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From: SOU PRESBITERIANO, MAS FIQUEI TARADO…
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Sent: Sunday, July 03, 2005 8:38 PM
Subject: QUERENDO GOSTAR DE SEXO “NORMAL”
Prezado Rev. Caio Fábio
Sou antigo admirador seu, desde os anos 80, de copiosa produção de livros — como sei que o Sr. gosta de que se vá direto ao ponto, aí vou eu.
Tenho lido muitas das cartas de seu ótimo site e acho muito interessante como as pessoas vêem o mundo que as cerca e os seus semelhantes, então resolvi apresentar o meu problema existencial.
Sou evangélico – presbiteriano – de berço, “desde a infância sabes as Sagradas Letras”, etc… e o meu comportamento público sempre foi o mais ortodoxo possível, embora nem sempre participasse da Igreja como deveria (e participava muito pouco, exceto na Escola Dominical quando gostava de debater assuntos mais intelectualizados). Era publicamente um “crente encerador de bancos”, mas que intelectualmente endossava as doutrinas da Igreja (de coração mesmo). Embora, secretamente, fosse um grande pecador na área do sexo.
Embora desde os 12 anos participasse esporadicamente de joguinhos sexuais e fosse um grande masturbador, só tive a primeira relação com 20 anos, e com uma prostituta – embora fosse considerado um rapaz bonito, porém meio tímido, o que teoricamente devesse facilitar as coisas…
Então não parei mais – dos 20 aos 27 anos, quando conheci e passei a namorar minha esposa, cheguei a me relacionar (por curiosidade apenas, não para gabar-me ou por algum comportamento psicótico) com mais de 200 garotas (70% prostitutas) e 60 travestis, com quem fiz sexo. As que não eram prostitutas, eram sempre garotas da classe baixa/média-baixa, porque eram mais “fáceis” e não havia necessidade de “investimento” – seduzir, flores, jantar, etc. Além do meu orçamento ser um pouco apertado, não tinha muita paciência para isso.
Registre-se de que nunca peguei nenhuma doença por obra divina, porque fiz de tudo – sexo com duas mulheres, com travesti e mulher ao mesmo tempo; em suma: sem preservativo (já deu para perceber que tenho mais de 35 anos, não?).
Isso sempre ocorria durante as noites da semana, porque os finais de semana eram reservados para as saídas com as garotas da classe média-alta, que eu gostaria de namorar (e tive muito mais insucessos do que sucessos nisso), ou simplesmente com amigas.
Essas garotas eram todas de fora da Igreja, diga-se. Nunca namorei uma moça da Igreja, simplesmente porque a maioria não me atraía física/intelectualmente e a minoria queria o maldito compromisso sério e o namoro sem sexo, coisa impensável para mim. Isso eu imaginava, porque nunca cheguei a tentar nada com elas, com receio de trazer sobre mim o escândalo — aliás, toda a minha vida evitei o escândalo, sempre procurei parecer “certinho” para não escandalizar ninguém da Igreja e nem a própria Igreja, para não trazer vergonha sobre Cristo.
Essa vida dupla deliciosa começou a acabar quando comecei a namorar minha esposa. No início eu a “traía durante a semana”, se é que se pode considerar o sexo casual como traição; depois isso foi se revelando muito arriscado e fui aos poucos mudando; a cada mês saindo menos, até que me casei e isso cessou de vez.
Eu sempre tive muito medo de magoar a minha esposa, uma mulher maravilhosa, que se converteu a Cristo levada por mim – é verdade, as “pedras” são mesmo usadas pelo Espírito Santo – e provocar a separação, que para mim é algo horrendo e maligno.
Temos uma filha maravilhosa também. Mudamos de cidade, e o meu vício mudou também: ao invés do sexo real, começou o virtual. Fiquei viciado em pornografia da internet, e descobri o mundo do hardcore cada vez mais pesado – travestis, lésbicas góticas, bdsm, todo o “vômito do diabo” , como diz um Reverendo famoso, chamado Caio Fábio. Eu penso que isso traz muitíssimo menos risco para o casamento, especialmente porque sei como não deixar pistas, ao contrário de alguns ingênuos que lhe escrevem (desculpe, não pude evitar escrever isso…)
E qual é o problema finalmente?
