PASTORA E DIÁCONO: ELE ESTÁ COM MEDO DO INFERNO… I e II
—– Original Message —– From: SOU PASTORA. ELE DIÁCONO. ELE ESTÁ COM MEDO DO INFERNO… To: [email protected] Sent: Wednesday, April 13, 2005 10:48 AM Subject: Me ajude, não sei o que fazer Pastor Caio Fábio, Louvo a Deus pela sua vida e também pela maneira como Deus o tem usado para abençoar vidas. Sempre leio os artigos que estão em seu site e tenho sido ricamente abençoada por Deus. Quero compartilhar com o Sr. um dilema que tenho vivido. Há 1 ano e meio estou me relacionando com uma pessoa que se separou. Apesar de não ter sido alvo, sou apontada como alvo. Deixa eu explicar. É que essa pessoa é um primo (mas não de sangue) e nós tivemos um namorico de adolescência. Mas a sua esposa sempre jurou que ele nunca deixou de me amar, por causa disso, sempre fui apontada como sua amante, ficamos uns 10 anos sem nos encontrar (mas não eram encontros amorosos, eram encontros de família). Infelizmente, nos encontramos no enterro do padrasto dele (meu tio) e 2 anos mais tarde, coincidentemente, nos encontramos na casa de uma prima e descobri que ele havia se separado. Resolvemos namorar, entretanto o divórcio dele ainda não havia saído (como ainda não saiu). Os motivos pelos quais ele se separou era que sua esposa é frígida. Mantinham relações sexuais apenas 1 vez por mês. Ele chegou ao ponto de tomar remédios psiquiátricos. Deixa eu ir direto ao assunto que está trazendo muita amargura pro meu coração. Estamos freqüentando uma igreja evangélica, que nos acolheu com muito amor. Com relação aos problemas que existem no dia a dia de um casamento não temos tropeçado, a nossa casa é uma casa alegre e sempre temos amigos e irmãos que nos visitam. O pastor da igreja que freqüentamos é cunhado do meu companheiro, por conhecer toda a história e muito bem, resolveu nos dar apoio e nos ajudar em oração para que o divórcio saia e possamos regularizar a nossa situação. Acontece que o meu companheiro entrou numa crise agora, ele acha que se morrer hoje vai pro inferno. Também não está tendo paciência pro divórcio sair e assim assumir algo na igreja (nós dois sempre fomos ativos nos trabalhos do Senhor, ele era diácono de uma igreja e eu pastora em outra). Ele quer se separar de mim, diz que acredita que me ama, que será difícil viver sem minha companhia, que será eternamente infeliz por não me ter ao seu lado, está dizendo que descobriu que ninguém pode ser feliz completamente e que não quer mais carregar o peso de ir pro inferno. Por outro lado, eu não creio que separar seja a saída, acredito na misericórdia de Deus. Sabe pastor, também já tive outro relacionamento, e percebo que poucos casais tem a sintonia e sabem viver juntos, como nós temos vivido, a nossa vida é muito ligada uma na outra, sinceramente pastor, gostaria de ter forças para deixá-lo partir sem nenhum problema, mas creio que Deus ainda pode nos usar, juntos, para resgatar vidas. Sinceramente tenho orado para Deus abreviar os meus dias e não me deixar passar por esse momento de perdê-lo. Como o sr. vê essa situação? Será que há alguma saída? Se morrermos hoje, perderemos mesmo a salvação? Só para esclarecer um pouco mais, ele tem dois filhos (10 e 12 anos), que já freqüentam nossa casa, é claro que eles preferem que o pai se separe de mim, por que assim, acreditam que a mãe deles teria uma chance. Mas no geral nosso convívio é bom. A mãe dele e alguns irmãos estão orando por nós, e pedindo para a liberação do divórcio. Sou aceita por eles de uma maneira tranqüila, acreditam que o casamento dele com a ex só o fez infeliz, sofrem conosco por causa do nosso pecado de morar juntos. Também pastor, essa é uma questão que ainda está somente entre nós dois (a separação). Quero saber se esse relacionamento de mais de um ano, mesmo não sendo casado no cartório, não