—– Original Message —–
From: DEUS X DIABO NA EMPRESA
Sent: Wednesday, January 24, 2007 11:27 AM
Subject: Deus X diabo
Querido Caio Fábio:
Tive algumas oportunidades de assistir suas pregações durante suas visitas na igreja da qual sou membro, e venho acompanhando sua trajetória desde então, seja através do seu site, seja conversando com amigos em comum.
Admiro a transparência e a eloqüência com a qual você se expressa, pregando ou escrevendo e ultimamente tenho visitado o seu site com mais freqüência.
Como ando meio desanimado com a minha igreja, procuro me cercar de amigos que tem a mesma fé que eu em Jesus e fazemos a nossa “igreja particular”, uns cuidando dos outros.
Confesso que sinto falta da congregação, mas ainda não me sinto preparado para voltar a freqüentá-la com o amor que sempre tive, quando participava ativamente de diversas atividades de lá.
Sei que esse tempo virá e espero em Deus que seja apenas e tão somente através Dele e da vontade Dele.
O que eu gostaria de dividir com você é sobre minha vida profissional e sobre uma briga que parece estar sendo perdida no ambiente humano/terrestre.
Trabalho numa multinacional de comunicação, desde a sua fundação, na área comercial.
Fui um dos primeiros contratados e pude acompanhar, durante todo este tempo, as transformações da empresa e a multidão de pessoas que já passaram por aqui.
Costumo dizer que, entre mortos e feridos, tenho sobrevivido.
Os funcionários mudaram, a direção mudou e eu continuo aqui, não tão firme e nem tão forte como antes, mas ainda respirando.
Mesmo com este sentimento, tenho muito amor por tudo aqui e sou o primeiro a me mobilizar pelo bem comum, seja da equipe, seja da empresa como um todo, procurando ajudar e participar de tudo o que é possível, além da minha função específica.
Como você bem sabe, o ambiente empresarial é cruel e precisamos matar um leão por dia, às vezes vários.
Dependo do meu trabalho para sobreviver e contribuir com o sustento de minha família (minha esposa também trabalhe e ganhe muito mais do que eu, mas temos administrado isso com sabedoria, agradecendo a Deus por esta benção dobrada).
Não posso me queixar, temos sido abundantemente abençoados, levando uma vida com bastante conforto, podendo ajudar, além das nossas famílias (pais, irmãos, etc), alguns irmãos em dificuldade (financeira e até espiritualmente).
O que observo aqui é a grande diversidade de “religiões” presentes, mais precisamente, um adorador do diabo e pessoas supersticiosas que cultuam imagens, deuses e santos de toda espécie.
Temos representantes do espiritismo, da Seicho-no-ie, Pró-vida e etc. e apenas duas pessoas cristãs (além de mim).
O que me incomoda é ver o sucesso dessas pessoas, mais precisamente desse adorador declarado do diabo, e o meu constante fracasso na condução dos negócios.
Em todos os embates na conquista de contas e clientes, mesmo sempre coberto de razão e agindo com toda a honestidade e transparência possível, nunca ganhei deste cara uma guerra sequer.
Ele recebe sempre todo o apoio do big boss, que parece comer na mão dele…
Imagino, inclusive, que o meu emprego esteja ameaçado, parece só uma questão de tempo e tenho visto este adorador do demônio feliz e satisfeito, conseguindo um sucesso tremendo, remunerações cada vez maiores, aplaudindo de pé o meu fracasso.
Procuro não esmorecer nesta luta, mas confesso que às vezes perco o chão e não consigo entender os “porquês” desta história…
Porque eu, cristão, fiel e temente a Deus, que tenho tentado andar corretamente (o que não é fácil e muitas vezes não consigo fazê-lo), não tenho o mesmo sucesso que ele (ou eles)???
O que Deus está querendo me mostrar com isso???
O resultado destas lutas todas e de tantas derrotas foi a depressão, acompanhamento psiquiátrico e psicoterapêutico.
Sinto-me fraco e impotente e não sei o que fazer com isso.
Às vezes acho que é porque me afastei da igreja, que é por ter deixado de orar com a freqüência com que fazia, mas sei que são apenas respostas ilusórias de um coração cansado de lutar e ávido por encontrar um motivo.
