MEU IRMÃO DIZ QUE “CASAMENTO” É ATÉ PARA MATAR…
—– Original Message —– From: MEU IRMÃO DIZ QUE “CASAMANTO” É ATÉ PARA MATAR… To: [email protected] Sent: Monday, December 05, 2005 10:11 PM Subject: Assassinos em família..Tudo pelo casamento!!! Graça e Paz! Meu pastorzinho querido, Estou bem melhor…graças ao Pai e aos conselhos que o senhor me deu! Mas…confesso que tem sido difícil esquecer um amor. A sua resposta à carta que mandei “Liberta do tirano, caiu na bondade escravizante”, e a outras cartas, têm-me ajudado bastante! Estarei no lançamento do livro “Sem Barganhas com Deus”. Mas não quis esperar pra lhe fazer uma pergunta e contar uma história… Tenho um irmão cristão e de sangue que insiste em dizer que estou errada em me separar, mesmo tendo meu esposo feito tudo que quis comigo: me bateu, me espancou, me traía, etc… Ele disse que quando casamos é para sempre, com ou sem amor, aconteça o que acontecer…e que se eu me separar, vou levar até a morte coisas da alma do meu ex, além de atrair muitas coisas ruins sobre a minha vida, como se fosse maldição! E me contou essa história pra me convencer…”Se um dia minha esposa chegar pra mim e disser que toda sexta-feira mata uma criancinha, mesmo assim continuarei com ela; e se eu chegar até ela e disser que toda sexta-feira mato cinqüenta criancinhas, mesmo assim ela continuará comigo! Nós fizemos um pacto até a morte de nunca nos separarmos, aconteça o que acontecer… “Pasme!!! Eu fiquei escandalizada…apesar de perceber que é loucura dele.Gostaria que o senhor me falasse desse lance de ligação de alma… não entendo bem e se há alguma ligação. Quero aprender como desligar… hehehehehe!!!Pois…não sinto mais nada pelo meu ex, só um carinho materno e respeito por ser o pai de minha filha. Sua filha, M. ________________________________ Resposta: Minha querida filha: Graça e Paz! Seu irmão realmente está louco. Esse banditismo relacional é doença total, e também é o caminho mais profundo para se desenvolver a mais forte forma de “co-dependência perversa” entre duas pessoas. De fato, um casal assim, não é um casal; mas uma dupla de gangsters, seres para os quais o que é bom e justo não existe, visto que o que os une é um “pacto diabólico”. Há muitos casamentos que são pactos de morte; e, para mim, pactos de morte são sempre coisa do diabo; pois, quem ama a Deus, esse ama a verdade e a vida. Provavelmente, no entanto, se a situação de seu irmão fosse outra, e o que ele e a mulher fizessem não fosse, hipoteticamente, “matar criancinhas toda sexta-feira, mas, ao contrário disso, se toda sexta-feira a mulher dele “desse” para todos os amigos dele, e, de quebra, também para uns garotões da vizinhança; após o que, tomasse um porre, e, chegando em casa, o redesse com um 45, pondo-o contra a parede, algemando-o, e, após isto, espancando-o até ao sangue; e, ao fim de cujo tortura, ele ainda tivesse que ter ereção para, passivamente, transar com a mulher — ela toda lotada de sêmen de amigos dele —, eu pergunto: será que ele manteria o “pacto”? Isto porque, para ele, que é “cristão”, matar crianças não é algo difícil de fazer, mas, provavelmente ele não agüentasse manter o pacto com a mulher dele se ele fizesse com ele o que o seu ex fazia com você. No entanto, essa não é a questão. Afinal, você não tem que guiar a sua existência pelas leis da máfia conjugal de seu irmão. Que todos fiquem sabendo: 1. Quem trai, no ato da traição, se divorcia do cônjuge, mesmo que o cônjuge não fique sabendo. Isto segundo Jesus. Portanto, uma vez que alguém que traiu, confessou ou foi flagrado, deve saber que o cônjuge ofendido está “viúvo” de