—– Original Message —–
From: VOCÊ ESTÁ CONFUSA, MAS FICARÁ COM-FUSA: com tudo em síntese!
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Sent: Friday, June 16, 2006 7:45 AM
Subject: DÚVIDAS – TENHA PACIÊNCIA …
Querido Caio Fábio,
Antes de começar essa carta quero dizer que amo você em Cristo, como um irmão muito querido, que descobri que tinha depois de muito tempo, e que foi maravilhosa essa descoberta! Um irmão que tem me ajudado muito, que me ajudou a exorcizar muitos males, pacificando minha mente e meu coração por seu entendimento da Palavra.
Mas pastor querido, alguns vôos seus são tão elevados, que minha mente não consegue acompanhar. Comecei a ler a Bíblia com mais freqüência a pouco tempo, e muitas dúvidas têm surgido.
Eu sei que você é muito ocupado, e que aconselha as pessoas que lhe enviam questões ao lerem o site, mas pastor, eu leio e leio e fico mais confusa ainda.
Vou esclarecer. Acho que se eu levasse minhas questões ao pastor da igreja que estou freqüentando, ele me daria as respostas comuns que tenho ouvido todo esse tempo.
A primeira pergunta é sobre a salvação. Quando eu leio o seu site, você nunca diz explicitamente que alguém tem que confessar que crê em Jesus para ser salvo, pelo contrário, implicitamente deixa-me entender que, no seu ponto de vista, uma pessoa pode ser salva sem confessar a Jesus como Salvador. Aí, pastor, minha cabeça dá um nó, pois há vários e vários versículos bíblicos que falam nessa confissão para salvação. Você os conhece mais do que eu.
Eu entendo que Jesus é a chave hermenêutica. E eu entendo quando você fala sobre a ordem de Melquizedeque também, até o ponto em que Jesus veio para todos… independente de religião. Mas acho que qualquer pessoa que seja dEle confessa que Ele é o seu Senhor. E confessando-o passa a ser cristão. Creio que os que não tiveram oportunidade de conhecê-lo não serão condenados, pois nosso Deus é Justo. Mas o que o conheceu e creu, confessa que Ele é o seu Salvador, nem que seja apenas para si mesmo. Mas pelo que eu tenho lido no site, tenho percebido que pelo seu entendimento uma pessoa que viva uma vida em amor, mesmo que não o confesse como Salvador, será salva… a pessoa onde a Luz dele brilhou… isso seria fácil de aceitar, se não fosse aquela parte: “não há um justo sequer”… isso em razão da natureza humana caída que você sabe muito bem, e muito melhor que eu – eu acho que não sei de nada, mas quero saber um pouco, o suficiente para aquietar a minha alma.
Na verdade, pastor Caio, eu só sei mesmo das minhas dúvidas. Talvez eu tenha a chance de com essa carta clareá-las um pouco. Isso pode me ajudar muito, mas eu preciso conseguir conciliar dentro de mim o que eu tenho lido na Bíblia, que por si só já me confunde demais, e também aqui no site.
Pastor, eu tenho me deparado várias vezes com passagens que parecem tão contraditórias… por isso entendo quando você diz que Jesus é a chave hermenêutica. Mas mesmo assim ainda estou confusa, principalmente por causa de certas passagens onde o próprio Jesus fala.
Nesse momento, pastor, posso imaginar seu diálogo interno, dizendo a si mesmo: Ah, não! É sobre o divórcio de novo? Poupe-me!!! Desculpe meu pastor querido, tenha um pouco mais de paciência, você que tem cuidado com tanto amor das suas ovelhas… não é só sobre o divórcio, ele é só o começo…
Eu sou divorciada por iniciativa própria, ou seja, eu o “repudiei” (palavra forte essa), e não foi por “prostituição” dele (outra palavra forte)- e ainda, gostaria de um dia poder casar de novo sem peso na consciência diante de Deus, sem achar que estarei pecando, ou pelo menos, me sentindo pecadora perdoada.
