TODOS SÃO CAIO?- de um Fábio que não é Caio
—– Original Message —– From: TODOS SÃO CAIO?- de um Fábio que não é Caio To: [email protected] Sent: Monday, February 13, 2006 3:27 PM Subject: Todos são Caio? Querido Caio Fábio, Ouvi uma das mensagens acerca do tema “As 7 Igrejas do Apocalipse”, na qual você dizia que o problema da perseguição (que aliás teve a sua origem em Atos 6, com a “conversão” dos sacerdotes judeus) não vinha diretamente dos romanos, e sim desses religiosos, os judaizantes, que tinham abraçado um pseudo-evangelho. De fato, não é surpresa nenhuma que os piedosos invejosos do farisaísmo contemporâneo, que têm como características os dízimos exibicionistas, as campanhas de jejuns meritórios, e que fazem da mídia suas praças públicas, estejam como estão. Todos são Paulo? Absolutamente não! Entretanto o que os judaizantes não sabiam é que Paulo morreria, todavia suas palavras e ensinamentos transcenderiam aquele contexto histórico e viajariam por meio da Palavra de Deus, séculos e séculos, suscitando e gerando novos “Paulos” pela graça de Deus. Todos são Caio? Definitivamente não! Todavia, o que eles não sabem é que há muitos “Caios” anônimos denunciando as mesmas práticas e barganhas que nada têm a ver com os ensinamentos de Jesus e que não são clones “caiofabianos”, mas eles só existem porque simplesmente lêem os Evangelhos e vivem genuína e verdadeiramente do ponto de vista da graça inefável de Deus, descrita principalmente por Paulo. São todos Billy Graham? São todos Caio? Se a reposta é não! Entretanto, o paradoxo é que há muitos deles espalhados anonimamente pelo Planeta Terra. Aliás, em contra-partida, posso afirmar sem demagogia nenhuma e sem confetes: Está para nascer ainda outro Billy Graham na América, assim como está para nascer outro Caio Fábio! Nunca morrerão porque, primeiramente, já passaram da morte para a vida; e, segundo, porque as suas mensagens correrão gerações, se Jesus não nos arrebatar em breve. De modo que poderia fazer uma lista imensa composta por nomes como os de Moody, Hudson Taylor, George Muller e outros muitos que viveram, morreram e não “morreram”. Aliás, sem falar dos que viveram com a mesma paixão e devoção anonimamente que só Deus os conhece! Aliás, estes que se levantam maliciosamente, carregam o veneno da morte estando vivos. Portanto, me perdoem, mas os mesmos necessitam de uma viagem introspectiva para discernirem de que lado estão! Caso contrário, se assim não fizerem espontânea e voluntariamente, com consciência, e sob a ótica da Palavra de Deus iluminada e revelada pelo Espírito Santo, correm o risco de ouvirem no Juízo Final, a frase: Apartai-vos de mim os que praticais a iniqüidade! Nunca vos conheci. Pois em última análise viveram uma piedade-farisaica-exibicionista-religiosa! Caio, escrevo sem o anseio de perguntas, como é de praxe neste espaço; todavia, escrevo como irmão que poderia ser teu filho, sendo de uma geração que está justamente atrás da tua; aqui deixo o meu carinhoso encorajamento e de modo inequívoco posso afirmar que há remanescentes e joelhos que não se dobraram a Baal. Estes querem te ouvir e ouvir alguns poucos líderes ainda sérios que vivem nesta nação! Um beijo grande! Nele em Quem não há diferenças entre Paulos, Billys, Caios e Fabios, mas age em todos e por meio de todos. Fábio que não é Caio. _______________________________________________________ Resposta: Querido Fábio: Graça e Paz! Deus conhece a todos os Seus. Ele sabe quem cada um é e com que coração o serve. Ele sabe quem somos, e discerne de tal modo nossa natureza e essência, que nunca teve susto com ninguém. Ele dá dons aos homens visando um fim proveitoso, e, além disso, não explica porque o faz; nem tampouco porque uns são visíveis, mesmo sendo tão ambíguos e pecadores como eu. Sim, mais visíveis do que outros tão mais sólidos e contínuos; tão mais sem riscos a desafiá-los; tão mais prontos e melhorados; enfim, tão mais maduros para certas tarefas, do que eu, por exemplo. Nunca quis ser ninguém além de mim, e nunca desejei o lugar de ninguém em lugar algum. Nunca me ofereci para nada, e nunca julguei que sem mim as coisas não seriam as mesmas. Aliás, passei boa parte de minha vida confessando minha humanidade, e, quanto mais o fazia, mais me idolatravam. O que me aconteceu, aconteceu a mim. E concerne apenas a mim e aos implicados, ainda que oito anos já se tenham passado, e, para todos os verdadeiramente implicados, tudo já esteja mais que resolvido. No entanto, sendo apenas alguém que crê em desígnios divinos, mesmo nas calamidades e tragédias (aliás, especialmente nelas), vejo que o que me aconteceu e me “relativizou” aos olhos “evangélicos”, foi o que de