São dois: – como me livrar da pornografia e como ter uma vida sexual mais ativa com minha esposa.
Embora ela me atraia fisicamente, sempre chegue ao orgasmo e não tenha nenhum pudor na cama, não consigo excitar-me com o sexo normal e careta entre homem e mulher, não consigo imaginar como é que alguém consegue se excitar com isso. Eu que sempre busquei coisas muito e cada vez mais pesadas para excitar-me. O que mais me excita, a propósito, é o sexo entre duas mulheres.Ver pornografia entre homem e mulher, ao contrário, causa-me repugnância, acho a figura masculina repugnante.
O que fazer – além de orar, é claro?
Preciso de sua ajuda para fazer cessar a mentira, e através disso experimentar a verdadeira conversão de alma que jamais tive, e finalmente a libertação. Espero sua resposta, por favor.
Um Presbiteriano Indigno Desse Nome.
Resposta:
Meu amado amigo: Graça e Paz sobre sua alma angustiada e confusa!
Você concluiu dizendo:
“Preciso de sua ajuda para fazer cessar a mentira, e através disso experimentar a verdadeira conversão de alma que jamais tive e finalmente a libertação. Espero sua resposta, por favor.”
É por esse clamor que estou escrevendo, e não pelo que você me contou antes. Isto porque, por vezes, sua carta parece não indicar seu desejo de cura; e sim uma patética gabolice.
Você disse que de masturbador contumaz — tempo longo, esse! —, você passou a se relacionar com prostitutas de preço barato e com travestis. Guardou a conta: 200 prostitutas e 60 travestis (parece até conta bíblica). Por que você fez tal contabilidade se não por pura gabolice? Sim: gabolice de você para você mesmo; e do tipo que raciocina assim: “Ninguém sabe! Mas eu e Salomão sabemos das coisas!”
Agora você tem um problema da natureza existencial do livro do “Eclesiastes”, com o valor agregado de uma terrível desordem de natureza psicológico-afetiva. Ora, isso fica insuportável para a alma, e tem grande poder autodestrutivo.
Saiba: quando um puritano (presbiteriano) resolve cair na gandaia, não sabe como; e, assim, fica como você ficou: compulsivamente viciado.
Sim, porque é mais fácil um cara sem Super Ego Protestante entrar e sair da gandaia, do que um crente; especialmente reformado, ou pentecostal; isso em razão do legalismo, da moral, da ética, ou da superioridade doutrinária que são cultuadas na “igreja” — coisas essas que fixam a transgressão como tara na alma crente com mais profundidade do que numa alma não afligida pelas cargas da “moral sagrada”.
Você falou em “deliciosa vida dupla”. Há uma saudade, um lamento, um sentimento de perda… Você quer ser curado?
Na realidade você parece dizer que se deleitou durante anos no fato de ir à Escola Dominical, discutir Calvino e doutrinas Reformadas—mais “intelectualizadas”, como você disse—, enquanto pegava essa legião de almas compráveis e vendíveis, às quais, você tratava, auto-enganadamente, como objeto de estudo e experimento, guardando até a contabilidade de suas experiências de laboratório sexual; quando, de fato, seu interesse era no sexo mesmo, e de todas as formas possíveis; embora você tenha arranjado essa “desculpa reformada” de que você transou fora para evitar o escândalo dentro; pois, eu lhe digo: se alguém de dentro tivesse “dado mole”, você teria “pegado” sim, dentro; e só não o fez por medo e insegurança, nem tanto do “escândalo”, mas em razão de “incompetência” mesmo.
Ou seja: você se fez um comedor de cobaias compráveis no mercado, vampiro sexual de shopping, e drácula dos fracos… e isso, supostamente, para ganhar “experiência para o casamento”; e, além disso, por julgar que sexo sem afeto não trai ninguém.
(Você crê nisto realmente? E se sua mulher lhe dissesse hoje que tem “dado socialmente” para 200 homens e 60 lésbicas…? O que você faria? O normal seria se sentir traído até o fundo da alma, mesmo que ela não soubesse nem os nomes das pessoas. Meu medo, todavia, é que se ela dissesse isso — que fez, mas sem amor, e só por fazer—, você pudesse dizer: “Oba! Agora vamos fazer juntos!” Nesse caso, meu amigo, melhor seria não ter casado; e não trazer para o seu leito conjugal todas as energias das surubas da cidade. Leia em Reflexões o texto “Uniões Contaminadas”)
….
