BOA GENTE DE DEUS – para o Caio
Quanta vida se viveu, plena
Quanta estrada se percorreu, no Caminho
Pra entender o bem que nasce da dor
E a inteireza da vida que tem regras, e não as tem.
“Muitas vidas comprimidas em uma só?”
Não, amigo, nada disso.
Mais que isso, tua vida é singularmente múltipla,
Cheia de simplicidades incompreendidas e
Complexidades imanentes,
Porém mais lotada ainda do carinho
De quem a conhece, percebe e recebe.
Paradoxal, paradigmático,
Propositivo, enigmático,
Que nada! Besteira!
Quem te entende, te sente simplesmente:
Boa gente de Deus,
Homo pneumaticus.
Falar da tua inteligência seria burrice demais,
Bem como de tua instrução auto didata.
Dizer do impacto quântico e de relatividade geral
Que tua pessoa causa nas pessoas e na história
Seria tolamente bajulatório e perigosamente insuficiente.
Prefiro falar da visão privilegiada da tua voz
Do som grave e agudo do teu olhar
Dos odores que tua alma inala e expira,
Dessa sensorialidade invertida e unicista
Do turbilhão de sensações multiformes,
E de teu amor desinteressado e acolhedor.
Melhor é testemunhar da minha certeza:
Que no dia em que conheceste a Cruz
Passaste a viver para ela e por ela
E, acima e abaixo de tudo,
“NEla”, como você diz,
Com toda sua verticalidade com Deus
E horizontalidade com seus pares.
Caminhar contigo, Caio,
É olhar o mundo sob novo prisma,
É aprender o conforto na aridez do não,
E alento em meio ao nada,
É degustar o ácido ao pisar em brasa viva
E espreguiçar-se ao sol do meio-dia.
Pois é somente nas asas do Eterno que existes.
Debaixo dela estás rendido e seguro.
NEle todas essas antíteses são possíveis,
Afinal, Ele é o que é, “e isto é tudo, e tudo é”.
Apesar de tua humanidade, apesar de tuas faltas,
Saiba que, mesmo neste mundo caído,
Há milhões que te ouvem, entendem e amam,
Embalados na força de quem te fortalece.
E assim desejamos continuar,
Enquanto o tempo brindar a amizade,
Enquanto a vida nos der de presente,
Enquanto Deus cruzar nossos caminhos
No Caminho.
Pois ter uma pessoa de tua dimensão
É possuir mais que se pode conter,
É receber mais que se pode perceber
E é ser agraciado com mais que se pode merecer.
É graça pura!
André Barcellos
08/03/2006
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Amigo, minha alma ama a sua e se curva em amizade grata!
Te amo,
Caio