O QUE FAZER DO CAIO ÍCONE OU HERÓI?



—– Original Message —– From: O QUE FAZER DO CAIO ÍCONE OU HERÓI? To: [email protected] Sent: Friday, October 21, 2005 12:52 PM Subject: Caio Fabio, o ícone. Amado irmão, Parabéns pelo que estás fazendo pelo corpo de Cristo. Admiro tua coragem. Antes de dizer qualquer coisa, gostaria de salientar que bem sei que sou apenas um jovem (17 anos), que não tenho experiência de vida, nada sei além da minha vida familiar e amorosa, pouco conheço sobre a bíblia e por isso tudo não direi o que é certo ou errado, ainda não estou louco para pretender isso. Soube de sua existência em um momento muito oportuno em minha vida. Foi em um momento em que me desliguei da minha denominação e já pensava diferente do “senso comum evangélico”. Isso me afligia pq sempre pensava: “Não é possível que todos estejam errados e eu esteja certo, mas não posso compactuar com algo que não entendo.” Conhecer teus textos foi um alívio para mim, pois percebi que de certa forma, as críticas que eu faço à igreja, já foram feitas antes por alguém inteligente e com experiência de vida, o que me dava muita segurança, me dava esperança de que talvez eu estivesse no caminho certo. Sei também que o que aconteceu comigo certamente aconteceu com milhares de pessoas nesse país e em decorrência disso surge um problema. Você virou um herói. Esses dias eu estava no orkut e lembro-me de um rapaz que desabafava num tópico, segundo ele, em algum de seus textos, vc admitia que homossexualismo também poderia ser algo biológico, como que se a pessoa já nascesse com essa tendência. O mundo desse rapaz desabou, é como se ele dissesse: “Qualquer um poderia dizer isso! Mas o Caio Fabio não!”. Para ele isso estava completamente errado e vc jamais poderia errar. É como se vc não fosse humano e não tivesse o direito de errar, se é que vc esteja errado, se vc realmente pensa assim eu concordo contigo e tb sou muito criticado. Eu sei que por ser inteligente como és, não é possível que não tenhas percebido isso. E gostaria de saber o que pensas sobre o que fazem de ti. Um herói, um refúgio. Tens tentado de alguma forma evitar isso? Fico imaginando que os encontros do “Caminho” possam se tornar apenas mais uma denominação, assim como John Wesley não queria formar uma igreja, mas depois de sua morte, seus seguidores formaram a igreja Metodista, talvez teus seguidores formem a igreja do Caminho. Fique na paz de Cristo. _____________________________________________________ Resposta: Meu querido amigo e filho: Graça e Paz! Obrigado pela sua cartinha carinhosa. Na realidade, quando você estava nascendo, eu já estava falando essas coisas desde a década de 70, e, na de 80, aprofundei ainda mais a reflexão sobre o que estava acontecendo à igreja, e o que aconteceria se ela mantivesse o curso da morte, negando a graça e vivendo de barganhas. O mesmo aconteceu na década de 90, até 98, quando, em razão de me de meu divórcio, todos os incomodados, decidiram que de Totem eu seria Tabu. E assim têm tentado fazer sempre que podem. No entanto, devo dizer que dos meus mais de 100 livros e livretos publicados, pelo menos uns 30 a 35 são sobre a igreja, e acerca do que aconteceria se ela continuasse no caminho do “paganismo cristão”, como hoje se vê de modo quase total. E saiba: vai ficar muito pior. Aguarde as eleições do ano que vem e você verá o nível de perversão e uso ideológico do “evangelho” que haverá. Não é preciso ser profeta, basta ver. Assim, lhe digo: a perversão ainda vai crescer muito mais, até que fique claro para todos os que hoje ainda estão na dúvida que essa “coisa” já não tem cura; e que como trapos de imundície precisam ser deixados longe, visto que Jesus não põe remendo de pano novo em vestes velhas. Com relação ao homossexualismo, saiba: ele não é genético, mas sim uma ideológico, como o socialismo, o anarquismo, o machismo, o feminismo, etc… Portanto, o homossexualismo é algo que eu aborreço, assim como aborreço toda forma de ideologização do que seja apenas uma escolha ou, em alguns casos, um certo determinismo ou predisposição de natureza genética. Desse modo, o homossexualismo é um movimento, um