Ora, enquanto isso, você “supunha” que as meninas da igreja não serviam para namorar, ou por que não lhe “dariam”, ou porque você teme “escândalos” na e para a “igreja”. Tudo auto-engano!
Agora você está casado com uma mulher legal, que topa tudo de bom, que não tem pudores desnecessários, que lhe deu uma filha, que gosta de você e da cama com você, mas que, por ser normal, não produz excitamento à sua anormalidade sexual, a qual é fruto de sua incapacidade de associar sexo a amor e carinho.
Assim, meu amigo, você não tem problemas, pois, de fato, você é o problema!
Ninguém brinca impunemente com a imaginação. Sim, a imaginação é a fábrica de desejos que se fixam como necessidade na alma. A imaginação pode produzir sonhos bons, proféticos, criativos, produtivos, e cheios de boas projeções que podem virar realidade. No entanto, dedique a sua imaginação à putaria, à orgia, à suruba, à degradação sexual, aos fetiches, aos adultérios, às descobertas de como tornar o sexo algo mais animal que o dos bichos; e, sobretudo, dedique-se a sentir, ver e provar como vivem as prostitutas, os travestis, e todos os que a sociedade considera sexualmente enfermos ou degradados— e você terá o resultado que você alcançou em sua alma, e por uma simples razão: as prostitutas e os travestis não são presbiterianos que freqüentam a Escola Dominical, não discutem ética protestante, não estudam os valores da Lei de Deus, e não procuram saber como deve ser uma alma cristã “moralmente elevada” acima dos “pecadores da Terra”. Por essa razão eles são infinitamente menos afetáveis do que o “cliente presbiteriano”, que de fato apenas comprou as projeções da doença de sua própria alma; as quais; saiba: são muito mais difíceis de tratar do que qualquer doença sexualmente transmissível. Pessoalmente eu preferiria ter tido 20 gonorréias a ter ficado com alma assim como a sua está.
Coisas que me chamaram a atenção:
1. Você não gostar de sexo a dois, íntimo, afetivo, carinhoso, valendo tudo de bom, apenas entre um homem e uma mulher. “Topar” que seja com mais uma mulher de uma vez já é afetivamente adoecido e dês-significado. Todavia, não gostar de ter uma mulher na cama, sua, só sua, querendo você, só você, é algo completamente impensável; sendo normal apenas no caso do homem ser um gay-gay-mesmo; mas, não sendo o caso, cria um fato psicológico de extrema significação; isso considerando que de sexo você gosta quando é “diferente” ou “anômalo”.
2. Você preferir ver duas mulheres transando a você mesmo transar. Ou seja: sexo é algo que provoca um “detachment” entre você e o mundo real; além de demonstrar a gravidade do dês-significado de sua presença como ator real; isso para você mesmo.
3. Seu ódio e nojo ao ver homens em “ação sexual”; daí, quando são homens, você preferir um travesti. O que é? Você sente um tesão andrógeno? Seu pai era um homem feminino?
4. Sua impressão sobre as mulheres da igreja, as quais foram por você descartadas não por medo do escândalo, mas porque você não se garantia no processo afetivo e de conquista amorosa e gentil.
5. Sua idéia de “escândalo”, a qual é absolutamente farisaica; posto que escândalo é o que você faz de mal contra o próximo, “um pequenino” (conforme Jesus); coisa essa que é-em-si; não precisando, portanto, ser flagrada pelos homens ou pela “igreja”; posto que a natureza do escândalo nos evangelhos não é determinada pelo flagrante humano, mas sim pela ‘consistência dos atos’ apesar do ‘ininterrupto flagrante divino’. O que você está provando na alma é o resultado-juízo-psicológico do que você chama de meu desejo ou minha tara. Ninguém escapa ileso disso!
