita gratidão Àquele que criou o mar, os rios e todas as fontes de água. Um beijão! Nele, que amava pregar nas praias da Galileia e andar com publicanos e pecadores, Caio