tal casamento; sendo que a decisão de continuar, é livre, mas só é sadiamente possível se o “traidor” estiver arrependido e certo de seu amor pelo cônjuge traído; e, também, se o “traído” estiver disposto, em amor, a perdoar quem o traiu. Do contrário, tal casamento, segundo Jesus, acabou. E mais: se o traidor continua a trair, e se o traído resolve ficar, é direito seu; mas a menos que em tal ato haja um consentimento e um acordo com aquele que é o que “pula a cerca”, a continuidade…, obrigada pelo medo, pela insegurança, pela necessidade de sobrevivência dos filhos, etc…—haverá de cobrar de tal pessoa as resoluções da dignidade e do amor próprio, mais cedo ou mais tarde; e se essa pessoa não partir para o auto-encaramento, normalmente mergulhará na mais profunda depressão. 2. Um marido que não trai, mas espanca a mulher, á mais adúltero do que aquele que tem duas mulheres e trata a ambas muito bem. Com isto estou nivelando por baixo a situação, posto que o ideal de Deus é que cada homem tenha sua mulher e cada mulher o seu homem, e que ambos se tratem com amor e respeito. 3. Quem não ama a sua mulher e quem não ama o seu marido, mesmo que esteja casado, está divorciado. Todavia, há pessoas que preferem viver desse modo, ao invés de buscarem uma solução na verdade. Portanto, se essa for a escolha delas, que seja apenas delas, e que em sua amargura de infelicidade — ou pela sua covardia e acomodação, ou qualquer que seja a insegurança ou a necessidade —, não venha, todavia, a fazer de sua escolha a lei a ser seguida pelos outros. Afinal, poucas torturas são maiores do que ficar casado com quem não se ama. 4. Quanto a “alma do ex” ficar em você, tenho algumas coisas a dizer: a) A gente sempre fica com alguns traumas da relação anterior, o que, negativamente e num certo sentido de natureza psicológica, é uma experiência da “alma do outro”. Porém, tais vícios ou traumas não são carmas, e podem ser deixados para trás com alguma facilidade quando a pessoa se enxerga e está aberta a auto-verificação do coração. b) As relações que deixam “alma” são apenas aquelas onde houve amor, e que se manifestou como felicidade, alegria e prazer; ou, então, as relações do tipo que seu irmão tem com a mulher dele. Essas relações deixam “alma” para trás. No entanto, apesar de amar seu marido, mas não agüentar mais ser espancada e maltratada como você foi, uma vez que a decisão da separação foi sua, e, além disso, uma vez que você a tomou em razão de concluir que viver sem ele é melhor do que existir ao lado dele; uma vez que você vá relaxando, e, para além disso, uma vez que você conheça e ame alguém, tudo isto ficará para trás; e, se pela misericórdia de Deus você encontrar alguém legal, então, saiba: não haverá mais memória das coisas ruins de seu passado; e, portanto, não haverá “alma” nenhuma de seu ex a perturbar sua nova relação. E mais: mesmo que você fique só, ou só por algum bom tempo, ainda assim, logo você descobrirá que uma solidão digna e pacificada é infinitamente melhor do que um casamento de Box e Vale Tudo. Tudo o que aqui lhe disse o fiz com todo respeito e responsabilidade. No entanto, você sabe que as coisas só são boas se são decisões de nossa consciência; e se são, portanto, completamente espontâneas. Assim, digo apenas o que eu penso, mas é você quem tem que decidir o que é bom para você; e, de minha parte, creio que você não acredite que o que você tinha antes era o que você desejaria ter para o resto da vida. Receba meu carinho! Aguardo você no lançamento do “Sem Barganhas com Deus”. Até lá! Nele, que, segundo Paulo, “nos tem chamado à paz”, Caio