6. Sua entrada no mundo da “esquizofrenia virtual”. Ora, tal “esquizofrenia” é o que se faz deflagrar quando a alma mergulha no vício da satisfação pelo mero assistir da perversão dos outros. Este estágio é ainda pior do que o primeiro; posto que antes, por mais degradante que fosse, você ainda tocava gente. Agora, você está entregue ao mundo do “é mas não é”; e como sua mente sempre adorou aquela maravilhosa “duplicidade”, o ambiente virtual é ideal para não sair de casa e trazer todo o lixo humano para dentro da própria alma; o que virtualmente cria dois mundos sexuais para você: um tátil (com sua mulher; se assim fosse…), e um intangível (a internet); sendo que este último, quando “usado” do modo que você o está usando, é uma fabrica de “esquizofrenia emocional e afetiva”; criando um abismo cada vez maior entre sexo e realidade; empurrando você cada vez mais para dentro desse “buraco de Apolion”, conforme Apocalipse 9.
Ora, isto tudo posto, tenho a lhe dizer o seguinte:
1. Não sei onde você mora, mas gostaria de saber; pois, se possível, gostaria de recomendar algum tipo de intervenção profissional, em razão de que seu estado é grave; muito mais do que você pensa. Você já se imaginou vivendo mais 20 anos assim? Já imaginou como ficará a sua alma? Viver assim transforma a alma em “pasta psicológica”; nada além disso.
2. Jesus disse que um espírito imundo quando sai… e volta mais tarde… e vê sua antiga casa toda cheia de mobília, toda “certinha pra fora”, porém vazia de um habitante sadio e real ali dentro, ele, o espírito, vai e volta…, e traz consigo outros, sete vezes piores do que ele mesmo. O interessante é que Jesus dizia isto tendo como “aplicativo imediato” os religiosos, o pessoal da “mobília moral” e do “culto às aparências” (os mesmos que pintam a casa por fora, mas dentro deixam toda sorte de rapina do lado de dentro). Portanto, a sua “religiosidade reformada, intelectualizada, racional, doutrinaria e histórica”, é a “mobília” dessa “casa vazia”, que é a sua alma. No entanto, a sua casa está vazia; pois, seu único vínculo com Jesus é segundo os homens, e não é conforme o Espírito da Graça. (Leia aqui no site, em Artigos, o texto “A Doença do Véu”, o qual lhe trará esclarecimentos sobre o que disse.)
3. Vícios desse tipo são os piores. Ora, se para ajudar alguém a ficar livre de um vício químico a gente interna a pessoa, o que deveria eu sugerir a você? Obviamente que não há clinicas no Brasil para tratar e internar tais viciados; porém, é necessário que haja algum acompanhamento. No caso de não haver nenhum, e, se de fato você ama a sua mulher e filha, e quer preservar uma vida sadia para ambas; então, sugiro medidas radicais. Nesse caso, sua mulher seria de muita ajuda, especialmente se você não contar acerca das 200 putas, dos 60 travestis, e das ações irresponsáveis e cretinas, de transar com eles e elas, e depois ir meter o membro tirado dos buracos de esgoto de esperma humano, e enfiá-lo em sua mulher. É chocante, mas é isso! E meu pai me ensinou que é “paulada grande que mata a cobra”. Portanto, você que se gaba de não ser como os idiotas que são apanhados, e que me escrevem confessando; saiba: você já é um apanhado e flagrado, posto que tais coisas não nos flagram “de fora”, mas, sobretudo, “de dentro” de nós mesmos; e a prova que você não agüenta mais o “flagrante” é esta sua carta. Assim, se você puder dizer à sua mulher que ficou viciado em ver pornografia (não entre em detalhes que é para não “sujar” a cabeça dela), e tiver a coragem de pedir ajuda, pode ser que você pare; do contrário, a menos que haja um derramar do amor de Deus e de muita consciência no seu espírito, você irá de mal a pior; não podendo dar eu a você qualquer esperança; posto que as esperanças que conheço, já estou disponibilizando a você.