partido cuja política é essa, e que tem uma articulação propositiva; e, em alguns casos, até mesmo um modo de fazer proselitismo sexual: “homossexualização”— uma espécie de “evangelismo sexual perverso”. O que eu digo é outra coisa. Mas como para o seu amigo tudo é um “pacote” — como em geral o é para a maioria dos evangélicos maniqueístas —, ele não sabe nem mesmo ler o que escrevo; como de resto, a maioria também. Portanto, a primeira distinção importante é entender que homossexualismo é um movimento. Já homossexualidade é uma condição psíquica. O que eu digo é que certas formas de homossexualidade são inatas, diferentemente de outras, que são aprendidas, ou que foram insufladas na infância pela via de vícios, fruto de abusos na infância. Assim, usando apenas uma expressão de Jesus relacionada aos eunucos, digo que uns nasceram, outros foram feitos, e outros se tornaram. Nesse caso, a genética só tem papel prevalente no caso dos que nasceram assim. Para mim, esses, no máximo, conseguem se abster de práticas homossexuais, mas, dentro deles, é assim que se sentem, mesmo quando não praticam. Por esta razão, creio na reversão desses casos, tanto quanto creio que eu poderia ser revertido de minha heterossexualidade e tornado gay; ou seja: impossível. Já os demais casos, quando a questão é vício, condicionamento, ou mesmo escolha que se tornou um padrão psicológico, eu creio na possibilidade da reversão, não sem lutas, traumas e seqüelas — porém, ainda assim, com chances de reversão. Quanto à igreja e os gays, minha opinião é simples, e não temo estar errado acerca disto nem agora e nem no porvir. Eu creio que a igreja deve ser lugar para todos. Todos. Não importando quem seja. E penso que nela as pessoas têm que ter direito a estar em paz a fim de ouvir a Boa Nova e ficarem com a informação em suas almas, a fim de que o Espírito mesmo faça os aplicativos que desejar da Palavra no coração das pessoas. Não faço casamentos gays, e não farei. Também não ordeno gays ao ministério também, pela mesma razão pela qual Paulo admitia o bígamo na igreja, mas recomendava que o bispo fosse marido de uma só mulher; afinal, “não foi assim desde o princípio”, conforme disse Jesus. Quanto a ser “herói” de alguns ou também acerca do que farão com o que eu digo depois que eu não estiver aqui, tenho a dizer duas coisas: 1. Sobre o herói: Não sou. De fato já fui um dia, conforme os sonhos de irrealidade de muitos, os quais, desejavam que eu fosse cristão por eles. Esse tempo acabou. Não sou cristão por ninguém, não represento ninguém, e não estou delimitado em minha liberdade de ser, falar e fazer, por homem algum, mas apenas pela minha consciência, conforme a Palavra. E é justamente isto que apavora a muitos. A existência de um ser que segue a Jesus e não se importa com o que “a igreja de Jerusalém diz”, foi insuportável, no dias de Paulo, e continua a ser hoje, em nossos dias. Afinal, tem mais judaizantes do que seguidores de Jesus na “igreja”. 2. Sobre o que farão do Caminho: Ora, se conseguiram fazer do Evangelho de Jesus algo como o “Cristianismo”, e seus filhotes deformados, que não dizer de qualquer outra coisa? Meu chamado, como o de qualquer outro, é servir a minha geração; e pronto. O futuro está nas mãos de Deus. E Ele sabe o que faz, e, sobretudo, quem levanta a fim de cumprir a vontade Dele em cada geração. Portanto, esse é um temor que não é meu, pois, meu compromisso é apenas com aquilo que promove a vida. O que você tem que saber é que tudo pode ser subvertido e pervertido. Mas se ficarmos olhando apenas o vento, nunca semearemos; e se ficarmos olhando apenas as chances de chuvas, nunca ceifaremos. Você é jovem e pode crescer na Graça e no Entendimento segundo o Evangelho a fim de ser muito útil nas próximas gerações. Portanto, mergulhe na leitura dos evangelhos e de todo o N.T. Também leia o meu site, pois creio que o espírito da Palavra o permeia de um modo geral, e isto é útil para quem crê, mas ainda não teve a chance histórica de desenvolver percepções aplicáveis à vida. Receba meu carinho e meu abraço! Nele, em Quem o Evangelho só se manifesta no dia chamado Hoje, Caio