Tenho pedido a Deus sabedoria para lidar com isso, mas não tenho escutado suas respostas.
Oro para que ele afaste de mim e desta empresa as pessoas que não são Dele, mas entro em conflito com a palavra que manda “Amar os meus inimigos”. Não consigo amá-los…
Obrigado.
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Resposta:
Meu querido amigo: Graça e Paz!
Primeiramente perdão pela demora na resposta.
Sua carta, seu jeito de escrever, e seus modos narrativos, me falam de uma pessoa limpa, honesta, e sincera; porém, bastante tomada por dois espíritos deste tempo: a crença subliminar na teologia moral de causa e efeito; e na teologia da prosperidade — ainda que tudo seja muito sutil
Acerca da teologia moral de causa e efeito (tema de meu livro “O Enigma da Graça”) você diz: “Às vezes acho que é porque me afastei da igreja, que é por ter deixado de orar com a freqüência com que fazia…”
Assim, em sua mente, há uma profecia inconsciente, filha de anos de adestramento e condicionamento religioso, no qual a justiça de cada crente na “igreja” e no “testemunho” são a garantia de proteção e sucesso sobre os que não têm Deus na vida.
Ora, esse sentir é poderoso, e tem em si a força de emanar justamente aquilo que você teme, e que retorna para você reforçando o padrão de seu medo, e que foi instilado em você por anos e anos de lavagem mental promovida por esse tema, o qual, entre os crentes, é ininterrupto.
Já a teologia da prosperidade, tão abominada por você e por quase todos os que têm origem cristã histórica (como é o seu caso), é mais sutil do que se pensa; e, mesmo os que a repudiam, entretanto, pela insistência dos milhares com os quais convivem e divulgam essa “magia”, acabam por serem também infiltrados em suas almas sem que sintam que o foram.
É o seu caso!
Veja: “Porque eu, cristão, fiel e temente a Deus, que tenho tentado andar corretamente (o que não é fácil e muitas vezes não consigo fazê-lo), não tenho o mesmo sucesso que ele (ou eles)???”
Na realidade você nutre a expectativa que um cristão, sendo bom e honesto, vá ganhar as batalhas no campo de guerra da empresa ou do trabalho.
Ora, isto só não é teologia da prosperidade porque eles, os dela, não dão qualquer ênfase à ética existencial, comportamental e empresarial do crente-mago. Entretanto, em você sub-jaz o espírito mágico de que a honestidade é a magia dos crentes para o sucesso. Coisa essa que para Pedro não existia. Para o apostolo o normal era a hostilidade, a sacanagem, a gozação, a brincadeira acerca das purezas do otário cristão; e, com isto, vinha o escândalo pagão de que o sujeito crente não pule a cerca, não faça uma surubinha para ganhar uma “conta”, e nem embebede o cliente para ao final da noite ser o melhor amigo dele, e, assim, vir a ganhar a “conta” também.
Ou seja: sua versão da teologia da prosperidade é histórica; pois, na TP neo-pentecostal são as palavras de mandinga cristã as energias que vencem os pagãos; mas na TP dos Históricos, é a força frugal do trabalho honesto aquilo que é irresistível, e que dá a ele prosperidade sobre os demais.
Ora, o natural é que o trabalho honesto faça isto; entretanto, isto está longe de ser uma expectativa relacionada a dinheiro, mas apenas uma convicção de fé que tem seu aplicativo também no ambiente de trabalho, com muito ou pouco dinheiro como resultado.
Você, todavia, fez um hibrido inconsciente de ambas as formas de Teologia da Prosperidade; sendo a sua uma que tem a ética dos históricos e a expectativa mágica dos neo-pentecostais.
Além disso, você levou dois outros elementos religiosos para o ambiente de trabalho:
1. Sua divisão do grupo por categorias religiosas e de crenças.
2. Sua expectativa de sucesso relacionado à fé, ao trabalho e à honestidade solidária para com o grupo.
Ora, ambas as coisas trabalham contra você!
