O CHAT DOS CHATOS: de “herege” à “amado irmão”.



—– Original Message —– From: O CHAT DOS CHATOS: de “herege” à “amado irmão”… To: [email protected] Sent: Saturday, June 18, 2005 7:09 PM Subject: Gratidão Querido Caio, Já tem quase um ano que decidi me libertar de todas as coisas e sentimentos que me aprisionavam, e foi nesse período que um amigo me falou sobre seu site. Logo que vi passei a devorar tudo que você escrevia e aos poucos fui encontrando as respostas para minhas angústias. Depois li seu livro, Confissões de um Pastor, aí que me apaixonei ainda mais por você e toda sua história. É engraçado que ao ler sua história acabei me apaixonando por cada um de sua família, e hoje tento sempre acompanhar sua vida. Só queria dizer que você realmente abençoa muitas vidas como a minha, e que certamente tem sido usado por Deus. O que mais gosto em você é a maneira livre com que vc serve a Deus, seu amor incondicional é mesmo invejável. Tenho buscado por isso, quero realmente amar a Deus pelo que ele é, e não apenas por precisar dele. Só quero registrar aqui minha imensa gratidão por sua vida e sua disposição em ajudar pessoas. Eu e meu namorado (um teólogo que o admira e usa suas palavras como exemplo em pregações) temos um imenso amor por você!! Por favor, continue sempre nessa caminhada. Existem muitos anônimos abençoados por ti. Esperamos um dia poder te abraçar. Carinhosamente, Gracyelly ___________________________________________________________ Resposta: Querida amiga: Graça e Paz! Você se diz “anônima”, mas tem nome: Gracyelly! Ora, você sim existe! Mesmo que não seja famosa ou conhecida! O engraçado, para mim, foi o final de sua carta, posto que ela bem ilustra esse “momento” ou “estação” de minha existência na Terra. Ou seja: foi o “Existem muitos anônimos abençoados por ti…” aquilo a que fiz referencia como engraçado; e o é exatamente por ser verdadeiro. E por quê é engraçado? É que “antes”… todos queriam reforçar seus argumentos, dizendo: “O reverendo Caio pregou isto…” Hoje, vejo escrito ou de modo falado, replays totais do que ensino e digo, mas vejo que o cara não diz que leu ou ouviu de mim, pois, “não seria bom que os outros soubessem” que fui e sou eu quem diz aquelas coisas, posto que, o indivíduo julga que ficarão pensando que ele é um “herege” se fizer tal identificação. Daí os “anônimos” serem tão engraçados para mim; o que não inclui você e seu namorado. Há uma semana eu li uma troca de e-mails e uns papos que rolaram num chat meio puritano, cheio de gente que no passado nem era puritana e nem me julgava herege, os quais viviam atrás de mim pra tudo. Na tal correspondência um pastor que conheço faz tempo, apanhou uns três ou quatro textos que escrevi sobre o que penso da questão gay (com todas as diferenciações que faço entre os “casos”), e disse que eu era um herege, que era preciso fazer-me calar, que eu nunca devo ter, de fato, conhecido a Bíblia, etc… “Este homem virou um herege”, dizia ele. Li o material, e mesmo tendo dito desde uma carta chamada “As Pedradas de um Severo” que não mais responderia a esses apedrejadores de plantão, decidi responder à pessoa em questão apenas mandando mais uns quatro textos meus, do site, todos sobre Evangelho e Ética. Fiz isto porque vi que a intenção deles é fazer de mim um “defensor dos gays”, tentando, assim, neemiasmarienizar minha palavra. Literalmente coisa do Diabo! (leia João 8 e você entenderá) Então, respondi assim … sem dizer nada pessoal. Logo depois veio uma carta do “irmão” que me havia designado de herege, me convidando para passar um agradável dia com ele e a família, a fim de vermos (eu e minha família), como eles são piedosos, e como já conseguiram fazer alguns gays-gays deixarem de ser gays-gays. Pediu até para eu checar com outros quem ele era, e, assim, eu ver que ele era digno de me fazer entrar na casa dele. Disse que tem bom testemunho dos de dentro e dos de fora, como bom pastor (e citou Tito 1). O que me impressiona é a dissimulação. Pensando que eu não vou nem ver e nem saber, eu viro herege. Na minha frente, tudo muda. Viro “convidado de honra”. É ou não é engraçado? Hoje, o que sinto, é que diante do fato implacável e irreversível de que algo vai acontecer, muitos que antes