SEM NEUROSE E SEM COR
—– Original Message —– From: SEM NEUROSE E SEM COR To: [email protected] Sent: Tuesday, May 17, 2005 1:58 PM Subject: A neurose que passou… Oi Caio. Vi hoje a re-publicação duma resposta muito carinhosa sua para uma fase em que eu me preocupava com a tal santidade. Saiu com o título “Neurose de Santidade”. E daí, do alto da minha dor de cabeça que não passa, eu li tudo de novo, e pensei: “Engraçado como isso não me afeta mais…” (…) “Engraçado como isso era tão importante à época…” Assim eu vejo mais uma fase que foi. Mais um percurso que se encerrou. Tanto quanto aquele outro percurso sobre o qual lhe escrevi: falo das mensagens angustiadas que te mandei logo após a minha saída da igreja onde eu congregava. Cara! como o tempo levou tudo isso embora… Como as coisas — quase todas as que se referem a fé e outras instâncias — estão sem cor pra mim hoje. Mais um percurso? Talvez! Beijo grande. __________________________________________________________ Resposta: Querido amigo: Graça, Paz e Vida! Quando eu era menino minha impetuosidade era maior do que hoje em dia, é claro. Por isso meu pai vivia me dizendo para “não jogar o menino, a bacia, a água, e a barata, juntos, pela janela; mas antes, insistia em que eu “tirasse a barata, trocasse a água, e desse banho no menino”. Vejo que aparentemente você jogou o menino, a bacia, a água, e a barata; juntos, pela janela. E por quê? “Como as coisas — quase todas as que se referem a fé e outras instâncias — estão sem cor pra mim hoje.”—foi o que você disse. Antes, eram neuroses de santidade. Agora, porém, é uma vida incolor. De fato, provavelmente, depois de ter se sentido oprimido pela religião, infantilmente, você misturou Deus com esse fenômeno humano; e, assim, pela decepção com a “fé” (como corpo de doutrinas e tradições), você se desromanciou em relação a Deus. É isso que vejo acontecer toda hora com as pessoas, especialmente se o que tinham de mais forte na vida era uma experiência religiosa, e não uma vida profunda com Deus. Portanto, eu lhe digo: é claro que isso é uma fase, e que tem que acabar agora. E por quê? Porque você não viveu neuroticamente em nome de Jesus, sem conhecer a Graça de Deus como paz e liberdade, para, depois de ficar sabendo, se jogar numa fase espiritual do tipo anti-pablo-picaciana: “sem cor”. Não! Não lhe disse que não era daquele jeito a fim de que você ficasse de jeito nenhum. Quando lhe disse o que santidade não era, também lhe disse o que era. E me custa crer que você tenha dado a sua alma ao que não era, e, agora, relute em se entregar ao que é; e que não adoece ninguém. Não sei se sua declaração final teve esse peso todo. Todavia, mesmo correndo o risco de ter entendido mal, ainda assim, desejei muito deixar com você esta palavra. Receba meu beijo, carinho e amor! Foi para a eterna ‘crescência’ que Jesus nos chamou, Caio