4. Nada há pior do que a culpa protestante; nada é mais neurótico; nada é mais provocador de abismos cada vez mais “perversos” e “pervertidos” — isso quando se tornam “pulsões psicológicas”; e nada constrói um tarado mais doente do que a tal culpa protestante e cristã. Digo isto baseado em décadas de observação e testemunho humano, vindos, na maioria das vezes, de crente; mas de muita gente de “fora” também. Assim, amigo, conquanto eu tenha sofrido com sua despedida (Um Presbiteriano Indigno Desse Nome), digo a você o seguinte: Ser “presbiteriano” não é nada mais que ser de qualquer coisa. “Indigno” você é, especialmente quando pensa que as folhas de figueira do presbiterianismo têm poder de vestir sua indignidade, ou de quem quer que seja, pois somente o Sangue nos veste. E o “Nome” que importa não é o nome Presbiteriano, mas sim o Nome que não é presbiteriano, nem cristão, nem de qualquer religião; o Nome que está sobre todo nome; e que é o Nome que pode cobrir sua indignidade, a minha, e a do mundo inteiro. Assim, nada posso fazer para lhe ajudar se sua preocupação é com “escândalos”, ou com tornar-se digno do Nome Presbiteriano. No entanto, se seu desejo é ser curado, recomendo-lhe algumas coisas: 1) Volte a ler os evangelhos, em voz alta, sozinho, sem interrupção; e faça o mesmo com todo o Novo Testamento. 2) Leia o site. Você disse que lê, mas deve ser muito superficialmente, pois, caso você o lesse mesmo, até o fundo, muitas coisas nem mesmo apareceriam em sua carta como afirmação. A meu ver você entra de vez em quando, vai numa carta ou outra, sempre as que falam de sexo, e, assim, acha que lê o site; e ainda se põe a comparar sua esperteza com ingenuidade de almas que apenas querem ajuda, assim como você hoje solicita. Portanto, ao invés de ficar vendo “perversões”, as quais apenas engravidarão sua imaginação com as doenças de alma do inferno, leia o site. Faça isto como terapia. Faça isto todos os dias. É dever de casa para você. 3) Me diga onde reside, e tentarei ver se consigo alguém para ajudar e acompanhar você nesse processo de libertação psicológica. Sim, porque seu vício é de natureza psicológica.
De tudo, psicologicamente, o que mais me grilou foi a seguinte frase: “Ver pornografia entre homem e mulher, ao contrário, causa-me repugnância, acho a figura masculina repugnante.”
Bem, você é uma figura masculina; portanto, aos seus próprios olhos, repugnante; daí, se sua mulher topasse, já há muito que você teria levado outra mulher para cama, para ver as duas transarem, enquanto você se masturbaria vendo a beleza das fêmeas, já que em você mesmo, como macho, você não vê beleza alguma. Assim, até homens precisam se vestir de mulher para “agradarem” você.
Perguntas:
1. Nas brincadeiras infantis você era ativo ou passivo?
2. Era mais ativo ou mais passivo?
3. Foi objeto de “trocas” com caras mais velhos e “avantajados”? Teve que agüentar o “tranco” para depois ter a vez de “fazer” você com o outro?
4. Havia algum menino que se vestia de mulher para “dar” para você na infância? Ou era você quem fazia ou desejava isso?
5. Algumas meninas participavam das brincadeiras infantis: irmã, prima, vizinha, etc…?
6. Se o mundo não fosse como é; se a “igreja” não tivesse se tornado seu Super-super-ego; o que você faria? Honestamente! Sim, se tudo lhe fosse permitido: qual seria o seu mundo sexual “ideal”? Como seria? Quem você seria? Se vestiria de mulher para transar?
Para mim é importante que você seja honesto e sem frescuras nas respostas. Digo isto porque você mencionou a “mentira” da qual você quer se ver livre. Ora, mentira contínua e sistemática, acaba por se tornar algo esquizofrenizante; posto que é por ela, conscientemente, que se vai fragmentando as forças do inconsciente que dão valor e coerência ao consciente; de tal forma, que não raramente um mundo de mentiras fabrica um esquizofrênico social palatável; porém, psicologicamente destruído.