disseram “este cara saiu de nosso caminho”, agora, se assustam; pois vêem que só estarei morto quando morrer… não antes. Eu, porém, com eles, sem eles, ou até contra eles, pregarei o Evangelho do Reino, e os encararei em qualquer que seja a instância que desejarem, o do modo como escolherem, e onde quer que queiram ou se sintam mais “protegidos”. Mas eles jamais terão tal ousadia. Sabem que não agüentam a verdade. Sabem que não teriam o que dizer. Temem a vergonha de sua própria incapacidade de explicar no Evangelho o ódio que carregam em suas almas. Ora, depois de me chamar de herege (para os outros), e de ser “bonzinho e piedoso” comigo uma vez que viu que eu soube, mudou o “tom”, virou amigo saudoso, convidou para um dia agradável, para comermos juntos, etc… Veja como a internet é o lugar ideal para os frouxos. Nela eles dizem tudo o que querem (nem tanto o que pensam); pois, tendo um confessionário pela primeira vez na vida (a internet), os protestantes usam-na para se tornarem os seres “opinionados” pelos quais pretendem passar, ao invés de usarem o “anonimato” para buscarem ajuda discreta para as suas almas, nesse mundo-de-igrejas que julgam conforme a aparência, e não segundo a reta justiça, que é amor e misericórdia. Todavia, não! Preferem fofocar! Então, cara a cara, eles todos viram a “princesinha da metamorfose”, como diz minha mulher. Eis o que escrevi a este cujo nome não irei revelar, posto que meu desejo não é humilha-lo, jamais; mas apenas demonstrar publicamente como o cara vai do “herege” ao meu “amado irmão” sem explicar a razão. Ora, a razão é simples: na ausência você é “herege”, na presença é “amado irmão”. Confesso que perdi a paciência. Especialmente porque conheço o cara há mais de duas décadas; e ele a mim. Na hora do “vamos ver”, todos dizem que era apenas “naquele quesito”, mas que sabem que sou do Evangelho até depois de morto. Eis minha resposta: ___________________________________________________________ Prezado T. Não tenho tempo pra “quebrar o pau com ninguém”. Você, por exemplo, não agüentaria o tranco, em nenhum sentido. Desculpe-me a franqueza. Foi por isso que pedi para você “reunir um exercito de teólogos” se quisesse conversar sobre o tema, e até sugeri nomes. Falo sério! “Hereges”…? Paulo manda que a gente não chame para comer em casa! Você gosta de Tito!? (texto que ele me pediu para ler, e, em cujo conteúdo, sem que ele verificasse, se diz que com o “herege” a gente não deve nem comer com ele…). Leia e reveja seu convite. Do seu próprio ponto de vista deveria ser uma transgressão sua fazer um convite a um herege para vir comer em sua casa. Leia meu site e veja se o que prego é ou não o Evangelho! Depois, me julgue. Mas saiba que de cada juízo daremos conta. Especialmente desses piedosos que você aparentemente faz. Quanto ao que você pensa sobre “homossexualismo”, é o que penso também. Só um idiota não pensa assim. A questão não é o “homossexualismo”, mas a existência real de homossexuais, e, a maioria a absoluta deles, não tem cura. E, muitos deles, não só quereriam ser curados, como já se mataram tentando (literalmente). Ora, essa gente existe! Assim, espero que você não tenha que saber que é possível ser de Jesus e sofrer desse mal, vendo isto acontecer num neto seu, num irmão, em alguém de sua casa… Cuidado, T.! Pois nesse dia você aprenderá a diferença; ou se pedrará de vez! “Não se ensoberbeça”…—você disse a mim. Você acha que eu tenho razões para ser soberbo? Portanto, esta não é uma questão minha, mas sua. Resolva-a dentro de você! Geralmente quem fica dizendo pro outro não se ensoberbecer é porque o adora com uma admiração invejosa… Sonde seu coração. Eu sou apenas quem eu sou. Ou você preferiria a minha não-existência? Meu site existe. Mas você, tão chocado, tão inflamado, tão protetor das doutrinas morais da “igreja”, mandou os textos para outros, e me chamou de herege, e fomentou a idéia de que é preciso fazer-me calar. Eu li mais dos diálogos do grupo de vocês do que você sabe! Pense de mim o que quiser. Aqui está um homem sem tempo a perder com gente que pensa que o Evangelho é uma questão de higiene (um dos argumentos dele era de natureza higiênica). Deixo isto para os fariseus. Eles é que cuidam dessa