—– Original Message —–
From: A 1a IGREJA EVANGÉLICA ESOTÉRICA: criada por Renato Swett!
To: [email protected]
Sent: Thursday, July 13, 2006 8:50 AM
Subject: Igreja Evangélica Esotérica: um sub-fruto do espírito macediano!
Pastor Caio,
A Graça de Deus é sobre você!
Fiquei conhecendo o site do ex-bispo Renato Swett, e para a minha surpresa o nome da igreja dele é Igreja Evangélica Esotérica do Senhor Jesus Cristo.
Sei que ele brigou, anos atrás, com o Edir Macedo e criticou na época os métodos de barganha da Graça de Deus usados pela igreja Universal.
Na época pensei que ele era um dos poucos lúcidos e bem intencionados que faziam parte da IURD. Lembro que o Renato Swett disse que a Universal estava valorizando mais a lei e os sacrifícios e não a Graça de Deus.
Pensei comigo mesmo, esse se livrou da máquina de opressão religiosa da Universal.
Para meu espanto, agora vejo o seu site incentivando a prática de mantras, reencarnação, exercícios espirituais de meditação transcendental e uso de chacras de energia espiritual. Tudo isso misturado a uma mensagem do “evangelho”.
Gostaria que você comentasse este assunto.
Pela primeira vez conheci uma nova modalidade de “evangelho frankstein”. A mistura da pregação de um aparente Evangelho da Graça misturado com práticas esotéricas, feito por alguém que, um dia, foi evangélico neopentecostal.
Um grande abraço.
Eduardo.
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Resposta:
Querido Eduardo: Graça e Paz!
Conheço o Renato desde o tempo em que ele, bem jovem, antes da IURD, de vez em quando aparecia para me ouvir pregar, no início da década de 80, em Niterói. A família dele é de São Gonçalo; ou, pelo menos, era de lá.
Depois ele foi trabalhar com o Macedo e tornou-se, por alguns anos, seu “filho” e também “braço direito”. Além disso, sendo cantor, era também o “muso” da IURD.
Antes de o Macedo ser preso em 92, encontrei com ele, digo, com o Renato, umas três vezes, apesar de ter sido sempre em momentos anteriores às conversas minhas com o Macedo.
Depois da prisão o Macedo foi morar nos States, e o Renato se tornou “o Bispo do Brasil”. Então ele começou a me dizer que iria pregar o Evangelho. Pegava meus livros para ler e passava o que podia. Então Macedo não gostou. Disse que ele iria perverter a IURD e o mandou, como num exílio, para a Califórnia. Lá o pôs sob um outro “bispo”. Desde aí a vida dele virou um inferno. Reuniam-se e faziam gozação dele; chamavam-no de bicha, de efeminado, de mulherzinha, e diziam que o negócio dele era “outro” — ilação acerca de homossexualismo. Depois surgiram as ameaças de morte; ou as insinuações. A mulher dele e ele sabiam de tudo; de Cali, na Colômbia, ao resto das lavagens e falcatruas. Ele era perigoso se falasse, por isso, de fato, nunca falou nada.
Ele ligava da Califórnia para mim tarde da noite, angustiado, ameaçado, humilhado e com a suspeita de que, sendo um arquivo vivo, pudessem atentar contra ele. Pirou. Ficou paranóico.
Então propus que ele voltasse que eu daria cobertura e proteção a ele. E mais: disse-lhe que ele não tinha que denunciar nada. Que a Polícia fosse atrás — e só não vai porque não quer!
A MK Publicitá, sabendo da volta dele, propôs gravar um Cd novo de músicas dele, assim como prometia dar a ele um programa na radio El-Shadai. Eu, de minha parte, fui ao encontro dele, no dia que chegou, num hotel na Avenida Atlântica. Ele estava aterrorizado. Não queria sair do quarto e nem ir à janela. Medo. Puro medo. Pânico!
Devagar o tirei de lá. Dei a ele uma sala na Vinde. Um programa em nossas rádios. E um espaço no Pare & Pense, no qual ele fazia uma leve devocional de 5 minutos.
Além disso, a Revista Vinde fez uma matéria-entrevista com ele, na qual ele se protegeu de qualquer pergunta acerca dele em relação à IURD. Logo a mídia, que julgava que ele iria abrir o jogo, viu que ele jamais falaria nada; pois morria de medo de ser atingido.