pode ser considerado um casamento? Me ajude, _____________________________________________________________________________ Resposta: Minha amada amiga no Senhor: Graça, Paz e Confiança! Estar no lugar em que você está, é muito complicado. Toda primeira mulher que fica com um homem depois de separado carrega essa pecha da destruidora de lares. Especialmente se tiver havido algum vinculo entre ambos antes, seja pela via de um namorico, de interesse, de um caso não resolvido, ou uma amizade ou parentela carregada de atração, como é o caso de vocês. De fato, as ex-esposas parecem se dar bem com as possíveis mulheres do ex-marido apenas quando a primeira que ficou com ele “já era”. Ou seja: da segunda em diante, em geral, as ex-esposas dão trégua; mas a que veio logo depois…, ah, essa sofre muito! Então, saiba: no que diz respeito aos problemas “sucessórios”…, a situação costuma ser complicada mesmo; isso mesmo quando é branda a resistência. Vocês não podem ser acusados de terem feito nada errado, ou fora da hora. Mas, psicologicamente, para a ex e para os filhos, é como se você fosse a responsável por tudo. Especialmente porque corria em família a historinha desse “cacho infantil” que vocês tiveram. O que me preocupa é o que está acontecendo ao seu companheiro. Isso porque a reação dele nos põe diante das seguintes possibilidades: 1. Ele é espiritualmente muito infantil e inseguro, e, por isso, sofrendo as conseqüências do divorcio—que são inevitáveis—, sente-se em pecado em razão das dores que experimenta; e, assim, acha que as coisas estão aflitas dentro dele porque Deus ‘é contra ele’…, ou, quem sabe, contra a união de vocês. Nesse caso, é puro infantilismo, seguido de uma consciência imatura, e que confunde angustias pessoais decorrentes da existência, com culpa e pecados espirituais imperdoáveis. Se assim é, então, saiba: ele precisa crescer na Graça e no Conhecimento de Jesus, posto que ninguém que de fato conheça a Deus e o Evangelho de Jesus carrega dentro de si qualquer idéia acerca da possibilidade de que a salvação seja “perdível”. Quem teme perder a salvação é porque nunca a encontrou como certeza na Graça infinita de nosso Deus. 2. Ele se arrependeu de estar com você e não tem coragem de dizer; então, apela para o medo de perder a salvação, como álibi para a situação de saída dele… Pode ser isto também, mas, caso o seja, melhor será que ele se abra e diga: “Olha, foi um engano!” 3. A menção que você fez da frigidez da ex-esposa dele e de sua inapetência sexual como sendo algo que levou seu companheiro a buscar ajuda em remédios de prescrição psiquiátrica, me faz perguntar também pela saúde psicológico dele. Digo isto porque há quadros de desordens psicológicas que, “em crentes”, se manifestam como medo de ter perdido a salvação, temor de ter pecado contra o Espírito Santo, e culpas sem fim… De fato, tais pessoas, têm quadros clínicos de natureza grave, mas que entre os evangélicos acabam maquiados de “conflitos espirituais”, quando, de fato, são neuroses, ou paranóias, ou até esquizofrenias que estão em processo. Portanto, seria recomendável que ele também fosse a um profissional da área psicológica—isto mesmo antes de ir a um psiquiatra—, a fim de ver se os ‘assaltos’ que ele tem são ou não psicopatológicos, e se apenas demandam psicoterapia ou se também precisam de reforço medicamentoso. Aqui estou dando a você possíveis cenários. Cada um deles tem de ser verificado. O primeiro é curável pela fé em Cristo, pura e simples (Afinal, em Jesus ninguém perde a salvação; posto que é impossível). O segundo cenário é uma questão de ser honesto consigo mesmo e com você, apenas dizendo: “Me enganei!” O terceiro cenário, porém, independe do resultado das duas coisas anteriores, demanda ação. Considerando o quadro de uso de medicação psiquiátrica anterior, bom