Mas não é só isso que me aflige. Minhas questões vão mais além (ou, no seu entendimento, talvez dissesse “aquém”)… por um lado eu penso que a redenção que o Senhor Jesus nos propiciou foi sobre a natureza pecaminosa, o pecado, no singular; penso que dessa forma uma pessoa que o aceita como Salvador, mesmo que peque, está salva. Na igreja Batista aprendi isso, uma vez salvo, sempre salvo. Isso me dava muita segurança. Agora estou em outra igreja, e não sinto nas pessoas de lá essa segurança. Talvez eu esteja até enganada, quanto ao que os freqüentadores da igreja pensam. Mas, trazendo a questão para a minha angústia atual: antes, mesmo que eu casasse novamente – cometesse adultério, segundo as palavras de Jesus – eu estaria perdoada e não perderia a minha salvação. Agora, se eu me casar de novo, não sei mais de nada, me dá uma sensação de que me sentiria pecando continuamente. Inclusive alguns pastores dizem que num caso assim a pessoa teria que se separar, para cessar o adultério. Mas isso me soa tão raso… queria uma palavra que me convencesse, que tocasse o meu espírito como Verdade.
Por várias e várias vezes eu abro a Bíblia no mesmo lugar, quando o Senhor Jesus fala com a mulher samaritana, aquela que tinha tido cinco maridos e o atual não era seu marido. Eu gostaria tanto que naquele ponto Jesus tivesse falado mais! È tudo tão obscuro acerca do divórcio! Ele disse tão pouco!
Sei que o adultério não é um pecado maior do que os outros; para Deus, tudo é pecado. Uma vez eu fiquei martelando em cima do verbo “comete”. Jesus disse que quem casar de novo “comete” adultério. Ocorreu-me pesquisar esse verbo, se Jesus quis dizer: comete (cometeu e pronto) ou se quis dizer está cometendo, como algo contínuo. Se for só “comete”, dá uma aliviada, parece que podemos pedir perdão e continuarmos com a pessoa… mas se significa “está cometendo”, aí não parece ter jeito, parece que o peso vai continuar na consciência até um segundo divórcio… que também não parece a melhor solução.
Aí Jesus falou sobre os eunucos… que há os que se fazem eunucos pelo Reino de Deus, e eu fico me perguntando se eu suportaria me castrar dessa maneira, passar o resto da vida sem um marido, não pela vida sexual, que hoje é um ponto secundário, mas pelo meu desejo de companhia, de família estruturada…
Já tive um casamento, um divórcio, uma união estável (que pelo jeito deve ter sido fornicação e não adultério, pois não casamos) e a separação daquela união estável (que de estável não tinha nada mesmo).
Aí eu me pergunto: o que é o casamento? Será que eu casei mesmo? Quem é que nos casa? Não deve ser um papel, ou um pastor, que casa duas pessoas. É tudo tão complexo… não consigo entender. Se é o nosso coração que nos casa, nosso coração é falho, pode se enganar. Eu me enganei. E eu creio que Jesus não defenderia um casamento de aparências.
Ô pastor, eu espero a sua resposta!
Espero que ela possa me ajudar!
Gostaria muito que o senhor fosse usado por Deus para me clarear o entendimento!
Isso vive na minha cabeça. É como uma condenação, parece que fui condenada por mim mesma, pelo meu divórcio, a viver o resto da vida sozinha, para não adulterar… porque para eu me arrepender do adultério parece que eu não poderei casar, ou precisarei me arrepender do divórcio e me divorciar de novo… Estranho isso!
De modo que algumas pessoas não casam de novo por causa disso. Você entende melhor do que eu.
Tenho outra questão. Lendo o Apocalipse me deparei com aquela passagem em que Jesus diz que os que fizeram isso e aquilo e aquilo outro não entrarão no Reino, ficarão de fora. Fiquei muito confusa porque me pareceu que os crentes que tivessem praticado aquilo, não entrariam, a aí me pareceu salvação pelas obras, e não pela fé. Como entender aquela passagem??? Como você, Caio Fábio, entende? Ela se aplica apenas aos que não creram em Jesus??? Será que Jesus nos dá o perdão de nossos pecados futuros? Se eu creio e peco e não me arrependo, serei condenada? Porque algumas pessoas que se desviam não têm tempo para se arrepender…
A verdade é que estou muito confusa mesmo. Gostaria de descansar de todas essas indagações.