Então veio o pior…
Ele, que até então nada sabia ou quase nada, acerca da Palavra da Graça, encontrou o Miguel Ângelo, no Rio, o qual havia comprado um pacote ultra-fatalista, de um calvinismo hipertrofiado, no qual nem Calvino creria. Era uma loucura. Miguel ouvira o galo cantar mais não sabia o que era. Todavia, embarcou na coisa. Um dia, em minha sala, eu disse a ele que a Palavra da Graça não era aquilo. Ele me disse que cria em muita coisa, mas que o resto, os exageros, faziam parte “do marketing” dele em relação ser diferente dos demais. Eu disse a ele que nenhum marketing deveria alterar os conteúdos do Evangelho. Ele, então, me disse: “Você já cresceu na Graça. Eu na Lei. Agora encontrei a Graça. Só vou pregar isto!” Minha resposta é que “aquilo” ainda não era a Palavra da Graça, mas apenas uma sistematização de calvinismo fatalista e que era, também, uma perversão da Palavra; visto que ele fora de um pólo para outro; e que o equilíbrio não habitava os pólos.
Pois bem, foram uns poucos anos depois de tal conversa que o Renato encontrou o Miguel; e ficou, de súbito, fanático por aquilo. A tal ponto que depois de uns dois meses eu disse a ele que não daria mais para tê-lo nem nas rádios e nem no Pare % Pense; posto que aquilo que ele estava ensinando não era sadio e era uma heresia superlativa acerca da Graça; e, portanto, não era conforme a Palavra.
Foi quando ele criou a “Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo”. E lá despejou toda a carga de coisas que com o Miguel estava aprendendo. Enfim, se irmanaram profundamente. Assim, lentamente, ele foi desaparecendo. Por fim rompeu com a MK e com a El-Shadai.
Eu só ouvia as histórias dos exageros…
Então 98 caiu sobre mim como uma montanha de fogo!
Fiquei dois anos fora. Mas quando voltei ele estava atrás de mim; e foi muito grato, amigo, e solidário. E me procurou algumas vezes; sendo que numa delas fui fazer um lanche na casa dele; que a essa altura era vizinha da minha num condomínio em Itaipu-Niterói.
Entretanto, mais por culpa minha, não pude continuar a encontrar com ele. Até que perdemos o contato. Faz um mês, todavia, que alguém me disse algo acerca do que ele havia feito com a “igreja dele”; e mais: que ele havia se tornado também um funkeiro de estilo, e que estava fazendo shows na noite. Mas o que chamou a atenção da pessoa é que ele parecia meio surtado.
Ouvi, me entristeci por ele, orei, e pedi a Deus que lhe trouxesse de volta à sensatez!
Portanto, o que tenho a dizer é uma só coisa:
Quem não tem fundamento na Palavra do Evangelho, fica assim, à mercê de todos os ventos de doutrina, de toda invenção, e aberto para todo sincretismo.
Assim, o pobre Renato, saiu de um alçapão e abriu para si uma gaiola!
E mais: que ninguém se surpreenda, pois três serão os caminhos mais comuns daqui pra frente:
1. Cada vez mais se verá igrejas macedianas, mesmo que os pastores sejam os “novos pastores” (Leia em Opinião meu comentário sobre a matéria da Revista Veja acerca dos “Novos Pastores”).
2. Cada vez mais haverá para os evangélicos místicos a alternativa de criar um hibrido estilo IURD, só que com os elementos “politicamente corretos” das praticas das seitas esotéricas; visto que não está certo, mas dá certo. E o que eles querem não é certo, mas o que, do ponto de vista deles, “funciona”.
3. Cada vez mais haverá “igrejas-tribo”. E o maior exemplo disto é a “igreja-gay”.
Já o tal do “Evangelho Frankstein” que você mencionou; saiba: é fruto do vício mental de criar “híbridos” que ele aprendeu com o maior criador de híbridos e com maior engenheiro de alteração genético-espirtual que o Brasil e talvez o mundo já tenham visto, que é o Edir Macedo. Sim, o Macedo não tem concorrentes na capacidade de criar híbridos em toda a História do Cristianismo; pois até o Catolicismo Medieval ficou inocente depois dele!
Portanto, tudo o que tenho a dizer acerca do Renato é que lamento muito, de coração; pois, quando o acolhi em 97, minha esperança era que ele estivesse sendo salvo daquela desgraça; e que, pela primeira vez na vida, estivesse tendo a chance de andar na verdadeira Graça da Palavra.
O mais é orar!
Nele, que ama o Renato, e que pode curá-lo; seja pela Palavra, seja pelos cacetes da Existência,
Caio