Como dever de casa, sugiro que você faça o seguinte:
1. Olhe para a sua mulher—isto é apenas um exercício para um homem adoecido na imaginação— e não pense nela como a mãe de sua filha, nem como sua esposa, mas apenas como uma mulher linda que gostou e topou fazer amor com você. Assim, pode viajar na “imaginação” com ela; mas tem que ser uma “imaginação” na qual apenas vocês dois estejam transando — imaginação acerca dela, contida à ficção que envolva apenas vocês dois. Assim, nesse nível de imaginação, pode valer de tudo: “Pegue-a” onde você quiser; seja ela a sua mulher, ou uma namorada, ou uma mulher que você encontrou num restaurante, ou que você conheceu… e rolou. Sim, veneno se combate com veneno. Desse modo, o primeiro processo é focar sua imaginação nela; não importa como; desde que sejam apenas vocês dois na “imaginação”. Ora, este está longe de ser o normal e o melhor dos mundos psicológicos, mas é o único modo que conheço quanto a usar a imaginação para curar a perversão dela própria.
2. Olhe para ela. Veja a mulher. Abra-a como a uma orquídea. Entre nela. Coma todos os frutos. Tenha prazer no gozo dela. Mas mantenha o foco nela; e nela somente.
3. E mais: aprenda a gostar de seu corpo. Se ela gosta e goza, é porque você é amado e gostoso. Isso deveria ser suficiente para afirmar você.
Por fim, eu pergunto: Você quer ser curado mesmo? Qual é sua motivação?
Responda-me o que perguntei; e comece a fazer o que sugeri. Enquanto isto, não acesse mais tais sites; ao contrário, encha a sua mente com a Palavra e com o que é bom. E transe com sua mulher todos os dias como parte da terapia.
Com reverência pela sua alma!
Nele, que nunca se escandalizou a não ser da incredulidade dos religiosos,
Caio
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Leia:
Tem gente que pensa que gente se entrega a outra gente e nada acontece. Tem gente que se dá a outra gente sem saber que a gente é feita de gente. Tem gente que se ilude com a idéia de que gente não transfere gente para outra gente. Tem gente que não entende que gente é contagiada quando se faz ‘um’ com outra gente. Tem gente que pensa que é brincadeira quando Deus diz pra gente não misturar o espírito com o espírito de certas gentes.
Sim, gente passa gente pra gente!
“Serão os dois uma só carne…”
“Faz-se um com ela…”
“Grande é este mistério…”
Paulo disse que na união conjugal tais ‘misturas’ atingem seu clímax para o bem, mas também pode ser para o mal.
Ele diz: “…dela cuida como de sua própria carne…”
E mais: “… posto que já não são dois, porém um…”
E em outro lugar: “… a mulher crente, santifica o marido incrédulo… de outra sorte seriam impuros…”
Eu creio em vampiros psicológicos, em seres que comem você por dentro, em relacionamentos que são como o ‘bicho da goiaba”, o amazonense “tapurú”.
Ninguém se une a ninguém sem contágio, para o bem ou para o mal.
Uniões têm o poder de mudar interiores, alterar almas, atingir o espírito.
Se alguém sai de casa e contrata uma prostituta, e faz isso uma vez, corre o risco de contaminar-se fisicamente, e, pode desenvolver um vício para a alma.
Mas se alguém sai de casa sempre para se prostituir, essa pessoa, mesmo que mude de prostituta todas as vezes, será contaminada, não necessariamente no corpo, e não necessariamente pelo espírito de uma delas, mas com certeza o será pelo “espírito de prostituição”, que não é algo muito forte na prostituta—que não se entrega por prazer—, mas o é na alma do freguês, visto que ele sim, procura ‘algo’ com avidez física e psicológica.
Amizades longas com pessoas ruins podem acabar com a gente. Mas amizades curtas e breves também têm o poder de contaminar, e desviar um ser humano de seu caminho.
Nada, porém, é mais profundo no seu poder de contágio do que uma união conjugal.
Nesse caso, se as pessoas são de espírito bom, mesmo que não se amem, provavelmente não se façam mal.
Mas se ambas ou apenas uma delas for de ‘outro espírito’, então, é muito difícil que o parceiro não seja contaminado na alma.
Por esta razão nada há melhor do que a união de duas pessoas do mesmo bom espírito, especialmente se tiverem a ventura de se encontrar bem cedo na vida, e se manterem em união por toda a vida.
Tais pessoas são as mais leves, livres, felizes, e simples!
Há quem queira muita ‘variedade’…
Meu Deus, que ilusão!
Mal sabem que a tal ‘variedade’ vai deixando gambiarras penduradas pela gente, como fios desencapados e ‘em curto’.