Se ao menos no Apocalipse não houvesse aquela passagem, o próprio Jesus falando sobre quem ficará de fora, piorou tudo dentro da minha cabeça! Porque eu não quero ficar de fora! E eu tenho que saber se eu casando de novo, ou seja, adulterando, estarei de fora ou não!
Dentro desse entendimento, parece que só um grupo muito seleto de pessoas conseguiria passar por esse funil tão estreito, e o que Jesus disse, sobre seu fardo ser leve, torna-se ininteligível desse ponto de vista! Aí a salvação parece que seria pelas obras (quem se comportou direito, entrará; quem não se comportou, não entrará…), mas é pela fé!!! Desde o início da bíblia que é pela fé!!!
Que pecados Jesus levou? Os de ontem, dos quais me arrependi, ou também os de hoje e de amanhã também??? Será seguro descansar na certeza de que os meus pecados futuros também já estão perdoados? Posso afirmar: sou salva, mesmo sem saber o que o amanhã me reserva? Além disso, há pecados dos quais nem tomamos consciência… por exemplo, o livro de Tiago fala sobre o pecado omissivo. Será que nos lembramos de todas as nossas omissões? Acho impossível.
Eu tenho uma tia que amo muito e que é uma pessoa muito linda, que diz amar muito a Cristo – e eu acredito que ame mesmo -, mas que se divorciou e casou de novo. Eu escrevi pra ela, há alguns anos atrás – minhas angústias vêm de longas datas -, com todas as minhas perguntas sobre divórcio e ela não soube me responder; disse apenas que tinha certeza da sua salvação. Eu temo por mim e por ela, e por todos que estão na mesma situação (desculpe, eu sei que o senhor, assim como outros pastores, é divorciado e casado de novo também, e demonstra estar muito em paz).
Pastor, como estudante de psicologia que era, eu já estudei um pouco de psicanálise, e a questão do inconsciente torna tudo mais complicado, pois as nossas escolhas não são sempre racionais. Se não são racionais, como poderemos ser culpados??? Nossas escolhas nem parecem escolhas! Como escolher o que não sabemos? Eu não sou a mesma que casou ontem. Se fosse hoje eu não casaria com aquela pessoa, ou talvez não me divorciaria mais… é tudo tão complicado!!! Eu casei com aquela pessoa por razões que hoje não existem mais, ou se existem, já foram compreendidas. E me separei por razões que não me dizem nada hoje.
Será que você está conseguindo me entender?
Desculpe-me se eu estiver torrando a sua paciência com um assunto já tão esgotado; eu tenho necessidade que você fale diretamente para mim.
Tenho orado a Deus para que Ele me dê uma resposta. Sei que Ele vai me dar. Só não sei quando será.
Peço que me ajude no que puder.
Ainda tenho outras questões sobre o arrebatamento, mas, pra lhe dar um descanso, deixo pra outra vez.
Com imenso carinho,
Sua irmã em Cristo.
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Resposta:
Minha querida irmã e amiga: Graça e Paz!
Você começou dizendo que lê o site; mas depois perguntou tudo o que no site está respondido, em centenas de Cartas, Reflexões, Artigos, Opiniões, e outros links. Na realidade, não responder a você item por item não será sinal de impaciência, mas um pedido de dupla ajuda: uma a mim; e outra aos leitores do site. E que dupla ajuda é essa? Leia o site, com calma, navegue nele, entre nas Cartas, leia-as; e você vai encontrar todas essas respostas respondidas e repetidas à exaustão — e assim você me ajuda. O segundo favor é aos leitores assíduos, que passam o dia aqui, e que não agüentam mais falar no tema apenas porque há muito material exatamente sobre cada uma dessas questões.
Porém, para que você não me julgue impaciente, pois, quem aqui responde e repete tanta coisa quanto eu, não está fazendo nada com impaciência — farei uma resposta-síntese de tudo.
