PRÉ 64: ENTRE O NADA E O COISA NENHUMA
—– Original Message —– From: PRÉ 64: ENTRE O NADA E O COISA NENHUMA To: [email protected] Sent: Tuesday, June 28, 2005 3:43 PM Subject: Olha só… Viu? Caio, o que é isso? Entre o nada e o coisa nenhuma? Pré 64? A marcha pela família e a propriedade…? Falta proposta… Que tal transformar corrupção em crime hediondo? Leia: ____________________________________________________________ (Li, e fiz cortes; pois meu interesse ao responder não é afrontar pessoas, mas apenas debater idéias. E como a menção de nomes quase sempre faz acirrar sentimentos muito pessoais, evito a menção de qualquer nome de pessoa ou instituição) ____________________________________________________________ Prezados amigos, Estou lhes enviando este e-mail com endereçamento a mim mesmo e com cópia oculta a todas as pessoas de meu mailing list. Dessa forma não haverá problema de segurança quanto ao endereço de todos. Estou envolvido com uma entidade não governamental denominada Democracia Viva, cujos objetivos maiores podem ser definidos como aqueles que apontam para alguns princípios gerais e de interesse de todos os cidadãos de bem de nosso país. Em linhas muito curtas, a organização do movimento pretende entregar um manifesto juntamente com milhões de assinaturas que estão sendo coletadas em todo o Brasil ainda em meados de julho. A forma encontrada foi a de estabelecer princípios de distribuição entre pessoas e entidades ligadas por laços de parentesco, afinidade, etc. Dessa forma, muitos poderão coletar pouco individualmente, somando muitas assinaturas ao final do processo. As seguintes autoridades receberão o documental e as assinaturas: Deputado Severino Cavalcanti (presidente da câmara de deputados), Senador Renan Calheiros (presidente do senado), Márcio Tomás Bastos (ministro da justiça) e Luiz Inácio Lula da Silva (presidente do Brasil). Todas as informações recebidas através de juristas e políticos dão conta de que algo assim terá um impacto significativo em Brasília. Um sinal estará sendo emitido: a sociedade civil está se organizando e exigindo como nunca antes em sua história que todas as formas de sofrimentos desnecessários cessem em nossa pátria. O movimento prima por algumas características: 1. é organizado e conduzido pela Igreja P. da B., mas não guarda características de movimento religioso sectário nem de pregação religiosa; 2. tem fortes motivações políticas, no sentido estrito do termo, mas não tem nenhuma vinculação com a política partidária brasileira ou de fora do país. As pessoas e autoridades a serem contatadas o serão por representarem o Estado em alguma esfera e não seus partidos ou ideologias; 3. mantém seus pressupostos cristãos, mas integra pessoas de todo o Brasil que, deixadas à parte as diferenças menores, sejam elas religiosas, confessionais, político-partidárias, sociais e tantas outras, queiram unir suas vozes num coro democrático que clame por justiça e pela observância das leis instauradas; 4. o movimento nos lembra a todo momento que somos eleitores e que muito do que ocorre é por nossa falta. A forma encontrada para protestar é legítima, legal e democrática. Tem encontrado vozes de apoio em todo o Brasil, inclusive em altos escalões públicos e privados. Com base em tudo isso, aí vai meu pedido aos amigos: ajudem-me a coletar assinaturas. Cada um pode imprimir pelo menos uma via do anexo e proceder assim: 1. pedir a pessoas de seu relacionamento para preencherem com nome legível, assinatura e número de identidade (sem essa qualificação básica não terá validade). Tentar preencher a lista até o final, com 25 assinaturas; 2. tais pessoas terão de ser maiores de 18 anos; 3. cuidar para não haver duplicidade entre as pessoas de seu contato; 4. devolver a(s) lista(s) assinadas até 11 de julho, uma segunda-feira, através dos seguintes meios: a. mandar um e-mail ou telefonar para mim para que eu a(s) pegue com você b. postar para… (jsv- Endereço:….) 