Se pudéssemos ver espiritualmente tais pessoas, as veríamos como troncos cheios de cabeças, braços, olhos, e pernas.
Sim, completamente monstrificadas…
Simbiotizadas de tantas formas e de tantas maneiras, que elas mesmas assustar-se-iam se pudessem se enxergar.
Mas não é preciso enxergar para ver. Basta que se olhe para dentro do coração, para as legiões de seres…, para sentimentos que cada vez mais se complexificam na alma, para mentes cada vez mais compartilhadas pelos entes psicológicos que foram sendo agregados no caminho.
Por isso o homem de coração simples é bem mais feliz do que aquele que sofisticadamente se auto-designa de complexo.
Quando a sabedoria ordena ao jovem que guarde puro o seu coração, que simplifique os seus caminhos, e que seja focado em seus sentimentos, ela quer apenas dizer o que acabei de expor.
Sim, não é nada moral, como se pensa. Mas sim é algo que tem a ver com a saúde do ser, com a paz para viver, com a unicidade existencial, com a pureza psicológica.
Hoje, porém, é moda ser infeliz, complexo, sensível (significando ‘sofrido’), indecifrável, misturado, multiuso…, de tal modo que essa pessoa tem que ter ‘seu próprio analista’.
Toda gente é uma ‘mistura’ de todas as gentes que passaram pelo coração, para o bem e para o mal.
Nessa viagem da formação do ser há aquelas pessoas que são inevitáveis para nós, como os pais e os irmãos—nossos primeiros e involuntários casamentos na existência.
Ora, muitos são os estragos que essa ‘mistura’ pode causar quando mal discernida.
As piores misturas, todavia, são aquelas que escolhemos—consciente ou inconscientemente—para viver e fazer parte da gente pela via da união.
Uniões são coisa muito séria…
Sim, elas podem nos erguer ou nos afundar; podem nos abençoar ou nos amaldiçoar; podem nos trazer paz ou podem nos trazer angustias; podem nos salvar ou nos destruir.
Por isso, se você está só, ou vindo de algo que como ‘união’ fez mal a você, não tenha pressa. Abrace sua solidão com respeito e dignidade, e agradeça a Deus o livramento. E não sucumba à tirania de se fazer acompanhar. Afinal, veja bem quem vai lhe ‘acompanhar’.
Mas se você está lendo isso e pensando: “E agora? Depois de tanto ‘experimento’, ainda haverá esperança para mim?”
Eu lhe digo:
Sempre há esperança. O Espírito Santo é real. O amor de Deus limpa e cura. Mas o homem haverá de ser curado enquanto discerne cada pedaço de outros que foram largados no baú de sua alma. E terá que ter a coragem de discerni-los e jogá-los para fora de si mesmo.
Ora, tal cura implica em discernir ‘qual carne e qual sangue’ fazem parte de nossa ‘comunhão’ existencial e espiritual. E obviamente isto só tem a ver com quem permitimos entrar e ter algum pedaço de nós, especialmente em uniões.
Tal exercício de discernimento é doloroso, porém libertador.
E se você discernir tais espíritos na presente constituição de sua alma, mande-os sair… pois eles sairão.
Depois disso, todavia, encha a sua ‘casa’ do que é bom, e não a deixe vazia, posto que essas coisas se vão… mas de vez em quando voltam a fim de ver como anda o lugar antes ocupado, conforme nos ensinou Jesus, tanto sobre espíritos demônios, quanto também acerca de qualquer espírito, inclusive os espíritos dos humanos que já nos possuíram ou tentaram faze-lo.
Esses ‘entes’, todavia, cansam de voltar. E é assim que se vai alcançando paz mais e mais…
Ora, é por tudo isso que lhe peço:
Veja bem com quem você está se unindo.
E mais:
Veja bem que espíritos você contraiu durante vínculos adoecidos.
E, assim, trazendo todas as coisas para a luz, deixe que a verdade expurgue de seu ser aquilo que não é você.
E não esqueça:
É na Luz e na Comunhão verdadeira que o Sangue de Jesus nos purifica de todo pecado.
“Pois se andarmos na luz, como Ele na luz está; mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Seu filho, nos purifica de todo pecado”.
Nele,
Caio
Copacabana
03, 2005 8:38 PM