FUI VIOLENTADA PELO MEU “EX-MARIDO”, O QUE FAÇO?
—– Original Message —– From: FUI VIOLENTADA PELO MEU “EX-MARIDO”, O QUE FAÇO? To: [email protected] Sent: Wednesday, July 13, 2005 7:45 AM Subject: Fui violentada pelo meu ex-marido, o quê faço? Oi Caio, Estou separada do meu marido, mas ele ainda mora na minha casa. Ele tem paquera e sabe que estou com alguém. Essa pessoa, conheci ainda casada, meu marido sabia e sabe que estou com ele e que vamos assumir tão logo possamos. O casamento acabou por causa dele? Sim e não. Se chegou a esse ponto, é porque já tava com problemas antes, mas, para a mulher, separar é sempre mais difícil, e ter alguém do lado é um apoio. Sei lá… Meu “ex” está procurando lugar pra morar, mas nunca acha. Enquanto está em casa tentamos manter pelo menos a convivência básica. Agora está pondo meu filho contra mim, e vivia tentando transar comigo, pois diz que entre “ex” pode haver recaídas. Eu não queria e não quero, pois já sou do outro de corpo e alma. Ele vivi fazendo gozações da minha “fidelidade” ao outro. Nós dois (eu e o outro) fizemos um pacto de fidelidade, amor e liberdade (o 3º foi inspirado por artigo seu – Os Casados Sejam Como Se Não Fossem). Semana passada, a gente (eu e o ex) conversava como dois amigos em casa. Falei que não ia transar com ele. Que não tenho tesão, que não quero cometer de novo o erro da traição, que ele sabe que estou apaixonada pelo outro. Acho que ele se fingiu de amigo, pra arrancar isso de mim, depois se sentiu ferido no seu orgulho e disse que ia transar de qualquer jeito. Então, depois de muita luta, eu chorava e implorava pra ele não fazer aquilo. Ele me agrediu e me violentou. Chorei o tempo todo. No fim ele disse que eu gostei, pois tinha ficado “molhada”. Por favor responda-me: Não falei pra ninguém, choro quando lembro e quero esquecer. Devo contar pro meu amor o que aconteceu? Vou conseguir conviver com esse segredo? Quebrei o nosso pacto? E verdade que posso ter gostado? mesmo que inconscientemente, pois fiquei “molhada” mesmo. Como pode ser isso? Não senti nada, tenho vergonha e nojo, mas é fato que eu tava lubrificada. Me responda quando puder. ____________________________________________________________ Resposta: Minha querida amiga: Graça e Paz! Primeiro vamos às coisas simples e práticas. Sendo assim, lhe digo: 1. Não adianta ir à Polícia dar queixa, pois ele é seu “ex”, vive em sua casa, tem relação de “amizade”; e, além disso, pode alegar que vocês conversaram muito antes de acontecer, que rolou muita conversa sexual, e que você sempre soube que ele queria transar com você. Ora, mesmo assim, se houver “marcas físicas” em você, a Polícia pode até fazer alguma coisa. Do contrário, não irá fazer nada. 2. Alem disso, a ida a Policia inevitavelmente colocará seu atual companheiro na história; e, sinceramente, ao saber disso, de duas, uma pode acontecer: a) Ele achar que se você “molhou” é porque “gostou” (acho difícil ele não ser induzido por essa gargalhada de seu “ex”); b) Não suportar mais a idéia de que ele possa ser apenas a “garantia” de estabilidade para você, mas que, de fato, seu coração não é tão completamente dele assim como você diz. E, mesmo que você o ame mesmo, acho difícil ele passar por cima se seu “ex” disser que você “odiou mas gostou”; pois, molhou. Ora, falo isto “estatisticamente”, observando os homens, pois, de fato, só Deus sabe como ele reagiria; porém, como observador de gente, digo a você que há muitas chances de que ele não suporte o tranco. 