5. quanto mais listas, melhor. Meu objetivo é colher 100 listas dentre os meus amigos, parentes e pessoas comuns de meu relacionamento. Por fim, o que posso fazer antecipadamente é agradecer a cada um de vocês e, mesmo me conhecendo, caso tenham achado inoportuno este e-mail, por favor apenas o desconsidere. Abraços a todos, Pr. KHD ____________________________________________________________ Agora leia o texto do abaixo assinado: Exigências da Justiça Cristã A verdade que recebemos, nossos valores, e a memória das lutas de nossos antepassados, não nos permitem aceitar a vida no sofrimento, na miséria e na injustiça em que vive a imensa maioria do povo brasileiro; nem, por igual razão, a criminalidade e a violência que assolam o país. Repudiamos as ações de corrupção que aviltam os diversos setores da administração pública, bem como todos os atos daqueles que buscam o enriquecimento fácil, à custa da pobreza e miséria do povo. Não aceitamos a impunidade dos crimes que têm marcado nossa história. Exigimos que os Poderes da República cumpram, e façam cumprir, a Constituição. Exigimos dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, em todos os níveis: Federal, Estadual e Municipal, o compromisso total com soluções justas para as angústias da hora presente. Reivindicamos o fim da impunidade pelo aperfeiçoamento do nosso sistema jurídico-legal, visando a devida atribuição de responsabilidades a quem de direito, de modo adequado e oportuno, principalmente no que tange aos crimes contra a vida e o bem público. Apelamos ao governo pela criação de condições de moradia, saúde, educação e trabalho condizentes com o valor inestimável da pessoa humana. Assim agimos por julgar que uma Nação tão rica como o Brasil pode propiciar aos seus filhos melhor qualidade de vida, se houver determinação e empenho em combater o flagelo da violência, corrupção e impunidade, e prover moradia, saúde, educação e trabalho para todos. ___________________________________________________________ O que é isso, companheiro? Abraços, ___________________________________________________________ Resposta: Meu querido amigo: Graça e Paz! Fiquei sabendo do movimento em Brasília, na semana passada, por duas pessoas que haviam me informado que o tal projeto havia agora ganho novos contornos, e que haveria de ser encabeçado, não por uma igreja e muito menos por um pastor, mas por um grupo de pessoas, sem cor ou forma institucional; ainda assim, todavia, manifestando-se em nome da Igreja. Eu já fui pai e mãe de muitos manifestos feitos em nome da Igreja. O problema é que a Igreja não faz esse tipo de manifesto, mas apenas a “igreja”. A Igreja não faz esse tipo de manifesto porque ela sabe que seu papel é pregar a Palavra em meio ao Cenário, mas não se oferece para organizar o inferno. Literalmente a Igreja deixa os mortos sepultarem seus mortos. E, nela, cada um se manifesta como cidadão, e nunca em nome de nada que seja “Reino de Deus” ou “igreja”. A Igreja sabe que Política e política são coisas para serem apenas feitas em nome do homem, e de seus ideais, mas nunca em nome da fé, muito menos chamando para a “igreja” a missão de “exigir” o que ela mesma não faz, nem dentro dela, nem dentro de seus muros, nem na sua pequena contabilidade, nem nas suas próprias obediências legais a ritos de natureza jurídico-imediata, nem de distribuição de renda em si mesma, nem na prática da verdade, nem como expressão de uma genuína preocupação social no “dia-a-dia” da miséria humana; mas apenas quando a “mídia dita a pauta”. A Igreja, nessa horas, oferece a cara individual (cada pessoa; como sal e como parte de ser quem é, e estar onde está); e oferece o testemunho do Evangelho; pois sabe que as Políticas de Deus são diferentes das Políticas dos Homens. Ou seja: diante de todos os Julgamentos a Igreja é chamada a ficar como Jesus! Em Seu próprio Julgamento Ele fez silencio. E no de outros, Ele disse: “Quem estiver sem pecado seja o primeiro que atire pedra…”; ou: “Quem me constituiu juiz e partidor entre vós?” Assim, Jesus diria aos amados irmãos do manifesto: “Deixem que os abutres julguem os abutres. Quanto a vós outros, ide e pregai o Reino de Deus. A “igreja”, todavia, é assim: ela não tira a trave de seu próprio olho, enquanto se oferece como Oftalmologista do Mundo. Sim, a “igreja” pensa que enxerga pelo mundo, enquanto não vê