PROFECIA COM MEL



—– Original Message —– From: PROFECIA COM MEL To: [email protected] Sent: Thursday, May 26, 2005 9:44 AM Subject: Estrada, Anápolis e CAio Olá, Desde a adolescência Caio exerceu fascínio sobre mim com suas explanações moderadas, exuberantes e altamente espirituosas. Há alguns anos vi/ouvi Caio em Goiânia e não me esqueço de cada detalhe de sua explanação. No entanto lembro-me de um Caio ainda atrelado a dogmas e à necessidade de dar satisfação aos homens. Quando saí de Goiânia para ver/ouvir Caio no último dia 23/05/05, em Anápolis, fui atraído pelo conteúdo do site e por tudo o que já tinha visto durante os anos, acompanhando sua trajetória. Cheguei atrasado, sentei-me no chão; porém o que encontrei foi um Caio entregue ao Caminho da Graça, altamente contagioso. Sua explanação sobre Pedro e Mateus, Jonas e Ninivitas, Amor incondicional e Doação sem Trégua, foi envolvente; e elevou a todos a um nível superior do Conhecimento de Cristo. Palavras simples, singelas, provocantes e objetivas que deixarão marcas em minha vida. O que não é capaz de fazer ao homem a vida, as agruras da mesma e a experiência prática do Evangelho!!! Obrigado Caio por deixar ser usado e por deixar ser instrumento do Espírito. Aguardo ansiosamente os próximos encontros. Em Cristo, Fernando Lemos Goiânia – Goiás ____________________________________________________________ Resposta: Querido amigo Fernando: Graça, Paz e Alegria! Obrigado pela sua cartinha tão meiga e singela, cheia de amor fraterno, de esperança, de estimulo, e de alegria pelo que é do Reino; e pelo que é simples como ele é. Cresci entre cristãos. Desde menino que eu sabia que uns não se davam muito bem com os outros. Naquele tempo era apenas por causa de doutrinas: os presbiterianos se orgulhavam de sua teologia e seu modo de governo. Os batistas achavam que somente eles, pelo seu batismo em imersão, eram os verdadeiros discípulos de Jesus (e não aceitavam transferência de outros crentes sem rebatizá-los, como também só davam a Ceia do Senhor para batistas “da mesma fé e ordem”). Os pentecostais julgavam que os demais crentes eram, na melhor das hipóteses, “salvos como que pelo fogo”; visto que eram carnais, posto que não falavam em línguas, não davam ênfase aos milagres, e não eram “batizados com o Espírito Santo”—fato esse ‘comprovado’ pelo falar em outras língua. Havia também os “renovados”, os quais haviam acabado de sair das igrejas chamadas históricas ou tradicionais (especialmente os presbiterianos, os batistas, e os metodistas); e diziam ostensivamente que os que haviam ficado para trás em Sodoma e Gomorra (as demais igrejas), se tornariam como estatuas de sal, à semelhança da mulher de Ló. Quando eu comecei a pregar, em 1973, o clima era esse. Lembro do dia em que fui chamar um pastor de uma Igreja Batista Regular, em Manaus, para fazer parte de um evento que eu estava encabeçando, e que visava evangelizar a cidade, num esforço unânime de todos, e com os chamados ‘decididos’ sendo enviados para a igreja mais próxima da casa deles; ou, no caso do ‘decidido’ ter sido levado por um amigo, ele seria encaminhado para a comunidade que seu amigo freqüentasse. “Mas não podemos! O irmão é uma exceção: é um jovem de Deus. Mas nem eu posso explicar isso. Nós somos do ‘rastro de sangue’; somos o único grupo que sustenta as doutrinas dos apóstolos; nós somos o único Corpo de Cristo. Vocês, na melhor das hipóteses, são apenas ‘família de Deus’; mas não são Corpo de Cristo”—disse-me o pastor. Daí em diante fiquei sabendo na carne o quão tomados pelo espírito de seita os evangélicos eram; mas não me abati; pois, de coração, acreditei que eles eram assim por ignorância apenas; e que se a verdadeira Palavra lhes fosse ministrada, não era possível que continuassem a se deixar levar por tamanhas tolices cósmicas. Desse tempo em diante fiz tudo o que pude para manter todos os diferentes sendo respeitados, e, de minha parte, aproveitando toda a abertura que eu tinha entre todos, a fim de tentar quebrar aquelas bobagens, as quais eu cria que impediam o avanço do Evangelho no Brasil e no mundo. Foram quase 30 anos tentando. As guerras de antes deram lugar a outras guerras. Com a abertura política na década de 80, então o que antes era apenas discussão doutrinaria de meninos, foi substituído por outros temas; agora, todos eles de natureza política; havendo a maioria ficado na “direita”, uns poucos na “esquerda”; e, entre eles e suas