seria que ele pesquisasse seu estado psicológico de um modo geral e começando já. Quanto ao “Cartório”, tenho dito aqui inúmeras vezes que Deus não é Tabelião e não vive de registros de certidão de casamento. Casamento … ou acontece no coração … ou não acontece em lugar nenhum! Não existe pecado antes do casamento. Existe é o pecado do casamento sem amor, e que acontece apenas em razão de outros interesses ou de acomodação. Um casamento sem amor e sem carinho é pecado. Uma união sem certidão de casamento, porém como amor, é casamento; e é santificada. Sem amor nada aproveitará…, nem o “casamento”. Pecado é viver e “amar” sem amor. Tudo o que não provém de fé é pecado, assim como tudo o que é feito sem amor, também é pecado e desperdício. Ora, não fazer nada por falta de amor, também é pecado. Viver é pecado se a vida não é vivida com amor e fé. Sem fé, tudo é pecado. E sem amor, tudo é desperdício. Eu gostaria de saber como os evangélicos conseguiram herdar do catolicismo todo esse apego à cerimônia de casamento, que, em tempos bíblicos, era algo completamente diferente! De fato, quando se trata de casamento, os evangélicos são completamente católicos. O que cabe ao seu companheiro é ser bom ex-marido e excelente pai, para com a ex e os filhos. E, para com você, cumpre a ele saber se a ama e se quer viver com você. Se a amar e quiser estar junto, não peca. Peca, porém, se no ato de ficar com você ele se tornar negligente com os compromissos assumidos anteriormente; especialmente de cuidar da ex-esposa enquanto ela precisar; e cuidar dos filhos para sempre. Quanto ao mais, havendo amor, que a certidão de divórcio venha quando der…, mas que ninguém se sinta em pecado por essa razão. Pensar em Deus como alguém que mandaria um cara pro inferno por causa de um divorcio ou da falta de certidão de divorcio é a coisa mais demoníaca que se poderia atribuir a Deus, visto que pensar Nele assim é como atribuir a Ele características do diabo. Boa parte do que os evangélicos chamam de ‘caráter de Deus’, de fato, nada mais que algo que deveria ser classificado como ‘a natureza do diabo’. Sem saber, muitas vezes, os evangélicos atribuem a Deus sentimentos e juízos que são apenas peculiares à pessoa de Satanás. Chamar alguém de “Deus” não o faz Deus, se os conteúdos aos quais fazemos referencia relacionados a esse “Deus” são de natureza demoníaca. Assim, o “Deus” de muita gente é o Diabo, posto que chamam ‘aquilo’ de “Deus”, mas aquilo que a tal “Deus” se atribui é de natureza diabólica. Voltando a vocês… Conversem com calma e com sinceridade. Não o oprima para continuar a relação. Se você sentir que ele está inseguro, deixe-o livre. Mas se você perceber que ele de fato ama você, estando apenas confuso e tendo em si mesmo alguma forma de fraqueza emocional—que o fragiliza na hora do ‘tranco’—, então, ajude-o; e, entre outras coisas, tal ajuda virá da paciência que entende o processo natural das coisas; e que também se dispõe a ajudar de modo prático, com ajuda e acompanhamento médico. Um divorcio é sempre um grande trauma, e ninguém passa por ele assobiando…; e, se o fizer, é porque é cínico e insensível. Pense no que lhe falei e me escreva. Um forte abraço! Nele, em Quem ninguém perde nada, Caio Ps: Se vocês dois lessem este site, e nele se aprofundassem, mergulhando em tudo o que está aqui, por certo nem você nem ele teriam tais conflitos. Portanto, leia o site. Entre fundo. Uma pastora tem que ter aprendido para si mesma, no mínimo, que, em Cristo, não se perde a salvação. A única salvação que funciona como “…iôiô…” (… vai e vem…) é a salvação da “igreja”; que é uma salvação ‘negociada’, ‘barganhada’, cheia de ‘regras’, e extremamente fraca…; tendo-se que fazer novas negociações com ela de tempos em tempos…; posto que ela pode simplesmente ser ‘retirada’ se algo