—– Original Message —–
From: ACERCA DA ANALISE: o pau que dá no Chico, nem sempre dá no Francisco
To: [email protected]
Sent: Monday, May 15, 2006 10:27 PM
Subject: BÊNÇÃO E CAOS EM SÃO PAULO
Caio,
Estive as quatro noites no Colégio Batista. Quis muito falar contigo pessoalmente, mas na sexta você disse que sairia mais cedo; já no sábado o frio paulistano parece ter “pegado” você… De qualquer forma, obrigado pela Palavra compartilhada, pela pessoalidade da sua postura, pelo exemplo de simplicidade e espontaneidade, bem como pelo incentivo a que todos nós ali presentes mergulhássemos mais e mais em processo de individuação e auto-exame em Deus!
Na noite em que Jorge Camargo cantou, levei um amigo que é músico e completamente avesso aos cheiros e sabores do cristianismo historicamente manifesto (lógico-intuitivo-sabiamente avesso, diga-se), e ele ficou bastante surpreso com o que viu e ouviu. Foi seu comentário: “Muito bom! Não há nem o que falar!”. Acontece assim: quem tem alma, quando ouve e compreende que não havia esquizofrenia (nem incentivo a surtos de síndrome luciferiana) no Jesus dos Evangelhos, sai dando graças!
Acabo de ler o texto aqui do site “Política: o pau que dá no Chico nem sempre dá no Francisco”. Difícil saber o que é ou não verdade a partir dos meios de comunicação citados (Veja, Globo…). Eu particularmente levanto todas as hipóteses em textos de forte apelo acusatório. O exemplo do “duelo de São Pedro” no Rio diz tudo: há tessituras nos bastidores e demasiadas tramas que os olhos da história não vêem nem cogitam!
Os ataques violentos aqui de Sampa teriam manchete mais apropriada nesta franqueza: CRIMINOSOS ATACAM CRIMINOSOS. POPULAÇÃO E POLICIAIS REFÉNS DA VIOLÊNCIA.
O Estado (nas esferas federal, estadual, municipal) possui vasta ficha CRIMINAL também: nos seus incontáveis esquemas de corrupção; na construção de masmorras hodiernas que não recuperam presos, antes os pioram; nos repetitivos embates político-partidários que cultuam o DEUS FACÇÃO em detrimento do bem comum; no descaso a seus próprios servidores (baixos salários, equipamentos ruins, desamparo — pra se ter idéia, as famílias de policiais mortos em algumas emboscadas deste final de semana, por estes não estarem em serviço, não serão indenizadas, pois, em tese, eles não estavam trabalhando! Ora, mas tais servidores só foram mortos por serem policiais! Gente nova, 32, 33 anos, morrendo e deixando esposa e filhos pequenos ao abandono estatal —-)…
Enfim, os dias são mesmo muito maus e exigem de nós discernimento pr’além dos maniqueísmos BONS X MAUS, BANDIDOS X MOCINHOS.
No espírito do que você escreveu, concordo que o cinismo se alastra insuportavelmente quando o pecado das autoridades constituídas se torna claro e gritante aos olhos de todos. Pior: retira os últimos freios, os últimos impedimentos inconscientes do homem violento.
Grande abraço, PAZ e ESPERANÇA!
Gérson
P. S. – Domingo à noite, anterior ao da semana de inauguração da Estação do Caminho em SP, a rádio do site interrompeu a transmissão da reunião do Caminho em Brasília. Só pra avisar, pra dar esse alô aos técnicos de manutenção da página…
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Resposta:
Meu amigo Gerson: Graça e Paz!
Me ative apenas ao que a mídia diz em razão de que o que eu sei, de fato, torna a mídia boba em razão das ocorrências. Eu, todavia, não fui chamado para tal função e nem tampouco a executaria. De tudo o que foi divulgado, honestamente, tenho apenas dúvidas quanto ao que se refere às contas fora; digo: se eles existem como algo que esteja sob a mesma estrutura; ou seja: formando um quadrilha, ou se são pessoais. Isto porque, na realidade, é possível que as contas existam de modo pessoal e não orquestrado, e nem ainda sob o guarda-chuva da deliberação; o que faria de tal possibilidade uma ação de quadrilha.
Minha maior dificuldade com a matéria de Veja é esta. E ela tem a ver com o que penso conhecer do Lula, depois de anos de amizade e respeito mútuos; e, também, em razão de que os valores atribuídos a ele na Veja, não se parecem com números de um “esquema”, mas sim de algo pessoal; o que não diminuiria a transgressão formal ao sistema de envio de recursos ao exterior; porém, inviabilizaria a tentativa da Revista de colocar tudo sob a mesma perspectiva do “desvio” de verba pública e da armação orquestrada.
Já dos episódios do Rio, infelizmente, não posso dizer a mesma coisa!
Portanto, da mídia só ouso fazer pequenas analises. E muito mais na intenção de discernir os interesses envolvidos, do que qualquer outra coisa.
Eu, todavia, quando penso nas famílias das pessoas envolvidas, me encho de misericórdia. E peço ao Pai que eles caiam em si e deixem essas loucuras de lado. E também peço a Deus que lhes dê outra chance, não na política, mas na vida pessoal; ou seja: na vida com Deus, voltando à sensatez e buscando o Evangelho da Graça.
Garotinho um dia se alegrou com a verdade; e sei disso porque foi comigo. Sim, o batizei e conversei com ele durantes dois anos um vez por semana, pelo menos; e, depois disso, muitas e muitas outras vezes. E, eu mesmo, disse a ele, após ele ter vencido as eleições com a Bené, num acordo que a Bené não queria, e que Garotinho implorou para que eu a convencesse, que se afastasse daquela cambada.
O tal “acordo para o governo do Rio”, foi feito em minha presença; e isto, de certa forma, contra a vontade da Bené que me dizia que temia ser traída logo depois de eleitos. Não deu outra, pois, logo depois de eleitos, a Bené levou um chute no traseiro e os “pastores” tomaram conta de tudo. Depois disso tive várias conversas explicitas com ele sobre o que lhe aconteceria se ele se associasse àquela moçada. Aliás, foi em razão de minhas franquezas que ele deixou de me procurar. Afinal, ele queria “um profeta que lhe dissesse o que lhe agradava”. E este homem não sou eu!
Oro por ele e pela casa dele. E peço ao Senhor que lhe dê espírito de lucidez e que o salve dos vampiros que hoje o cercam.
Da próxima vez em Sampa, vamos nos ver; se Deus permitir!
Sobre seu amigo, é verdade. As pessoas que sentem e pensam não suportam a religião e suas fanfarrices e mentiras. Porém, quando expostos ao Evangelho de Jesus, ninguém resiste pelo menos ao acolhimento que ele carrega.
Ah, meu filho Ciro me disse ontem que após as atuais situações, o que ele teme é que, não havendo mais espaço político para o Garotinho, os “pastores” o ordenem “Pastor Garotinho”. Hipótese esta que não acho dificil de acontecer. O que seria igualmente trágico, caso a motivação seja essa e patrocinada pelo vampiros que aí estão.
Receba meu beijão!
Nele, que tem misericórdia de nós; de todos nós,
Caio
Ps: Darei sei recado ao Edvaldo, que é o santo de Deus que cuida dessa área!