brigas, lá estava eu; fazendo de tudo para dizer e provar com a vida que o Evangelho não entrava naquelas disputas e nem se empenhava por aquele tipo de poder. Mas nada adiantou: as cobiças e as depravações de natureza política apenas aumentavam; e com isto só crescia mais e mais a avidez gananciosa dos lideres evangélicos. Aí então chegou o caterpila da Universal, e todos os “evangélicos” entraram em pânico. Foi criada a AEVB a fim de dar identidade aos evangélicos. Todavia, os interesses econômicos e financeiros de muitos, os quais viam nos métodos agressivos e extorsivos da IURD uma ‘mina de ouro’, fizeram com que o protesto da AEVB fosse engolido; sem falar na quantidade enorme de membros da AEVB que diziam que não concordavam com o que “eles” faziam, mas que não poderiam ir contra, pois, nesse caso, poderiam perder dinheiro e mantenedores. Aí por 1994 eu já havia interiormente jogado a toalha e desistido da luta; pelo menos daquele luta; ou de qualquer luta que dependesse do bom senso “evangélico”. Para mim, como movimento histórico, os “evangélicos” se haviam tornado tão viciados, e tão alienados do que era o Evangelho, que minhas esperanças se desvaneceram. Então, olhando à volta, perdi de todo o estimulo, posto que tirei o olhar de onde meu ser se fixara desde o início—o Evangelho do Reino—, e, assim, entreguei-me à tristeza de pensar que doara a minha existência a uma causa medíocre e perdida. Depois veio o Dilúvio enviado por Deus para me livrar das cadeias que a minha história com os evangélicos significava para mim; posto que se de um lado eu não cria em nada daquilo, pois julgava que era algo contrário ao Evangelho; de outro lado, eu também, por mais livre que fosse, me condicionara a um monte de impedimentos: tudo para não ofender a eternamente infantil e escandalizável mente “evangélica”; a qual só era capaz de se escandalizar com a verdade; posto que todo e qualquer pacote de mentira e ilusão eles compravam sem nem mesmo abrir. Fiquei dois anos e meio calado. Depois voltei a pregar bem devagar, quase que arrancando a mensagem de dentro de mim, tamanha era ainda a dor em razão de tudo o que havia acontecido; e, sobretudo, em razão da descoberta de que havia muitos lideres felizes com o que me havia acontecido. Devagar Deus foi soltando as amarras de minha alma e me restaurando a alegria. Isso não sem lutas, choros, perdas, lutos, angustias, tristezas, julgamentos sem fim, e o susto de ver que as pessoas faziam tudo para não me reconhecer, nem tampouco lembrar a vida inteira doada à causa deles. Então, eu realizei que lutara uma luta inglória, que aquele não era o bom combate, e que o Reino de Deus não passava por ali; não daquele modo! Hoje, estou livre! Nunca senti tanto prazer, leveza, naturalidade, simplicidade, e alegria em pregar a Palavra como agora! O que Deus vai fazer, eu não sei. Mas sei que tenho grande prazer em ser parte da Voz, do grito de amor, do clamor pela conversão; e, sobretudo: do anuncio da verdadeira Vida; da eterna Boa Nova; do Evangelho que nos foi entregue de uma vez e para sempre; e que será anunciado como testemunho a todas as nações. No mais, sou Evangélico porque creio na qualidade que se deriva do Evangelho; mas quando “evangélico” significa a designação do movimento que eu acabei de descrever superficialmente, então, não sou “evangélico”; posto que o nome é bom e lindo, mas a pratica “evangélica” é estelionatária em relação ao Evangelho; pois tudo o que não há no movimento “evangélico” é a qualidade daquilo que é pertinente ao Evangelho. É, portanto, uma grande falsificação! Em meio a tantos anos de esforço e trabalho com os “evangélicos”, também fui vendo que as pessoas são boas e querem o que é bom, mas que os lideres as estragam e corrompem, em razão de seus interesses pessoais em poder, dinheiro, influencia e conforto. Minha oração hoje é que Deus reúna o Seu povo sob a bandeira da Graça de Jesus! Como Ele vai fazer isso, eu não sei. Mas me ofereço a Ele todos os dias para estar nem que seja na beirada dessa onda eterna de Seu insistente e imorredouro amor pelos homens; até pelos “evangélicos”. Eu creio que o melhor de Deus ainda está adiante de mim! Espero que juntos possamos ver um grande banho do amor de Deus se derramar pelo chão de nossa terra e de todo o mundo, antes que o Senhor venha. Maranata! Receba meu beijo afetuoso! Nele, em Quem de troncos considerados mortos e decepados nascem rebentos e renovos de Vida, Caio