a si mesma. O que a ‘igreja” não admite é que ela só se manifesta sobre aquilo que já está “manifestado” em todas as mídias. E, portanto, não precisando de mais manifestação. No entanto, a manifestação da “igreja”, nesse caso, é sempre conforme o “coro da moral e da ética”; o qual, ela mesma, não tem coragem de aplicar como critério a ela própria. Infelizmente, conhecendo como é a alma da religião e seus bastidores, sei que o maior ânimo nessa hora é o oportunismo. Vai repercutir na mídia… Algum candidato a herói está em ação… etc… Ora, se fosse algo de sempre, uma aflição presente, um princípio da vida e do cotidiano, então, seria praticado todos os dias, e, antes de tudo, dentro da “própria casa”; e não porque a mídia ditou a importância. Além disso também não se vê que num contexto como o nosso, ou melhor, dos evangélicos, quem faz “campanha pela punição dos culpados”—e que o serão, se a CPI seguir seus rumos—, está, especialmente no Estado do Rio, fazendo campanha presidencial antecipada para o Evangélico Garotinho. Não seria isso política de natureza partidária? Eu sei quem já deu força, com interesses políticos, para a tal lista. Em minha maneira de ver, tais deveriam ser os procedimentos, no caso de haver alguma necessidade real deles: 1. Deixar a CPI seguir seu curso, e acompanhar de perto. 2. No caso de haver Tentativa de Acobertamento; ou o seu oposto: o Circo dos Justicismos— então, se deveria pedir, aos milhares, que cada indivíduo, cristão ou não, se manifeste de modo estrondoso. Isto, todavia, feito em nome da cidadania individual, e não em nome de algo que se chame “igreja”; ou que represente uma “corporação”. Os cristãos só serão “sal da terra” em coisas assim, quando provocarem e incitarem as coisas sem ser em nome da “igreja”, mas sim em nome da própria consciência (de tal modo que o sal se dissolva como gosto na terra). Do contrário, tudo será “político-partidário” mesmo, ainda que se negue; ou que alguns nem saibam. 3. Transformar essa lista num grande movimento de oração pelo Brasil; para que Deus nos visite com justiça, não com ódio; com verdade, não com oportunismo; com probidade, não com moralismos; com soluções práticas para o problema da Reforma Política, e não buscando paliativos que apenas servem a interesses infantis, de uns; e, profundamente políticos, de outros. 4. Abandonar em tais manifestos, de uma vez e para sempre, palavras mágicas, autoritárias, devocionais e simplistas, como: Exigimos, demandamos, reivindicamos, apelamos, etc… Isto quando as coisas se refiram a justiças globais, posto que somente quem acredita na existência de um ente Todo-Poderoso chamado Estado pode fazer tais “orações”. Quem olha a vida com realismo sabe que não existe nada mágico a ser feito à nossa volta, nem tampouco rápido, fácil, e que seja algo que um governo possa realizar sozinho. Lidar com tais questões implica em trabalho mesmo, e não em “espasmos patrióticos” de natureza bastante questionável, tanto no que se relaciona à hora, como à motivação, o significado político-partidário, e a prioridade para a comunidade da fé. 5. A “igreja” tem que saber que a Igreja nunca pega em pedras. Nunca! E quando um discípulo está posto na posição natural de exercer um juízo de natureza legal, profissional, ele o faz com justiça, não com raiva ou revanchismo. A “igreja”, todavia, adora fazer “profetismo de ave de rapina”, que é aquele no qual os abutres só chegam depois que o defunto está pútrido. Além de tudo, a presença evangélica no Congresso Nacional é, quase que na sua totalidade, de péssima qualidade ética e humana. Ora, se alguns evangélicos se sentem melhores que os outros em questões dessa natureza, que se candidatem, e que os substituam; porém, que exerçam seus mandatos em nome do povo, e não em nome da “igreja”, ou de seus interesses. O que os evangélicos deveriam praticar como Política, antes de tudo, era jejum, oração, arrependimento e conversão à misericórdia e à justiça (dentro de suas comunidades). E, sobretudo, deveriam praticar o jejum social descrito em Isaías 58. Sem isto tudo parece palhaçada ou oportunismo. O texto chamado “Exigências da Justiça Cristã”, fica