A primeira porque Paulo diz que não é assim que se deve olhar o “Mercado”
Já em carta vos escrevi que não vos associásseis com os impuros; refiro-me, com isto, não propriamente aos impuros deste mundo, ou aos avarentos, ou roubadores, ou idólatras; pois, neste caso, teríeis de sair do mundo. Mas, agora, vos escrevo que não vos associeis com alguém que, dizendo-se irmão, for impuro, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com esse tal, nem ainda comais. Pois com que direito haveria eu de julgar os de fora? Não julgais vós os de dentro? Os de fora, porém, Deus os julgará. Expulsai, pois, de entre vós o malfeitor.
Assim, Paulo subverte o espírito da religião judaica (separatista) e que já se infiltrava na comunidade dos discípulos de Jesus, invertendo a realidade do Evangelho; posto que Jesus comia e bebia com os de fora, qualquer um deles; porém, quando esteve entre fariseus sempre o fez num clima de tensão e de certo enfrentamento, conforme as narrativas dos evangelhos.
Paulo diz: Os de fora, estão fora, e, portanto, agem como quem é coerente com a falta de entendimento do mundo. Mas quem se diz de dentro, e age como os de fora, esse sim deve ser tratado como alguém de fato de fora, pois, sabendo qual é o entendimento segundo Jesus, opta por viver a vida fora do ajuntamento entre os “irmãos” como um pagão pior do que os pagãos; pois, cai na categoria do fariseu de Mateus 23, que vive de arrogância moral, enquanto, ele mesmo, faz pior do que aqueles aos quais condena.
Ora, você ainda tem tal mentalidade, por mais liberto que esteja em relação às grandes maluquices ou juízos tresloucados e cegos que a igreja faz do mundo. Todavia, os ecos culposos, defensivos e aguerridos dessas doutrinações, ainda estão fortemente presentes em você, o que faz com que o encontro com “os servos do demônio” (segundo você), seja uma guerra, uma batalha, um embate a ser vencido… Do contrário, gera depressão; e produz questões não sobre o trabalho, mas sobre Deus.
Sim! Porque os ardis que ele (o carinha do “diabo”) usa e você não; as saídas dele com clientes pra certas farras, e você não; as eventuais ligações que ele mantém com os que estão sendo prospectados (as quais, como é “normal” no mundo das seduções aos negócios, envolve muita malandragem e muitos subornos psicológicos), e você não — gera em você um conflito espiritual.
Sim! Você quer a benção material de Deus em razão de sua honestidade material e funcional; e também por não usar dos mesmos expedientes que eles usam, os quais, você não foi chamado para fazer.
Assim, você está numa batalha clássica do bem contra o mal no ambiente empresarial, pois julga poder vencer comercialmente pela sua fidelidade ao Evangelho e com seu compromisso com a honestidade.
Pedro, por exemplo, ao ouvir sua história, e, além disso levando em consideração o que Jesus lhe ensinara (que era para não sair do mundo, nele sendo sal; mas sim para buscar ficar livre do mal no mundo — que são pensamento e entendimento, antes de ser um lugar) — diria o seguinte a você:
I Pedro 4: 1 – 19
Ora, tendo Cristo sofrido na carne, armai-vos também vós do mesmo pensamento; pois aquele que sofreu na carne deixou o pecado, para que, no tempo que vos resta na carne, já não vivais de acordo com as paixões dos homens, mas segundo a vontade de Deus. Porque basta o tempo decorrido para terdes executado a vontade dos pagãos, tendo andado em dissoluções, concupiscências, borracheiras, orgias, bebedices e em detestáveis idolatrias. Por isso, difamando-vos, estranham que não concorrais com eles ao mesmo excesso de devassidão, os quais hão de prestar contas àquele que é competente para julgar vivos e mortos… Ora, o fim de todas as coisas está próximo; sede, portanto, criteriosos e sóbrios a bem das vossas orações. Acima de tudo, porém, tende amor intenso uns para com os outros, porque o amor cobre multidão de pecados. Sede, mutuamente, hospitaleiros, sem murmuração. Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus. Portanto, não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos, como se alguma coisa extraordinária vos estivesse acontecendo; pelo contrário, alegrai-vos na medida em que sois co-participantes dos sofrimentos de Cristo, para que também, na revelação de sua glória, vos alegreis exultando.
Se, pelo nome de Cristo, sois injuriados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus.