3. Desse modo, não fale nada a ele, mas, por outro lado, tome também algumas providencias práticas: a) Não fique mais de “papo amigo” enquanto seu ex-marido estiver aí dentro de sua casa (trate-o com o respeito mínimo necessário, mas sem risinhos e grandes sociabilidades); b) Dê a ele um ultimato para sair de casa (um prazo), pois, do contrário, pode ser que você não fique nem com ele e nem com seu atual companheiro, posto que tal convívio só é possível quando as duas partes estão completamente desvinculados uma da outra pela ausência de desejo sexual, e pela presença de uma amizade madura. Mas este não é o seu caso com seu “ex”. c) Não deixe essa situação se “arrastar” por mais tempo. Se vocês se separaram, então, que se separarem, tanto na prática quanto também formal e legalmente; e já! Claro, se é esta é uma decisão firmada e irreversível dentro de você. Quanto a você ter ficado “molhada” há algumas possibilidades como explicação: 1. Você se excitou inconscientemente pelo desejo animal dele, e, com a mente, sentiu a obrigação de rejeitar, mas, com os vísceras do animal que existe em você, se excitou com tal violência, a qual, muitas vezes, deflagra tais processos quando um dia já houve intimidade sexual entre as partes. Portanto, o que você me narrou, já ouvi de muitas mulheres, e, na maioria das vezes, isto acontece com um “ex” importante. 2. Pode ser que a “luta” tenha feito parte de um rito inconsciente de desejo (tipo: luta de Jacó com o anjo). Sim, porque pelo que senti, sexualmente falando, vocês sempre tiveram bastante liberdade um com o outro; e, provavelmente, o casamento de vocês tenha acabado por outras razões; posto que, provavelmente, em algum tempo, a vida sexual de vocês já deve ter sido intensa, farta e ampla. Se for este o caso, o estar “molhada” pode ser algo completamente à revelia, e que obedeceu códigos e desejos mais antigos e profundos, os quais foram reanimados pela “violência do tesão animal” de seu “ex”. Digo isto porque uma certa “violência” masculina, antecipada por declarações de “inesquecibilidade”, quando ditas a uma “ex” que o cara sabe que gosta de sexo e sabe como ela gosta, pode ter um poder inconsciente de excitamento sexual que acontece à revelia do consentimento consciente da mulher. E o que aqui digo, já ouvi de muitas mulheres; o que me prova que tal pode acontecer como possibilidade real também a você. 3. No entanto, me diga as razões pelas quais seu casamento acabou. E também me diga qual é o significado de seu atual companheiro para você ( além de lhe dar “segurança”). Digo isto, porque não raramente, a fim de se ver livre de um marido ruim e inafetivo, muitas mulheres acabam escolhendo um cara “bonzinho” para ser o substituto; e, assim, amam a bondade do cara, seu carinho, sua compreensão, sua amizade e delicadeza, mas, muitas vezes, logo adiante, o tempo prova pra a mulher que ela se uniu à bondade, mas não a um homem, que, fora as soluções imediatas que trouxe, talvez não tivesse a mesma chance se a mulher estivesse livre, e aberta para conhecer outras pessoas também. Assim, tais “affairs”, não raramente, são apenas o elemento “catalizador” que ajuda a pessoa a “reunir” forças para não adiar mais o que está insuportável (o casamento) Porém, não necessariamente, aquela nova pessoa terá vida longa na relação. Visto que um vez que ele deixa de ser “o outro”, o que chega apenas para “dar prazer e segurança”…; e passa ser o “pão nosso de cada dia”; então, muitas vezes, a relação não se sustenta quando tem que acontecer no “mundo real”, feito de contas a pagar, problemas a resolver, gestão dos “exs”—dele e seu—, etc… Ora, geralmente é nesse momento que os dois começam a ver que se gostavam para ser como era antes, não para ser como se tornou. Portanto, à luz de tudo isto, veja duas coisas: 1. Veja se você realmente ama o seu atual companheiro. Se você realmente o ama, e ele lhe for bom e amigo, fique com ele. Mas considere a possibilidade de que ele possa ser apenas um “álibi amoroso” que sua alma precisa para justificar a separação conjugal. 2. Veja o que o outro provoca sexualmente em você; provavelmente em razão de prazeres antigos, os quais se envenenaram pela própria vida. Assim, aqui fico, deixando com você sugestões e questões. Agora é com você! Nele, em Quem somos chamados à realidade do que é, Caio