muito bem como oração ao Todo Poderoso, mas como um texto-oração dirigido a São Severino Cavalcanti (presidente da câmara de deputados), São Renan Calheiros (presidente do senado), São Márcio Tomás Bastos (ministro da justiça) e São Luiz Inácio Lula da Silva (presidente do Brasil)—me soa muito pagão; ou, para não ser caustico, infantil. Mas como oração a Deus está muito própria, especialmente como uma espécie de salmo semi-imprecatório; mas com algumas pequenas mudanças, para não ficar aquela oração de quem ora e nada faz. Veja: Senhor, a verdade que recebemos, nossos valores, e a memória das lutas de nossos antepassados, não nos permitem aceitar a vida no sofrimento, na miséria e na injustiça em que vive a imensa maioria do povo brasileiro; nem, por igual razão, a criminalidade e a violência que assolam o país. Por isso, Senhor, repudiamos as ações de corrupção que aviltam os diversos setores da administração pública, bem como todos os atos daqueles que buscam o enriquecimento fácil, à custa da pobreza e miséria do povo. Pai Justo, não aceitamos a impunidade dos crimes que têm marcado nossa história. Senhor, pedimos, como Teu povo, que os Poderes da República cumpram, e façam cumprir a Justiça prevista em nossa Constituição—e daremos nossas vidas por isso, como culto ao Teu nome. Profetizaremos em pano de saco e cinza, em frente aos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário; e também em todos os níveis: Federal, Estadual e Municipal; e também faremos isto abrindo mão de nossos bens em excesso, ou de nossos salários pastorais muitas vezes “privilegiados”, em favor dos mais necessitados (pelos quais passamos todos os dias e não vemos, mas cujas faces enxergamos sempre que a mídia mostra); e, assim, com atos, assumiremos o compromisso total com soluções justas para as angústias da hora presente. Arrependidos de nossos próprios pecados, Senhor, então, com o testemunho de nossas vidas, reivindicaremos o fim da impunidade pelo aperfeiçoamento do nosso sistema jurídico-legal, visando a devida atribuição de responsabilidades a quem de direito, de modo adequado e oportuno, principalmente no que tange aos crimes contra a vida, não apenas contra o que é chamado de “bem público”; posto que o Teu bem publico é sempre a vida humana e de toda a Tua criação. Assim, trabalharemos e ajudaremos a todo e qualquer governo que se comprometa a trabalhar pela criação de condições de moradia, saúde, educação e trabalho condizentes com o valor inestimável da pessoa humana. Assim oramos por julgar que uma Nação tão rica como o Brasil pode propiciar aos seus filhos melhor qualidade de vida, se houver determinação e empenho em combater o flagelo da violência, corrupção e impunidade, e prover moradia, saúde, educação e trabalho para todos. Senhor, ajuda-nos a trabalhar mais, e fazer menos listas! Alista-nos entre aqueles que Te servem em silencio, mesmo quando a mídia não diz nada sobre nossas ações. Amém! _________________________ Ora, desse modo me soa melhor, pois, como está, e dirigida aos “santos e deuses de Brasília”, sinceramente, não ponho a menor fé. Que a justiça mais limpa brote do chão, e que Deus use estranhos a fim de suscitar grande livramento; e que assim a verdade não seja “politicamente manipulada”; e nem o nome de Deus seja usado mais uma vez como bandeira ideológica ou propaganda pessoal ou política. No entanto, se o prosseguimento da CPI revelar todos os indícios e provas, e, ainda assim, nada for encaminhado para que a justiça seja feita, então, que se faça o manifesto, e que ele não venha em nome de uma pessoa ou igreja, mas em nome da justiça, da verdade e da equidade; e, eu, de bom grado, como indivíduo e cidadão, o assinarei, bem como a encaminharei a quem julgar que minha opinião carregue alguma importância. O que muitos não sabem é que sei a quantidade enorme de interesses políticos que circundam uma lista dessa. E há interesses de todos os tipos; desde os mais ingênuos; até o interesse daqueles que estimulam os incautos a trabalharem, para que eles usufruam o gozo político. Com oração pela nossa história presente, e com a intuição do que é importante segundo Deus, Caio