melhor poderia me ter acontecido. De fato, por meio do pecado e da transgressão, ainda que sofrida e confessada com dores que somente Ele sabe e conhece, o resultado, apenas porque Ele me ama, e sabe que na minha fraqueza também o amo, e amo as Suas ovelhas e, sobretudo, Sua Palavra, foi o melhor possível. Ele cumpriu o que prometeu, e fez com que todas as coisas, todas elas sem exceção, cooperassem para o meu bem, e para o bem de meu ser. Além disso, também creio que será para o bem da Igreja, ainda que seja um mal para a “igreja”. Ora, para a Igreja sem aspas, o bem é não sofrer a tentação de ter ídolos vivos (que é aquilo no que eu havia me tornado para milhões, para o mal de suas almas). Mas para a “igreja”, com todas as aspas, o bem lhes é mal; visto que são forçados a se enxergarem, a se verem, e a se perceberem; pois, ficaram com raiva de mim na mesma medida em que me idolatravam. Graças a Deus estou livre desse culto pagão à personalidade dos ídolos, pois, hoje, muitos têm a desculpa para tentarem me frizar como “pecador”; e isso enquanto, sendo realmente pecador, os choco com minha insistência inarredável acerca da Graça de Deus sobre mim. E pior para eles ainda: escandalizam-se com Deus, e acerca de como Ele continua me abençoando. Desse modo, hoje sei que me tornei tão visível aos olhos de milhões, também para este propósito divino. E a Ele me entrego, pois sei que Ele escolheu, no meio das minhas escolhas, o melhor Dele para mim; e também para aqueles milhões que hoje encontram em mim uma referência de fraqueza fortalecida na Graça, o que faz de mim, assim espero, apenas um homem-irmão, e não um ser mineral, e para além da natureza humana, como desejavam que eu fosse. Sobre pregar, crer e discernir a Graça, saiba: ninguém o fez jamais por conta própria, posto que é revelação. Portanto, não existe nem mesmo esse assunto. Ninguém deve se deixar clonar jamais, e, nem tampouco, lutar contra o ser de alguém que nos cativa, apenas porque temos a obrigação de sermos gente sem umbigo. Ou seja: sem predecessores. Até Jesus, na História, teve um predecessor. Todos temos predecessores e todos somos devedores uns dos outros; posto que se não for assim, o Corpo não será de Cristo, mas apenas um ajuntamento de seres animalescos que brigam por se tornarem “machos dominantes” em seu próprio meio, e isto exatamente conforme o reino animal. Jesus disse que quem não é por Ele, é contra Ele. Mas isto é porque somente Ele é Absoluto. Porém, quando os discípulos, do alto de sua abismal arrogância, decidiram “parar” um homem que expulsava demônios em nome de Jesus, embora não andasse com eles, e nem com Jesus, no chão geográfico da História, no tempo e no espaço —, o que eles ouviram Dele foi o seguinte: “Não o proibais. Pois quem não é contra vós outros, é por vós outros”. Assim, Ele afirmou a relatividade até mesmo da Comunidade Apostólica como “reguladora” da Graça na Terra, e chamou para Si mesmo esse papel. Ele também estava ensinando que somente Ele, e mais nada e nem ninguém, é a Referência Absoluta. Sim, quem com Ele não ajunta, espalha. Porém, quanto a nós, quem não estiver lutando contra nós, já está em nosso favor. Ninguém tem que “ajuntar” conosco. Basta não se tornar nosso adversário que já está do nosso lado. Quanto a mim, como tenho dito e repetido, eu quero é que todo o povo do Senhor seja profeta. Não creio em nenhum vocação espiritual de pessoas que querem aparecer para a “gloria de Jesus”. Para mim, o exemplo é João Batista. E, no Velho Testamento, superabundam as vocações “forçadas”, de gente que não queria, mas que teve de ir, pois, de fato, Deus com elas falou. Moisés é o exemplo de tal luta contra o chamado. Fez de tudo para não ir. Mas foi assim mesmo. Mas a questão é uma só: por que Deus freqüentemente chama aquele que não quer ir ou que não deveria ir? E, para mim, a razão é uma só: quando alguém quer viver um papel messiânico e salvador, já está a caminho do narcisismo. Daí eu sempre ter me apavorado com os sinais de desejo de aparecer que sempre vi na maior parte dos chamados líderes evangélicos, visto que, na base de tais desejos, por mais que se disfarcem de espiritualidade, o que já reina é a Síndrome de Lúcifer; ou seja: o narcisismo. Meu nome é uma confissão: Caio; que é caio de quem cai, caiu e cairá, mas que sabe que já cai de joelhos diante Dele, sendo, portanto, o mais confiante dos pecadores, e na proporção de sua própria consciência de relatividade e pecado, cai pra cima. Nele eu sou Caio que só cai nas mãos Dele! Amém! Receba meu carinho e minhas orações por você. Nele, em Quem todo aquele que se viu Nele, alcançou satisfação pessoal e completa, e ficou alegre de ser quem é, Caio