—– Original Message —–
From: QUE TESE FOI AQUELA?
To: [email protected]
Sent: Friday, September 01, 2006 5:35 AM
Subject: Que TESE foi aquela?
Graça e Paz!
Pr. Caio,
Alegra-me o fato de todos os dias poder acessar o seu site e desfrutar dos seus inúmeros escritos. Todavia, depois de lê e reler tantos registros, principalmente contidos nas cartas, me deparei com alguns que me deixaram notoriamente ansioso.
Primeiramente, você disse que sua conversão a Cristo se deu na Assembléia de Deus; depois foi para a Igreja Presbiteriana; em seguida, depois de algum tempo, lhe chamaram ao ministério local (presbiteriano) a fim de apascentar. Porém, como você não tinha o que chamam de “formação teo-lógica”, e ao perceberem que de fato você não precisaria disto para ser o que é e sempre foi, solicitaram-lhe a elaboração de pelo menos uma tese, que depois (se não me falha a memória), foi chamada por você de “tesesinha”.
Diante disto, me veio a ânsia de conhecer e saber o que estava contido nesta tese, posto que, se não estou errado, seu pai disse que eles, os do ministério, não estavam preparados para se deparar com tal argumento, a dita “tesesinha”.
Se for possível Caio, gostaria que nos expusesse melhor o que naquela época escreveu apesar de saber que uma boa parte está escrito no próprio site em forma de blocos.
Te aguardo, se possível for, e desde já agradeço
Um grande abraço em toda família, e tenha minhas orações a seu favor,
Mário
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Resposta:
Meu amigo Mario: Graça e Paz!
A “tesesinha” foi sobre o Ordem de Melquizedeque: O que Deus fez e faz fora das instituições religiosas.
Foi um escândalo. Achavam que eu não teria motivação para pregar o Evangelho, crendo que Deus não precisa da “igreja” para dar testemunho de Si mesmo no mundo e a todos os homens.
A IGREJA TEM O PRIVILÉGIO DE PARTICIPAR, MAS NÃO É O GARGALO DA GRAÇA!
Três dias de discussão….
Foi quando o reverendo Frank Arnold, que vive em Atlanta, se levantou e perguntou: “Nós estamos aqui porque o Caio prega tanto o Evangelho, e tantos se convertem, que nós nos vimos motivados a chamá-lo e propor sua ordenação. Ora, ele crê conforme aqui expôs; e, assim mesmo, sua motivação pra pregar é maior do que a da maioria de nós. Portanto, ele fez uma síntese que não o prejudica. E se alguns de nós precisam do peso do Inferno e da ação imprescindível da igreja a fim de nos motivarmos a pregar, ele, entretanto, não precisa disso, pois prega com paixão a partir do que crê. Proponho que votemos o assunto”.
Foi mais ou menos com tais palavras que o assunto foi encerrado.
Mas meu pai ficou intranqüilo com a reação, e, sobretudo, ficou perplexo com o espírito inquisitorial presente no concílio. Por isto me pediu para evitar qualquer tema daquele tipo, até que chagasse a hora. Sim, porque meu pai sempre soube que chegaria a hora em que as pessoas estariam maduras e até necessitadas de ouvir sobre a “tesesinha”.
Foi por isto que meu pai me disse pra esperar a fim de publicá-la, pois, à época, ele sabiamente julgou que as pessoas, especialmente os pastores (em razão da relativização que a tese faz da religião) — não estavam preparadas para tal coisa.
Eu, inocentemente, julguei que a angustia de alguns deles era teológica. Só depois é que vi que tinha a ver com o “desmonte” que tal proposta trazia, e que era de uma desconstrução mais profunda do que aquela que a Reforma havia proposto.
Mas com 20 anos de idade e cheio de paixão, você não faz tais leituras, pois lhe parece impossível que as pessoas sejam capazes de desprezar a verdade de Deus apenas porque ela desmonta os esquemas humanos.
Logo fiquei sabendo que era assim…
Por isso ouvi meu pai e guardei o material, o qual, entre tantas mudanças que houve em minha vida (mais de 37 mudanças de casa, e algumas vezes de país) — veio a se perder. Há, porém, em Manaus, quem a tenha. E estou procurando por ela, não para publicá-la, mas apenas porque desejo tê-la.
Não pretendo publicá-la. Quero sim escrever um livro sobre o assunto, só que agora com muito mais embasamento, posto que o resto de minha experiência com Deus e os homens me acrescentou muitas outras percepções, as quais eu ainda não tinha com 20 anos de idade.
No site, tanto em Cartas como em Reflexões, você achará coisas sobre a Ordem de Melquizedeque. Há várias referencias ao tema. Leia-as e você terá uma idéia superficial acerca do assunto.
Um beijão carinhoso!
Nele, que o Sumo Sacerdote segundo a Ordem de Melquizedeque,
Caio