acontecer a pessoa. Nesse caso, a ‘salvação da igreja’ só salva a quem não precisa de salvação. É o que Jesus disse: “… os são não precisam de médico…” Assim é na “igreja”. Ela só “salva” que não precisa; e, ferra, a todo aquele que de fato precisa. Leia o site e você entenderá. _____________________________________________________ —– Original Message —– From: To: [email protected] Sent: Friday, July 22, 2005 12:52 PM Subject: Re: SOU PASTORA. ELE DIÁCONO. ELE ESTÁ COM MEDO DO INFERNO Querido pastor Caio, Como tinha lhe prometido, escrevo para lhe dar notícias. Graças a Deus, conseguimos chegar a um acordo. Seguindo seu conselho, nós realmente conversamos, esclarecendo pontos do nosso relacionamento e pedi a ele que ficasse bem livre para fazer sua escolha. Dei a ele liberdade para escolher não ficar ao meu lado. A princípio, decidimos que eu iria passar uns tempos fora… assim daria tempo para que esse divórcio se resolvesse e também seria uma forma de acalmar os ânimos da família, que estava bem exaltada naquela época. Também achamos que seria um tempo para decidirmos se queríamos continuar juntos ou não. Pensamos que assim seria mais fácil nos separar. Nessa nossa conversa tentei lhe mostrar também que ao olhos de Deus nós já estávamos casados, que desfazer uma relação que estava dando certo por causa da sua consciência religiosa não seria a nossa solução. Tomada essa decisão, fui para oração, pois no meu íntimo, não estava concordando. Pedi a Deus que falasse algo ao coração dele, pois sempre achei que valia a pena investir na nossa relação. Confesso pra você que concordei apenas para lhe dar liberdade de escolha, mas o que eu queria mesmo era ficar pra sempre ao seu lado. Pouco tempo depois fui surpreendida pelo meu marido, que a cada dia foi voltando a ser o meu “amado”, a cada dia fui notando uma mudança nele em relação a mim. (Nesse tempo eu já estava me preparando para viajar… passaporte… estadia lá… agências…) Confesso que sofri muito, imaginando que iria embora, que deixaria pra trás o sonho de estar pra sempre ao seu lado. Quando num dia ele me chamou pra conversar e me surpreendeu dizendo que tinha descoberto que não queria viver sem mim. Que eu iria viajar somente se fosse da minha vontade, mas o que ele queria era que ficássemos juntos, lutando pela nossa felicidade. Disse também que sua ficha caiu, viu que o “nosso casamento” só lhe fazia bem e que “eu” não era a causa maior de seus problemas. Aproveitei essa deixa e lhe propus uma outra opção, que você me deu, que era procurar ajuda médica. Ele topou na hora e já está fazendo tratamento. O médico descobriu que ele está com “depressão”, o afastou do trabalho e estamos juntos no propósito para sua cura. Estamos freqüentando uma igreja que nos acolheu com muito amor e graça. Eles estão conosco orando para que as portas venham se abrir mais e mais. Só tenho que lhe agradecer por sua ajuda. No momento o que posso fazer é orar e pedir a Deus que continue lhe ungindo, capacitando e trazendo sobre você a provisão Dele (em todos os sentidos). Um grande abraço, meu irmão e “pastor”. Se você não se importar, quero lhe dar notícias sempre. Bjs ________________________________________ Resposta: Querida amiga: Graça e Paz! Fico feliz que uma separação a menos tenha acontecido. Digo isto porque sei o significado doloroso disso, e, também, porque sei que quanto mais simples, contínua, com a mesma pessoa, e com a mesma história for a vida e o casamento, tanto melhor será a vida conjugal e amiga, isto se ambos se amarem de fato. Diga a ele para não parar o tratamento! A depressão dele é já o resultado natural da viagem que ele fez, emocional e afetivamente falando. Vão ficando pedaços para trás, e a alma os reclama com força; por vezes insuportavelmente. Conte com minhas orações! Mande notícias! Nele, Caio