parte do que entra pela boca. Com Jesus, entretanto, aprendi que o que sai do coração é o que contamina. O anus da alma, meu irmão, é a boca perversa: dela saem os dejetos do coração, segundo Jesus! Você está perdoado! Mas não sinto nenhuma afinidade com seu espírito, e muito menos com a sua mudança de tom quando convém. Quem é, é! Você disse em seu e-mail: “Jamais poderemos colocar o homossexualismo no mesmo patamar de qualquer outro pecado. Todos são pecados, concordo; e quem estiver na pratica do pecado, não alcançará a misericórdia de Deus, nos diz a Sua Palavra. Mas o homossexualismo não afeta apenas o homossexual. Afeta sua família, afeta a igreja, afeta a sociedade, doenças terríveis vem em conseqüência dele. Se assim não fosse não teria sido reservado mais de um capitulo do NT e não teria sido abordado no VT como o foi. Você o compara a outros pecados. Espiritualmente sua teologia está correta, mas na área humana, não.” Amigo, na Bíblia que leio, o que você disse é pura heresia. Mas não somos salvos por não sermos hereges, mas porque Jesus é a Verdade, e salva aos hereges, que somos todos nós. Ao contrário do que você insinua, a misericórdia triunfa sobre o juízo. Afinal, só precisa de misericórdia quem precisa de misericórdia. Mas, segundo você, conforme os fariseus, somente os que não precisam de misericórdia é que podem contar com ela. Se você sabia que eu tinha um site, se um dia me respeitou, que me escrevesse, ao invés de fazer o que fez. Você não é menino. Só não sabia é que viria parar na minha mão. Por isso, vejo em você um meninão! Você está perdoado! Mas assim como não deu pra Paulo andar com os cristãos judaizantes de Jerusalém no cotidiano, também não vejo como a gente possa conseguir passar um dia juntos, falando essas “bobagens”. As más conversações corrompem os bons costumes! Amizade é afinidade, e, até aqui, humanamente, não tive nenhuma com você. Somos irmãos, mas enquanto você for assim, piedosamente dissimulado, não dá pra haver confiança. Muito menos com algum que diz: “Bem, já que você abriu… deixa eu falar claro!” Um homem sempre fala claro! Irmão, se é da Lei, não é da Graça! Minha escolha está feita. Chame-me como desejar! Mas Deus sabe que eu sou o mesmo, creio do mesmo modo, e sempre disse aos homossexuais-inatos o que disse no site; e aos demais, disse o que pude; e Deus sabe quantos consegui ajudar a deixar a prática! Enquanto isto você e outros diziam que eu era “referencia” dos evangélicos. Pois bem, eu sempre cri assim. A sua “um-dia-referência” sempre foi assim, ensinou assim, aconselhou assim…. Estranho que Deus tenha me usado tanto para abençoar a você e seus amigos; não é? Talvez esta seja a gargalhada divina sobre os fariseus! Sobre o tema “de suas questões”, não tenho dúvida alguma. Não cheguei aqui ontem. Se você, no entanto, as tiver, e desejar conversar comigo sobre o assunto, estou às ordens. Mas para ouvir você falar o que já li nos e-mails que recebi, pelo amor de Deus, não dá. Portanto, não tenho nem interesse e nem tempo para uma correspondência que pretende me provar que o sol não nasce todo dia. Da próxima vez, saiba: o que a gente fala no interior da casa, se faz ouvir na rua, na varanda; especialmente na internet. Por isto, de antemão, autorizo-o a publicar esta carta. Me chame de herege se puder! Diga que não sou de Jesus! De quem sou eu, T.? Diga isto sem pecar, se puder! Me responda! De quem eu sou? Meu irmão, eu tenho Dono! Nele, em Quem serei herege pela defesa da Graça de ser de Cristo, __________________________________________________________ Ora, transcrevi esta carta aqui apenas em razão dos “anônimos”. Sim, porque vocês não são “anônimos”. Anônimos sãos os Ts desta vida, que nos chats dos chatos, dizem o que querem, irresponsavelmente, mas no cara-a-cara, convidam o “herege” pra um “chazinho”. Diga ao seu namorado para fugir das doenças do “ministério”, pois, de fato, elas são sutis; e, muito freqüentemente, acabam por abrir o “anus da alma” — o coração — para expelir as sujidades que a religião é especialista em fazer acumular no coração em nome da piedade, que, nesse caso, é pura peidade! Receba meu beijo carinhoso! Nele, em Quem aquele que é, é; e ninguém o pode tirar de Suas mãos, Caio