Quem nunca teve a chance de crer no Evangelho, esse será reconciliado no que o Cordeiro já fez e consumou. E isto conforme o segredo dos corações dos homens; diz Paulo em Romanos; e ensina Jesus, quando fez os “da direita”, as “ovelhas”, na Parábola das Ovelhas e Cabras de Mateus 25, não saberem que era para Jesus que tinham estendido amor; pois, nem neles havia tal entendimento. A ênfase do texto é na ignorância que soube ser sábia no amor; e isto é porque Jesus é o Sumo Sacerdote Segundo a Ordem de Melquizedeque.
Entretanto, Jesus mesmo também deixou claro que Quem soube Dele genuinamente, e não desejou aceitar aquilo que creu sem desejo de fé, esse não é como aquele que nada soube e nada viu. Quando alguém diz “Eu vejo”, segundo Jesus, “subsiste o seu pecado”.
Assim, Paulo diz que quem ouve com os ouvidos e crê com o coração, esse confessa também com a boca que Jesus é o Senhor.
Aquele, porém, que nada soube, mas que viveu como se soubesse, seguindo as leis da vida e do amor, esse, mesmo sem a informação narrativa do Evangelho, demonstra a verdade do Evangelho como tendo sido implantada por Deus em seu espírito. E esse tal, quando fica sabendo de Jesus, sempre o reconhece. E se não ficar até morrer; saberá quando abrir os olhos no paraíso.
Mas há quem sabendo, não queira de modo diabólico e hostil. E há aqueles que nada sabem, e vivem na insensatez de quem nada soube e nada creu.
No fim, o que une positivamente os que sabem e os que nada sabem, é que ambos atuam, uns com consciência, e outros por compulsiva intuição, seguindo a fé na vida e em Deus; e que atua pelo amor.
Quanto ao mais, Jesus disse que aqueles que o Pai deu a Ele, ninguém os tiraria de Suas mãos. Também disse que todo aquele que vem a Ele, vem porque o Pai o trouxe; e, por esta razão, tal pessoa jamais será lançada fora ou arrancada de Sua mão. Isto é segurança!
Sobre divorcio e novo casamento; digo mais uma vez: case se você amar e for amada; case sem culpa se as coisas forem assim; pois, ninguém que um dia se casou mesmo, consegue se divorciar jamais; assim, só se separa quem nunca se casou em plenitude.
Ora, a vida está cheia de enganos. E como não creio na “Lei do Carma” (muito crida entre Indús, Cristãos, Budistas, Espíritas, entre outros) — minha sugestão é aquela de Paulo: “Se tens a oportunidade de ficares livre… [de qualquer jugo]…, aproveita a oportunidade.”
O problema é que o divórcio virou o “pecado contra o Espírito Santo” da “igreja”. E não tem perdão! Mas é invenção dos fariseus e seus escribas devotos da Lei do Carma. É uma interpretação pagã da vida; e é anti-vida e anti-Cristo.
Jesus não falou muito com a Samaritana porque já tinha dito tudo quando a chamou “como” estava e “com quem” estava. O que mais você quer? Não vale também o fato de que Ele passou mais dois dias entre eles?
No Apocalipse a descrição é a dos seres que escolheram que suas existências seriam devotadas àquelas maldades. É o adultero que só tem prazer na violação da mulher do outro. É aquele que se dedica, como um feiticeiro a buscar o mal dos outros, ou intervir na existência das pessoas, mudando-lhes o caminho… especialmente para o mal; fala-se também dos avaros, que existem para vampirizar o próximo; ou dos mentirosos, que existem para armar ciladas contra o próximo; ou do covarde, que, pela covardia, vive para se auto-preservar mesmo que isto custe a vida do próximo; e assim vai… Portanto, não se trata de um engano na vida; mas de um modo consistente, deliberado e perverso de ser. Esses já estão no inferno; e o conhecerão com profundidade; e se não desistirem dele, por causa do Sangue Eterno, serão extintos, com a morte, no lago de fogo.
O mais, com todo o carinho, leia aqui no site, e você encontrará tudo em abundante repetição.
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E entre sem medo. O site está cheio. A menos que você seja impaciente e queira que eu re-escreva tudo pra você! (rsrsrs)
Nele, em Quem existe Segurança Absoluta,
Caio