Não sofra, porém, nenhum de vós como assassino, ou ladrão, ou malfeitor, ou como quem se intromete em negócios de outrem; mas, se sofrer como cristão, não se envergonhe disso; antes, glorifique a Deus com esse nome. Porque a ocasião de começar o juízo pela casa de Deus é chegada; ora, se primeiro vem por nós, qual será o fim daqueles que não obedecem ao evangelho de Deus? E, se é com dificuldade que o justo é salvo, onde vai comparecer o ímpio, sim, o pecador? Por isso, também os que sofrem segundo a vontade de Deus encomendem a sua alma ao fiel Criador, na prática do bem.
Assim, Pedro diria a você que a vitória do genuíno cristão não é medida em números, mas em qualidade existencial, em bondade, em capacidade de servir mesmo aquele que é o outro antagônico; pois, assim Jesus fez.
Ninguém, todavia, foi mais longe que Jesus nisto. Ele diz em Lucas 16 que no ambiente de total relatividade do mundo, a gente tem que aprender a lidar com as ambigüidades do mercado, e, quando erramos, sermos de uma humanidade humilde como a do “administrador infiel”, que foi mais esperto do que os “filhos da luz”, segundo Jesus. E, por outro lado, podermos também fazer negócio com ele, o administrador infiel, aceitando condições favoráveis quando elas aparecem sem nos incriminar (afinal, tudo acontece numa mesa de negociação entre os “administradores infiéis” e os “devedores” de seu patrão).
Você disse que não consegue amar seus “inimigos religiosos e profissionais”. Entretanto, você deveria decidir amá-los até por esperteza. Sim! Deveria fazer amizade com o “administrador infiel”. Deveria tratar bem ao satanista. Deveria amar, desejando o bem de cada um deles. Deveria embebedá-los de graça não piegas. Deveria assustá-los com sua liberdade de celebrar uma vitória dele, mesmo que você julgue que o caminho do “administrador infiel” não foi bom.
Ou seja: os “filhos da luz”, no mercado de trabalho, precisam aprender a negociar, comer e conversar com os “administradores infiéis”, e sem crise de consciência e sem neurose de guerra.
Ora, você não vai para os bordeis com os caras, e ainda apresenta uma carranca; e, alem disso, ainda vibra uma energia hostil, silenciosa, critica, por vezes invejosa, e sempre aguerrida — e ainda quer que eles olhem você de modo bom?
É impossível. Você não tem que andar com eles. Mas tem que ser leve o suficiente para tratá-los com aquele amor não romântico, porém carregado de espírito de serviço digno, do tipo que além da capa dá também a túnica.
Ora, se tal poder não gerar constrangimento no ambiente de trabalho (digo: bom constrangimento) — que outro poder poderá enfrentar tal atitude sem limites de seus supostos antagonistas?
Assim, amigo, sabendo que para você um pingo é letra (como diz minha mulher), digo a você o seguinte:
1. Esqueça essa guerra espiritual-religiosa. Trate a todos como amigos e irmãos. Faça isto e você verá o constrangimento que tal poder carrega. Afinal, faz amontoar brasas vivas nas cabeças deles.
2. Não tenha expectativa de que sua bondade, honestidade e sinceridade o remunerarão melhor. Leia o Sermão do Monte e releia os evangelhos, e você verá que Jesus ensina que a “recompensa” está nos “céus”; e não necessariamente no “Bradesco”. Seja bom porque você é bom, mas jamais faça da bondade uma barganha com o Deus do sucesso.
3. Emane outra energia espiritual, filha desta compreensão que lhe passo aqui. E seja você mesmo para Deus; e, dos homens, seja amigo; e, ainda que você não concorde com eles, não os julgue; apenas seja quem sua fé sincera demanda de você. E mais ainda: não faça parte de nenhuma patota crente, pois, saiba: até pra mim que sou da fé, tais patotas me fazem mal de ver (sal do sal), quanto mais aos olhos daqueles que vêem em tais ajuntamentos religiosos dentro da empresa uma divisão entre “nós e eles”?
Entre os “crentes” se divulgou durante anos que “pensamento” é algo que só Deus conhece, como se pensamento não fosse também freqüência eletromagnética, código energético, e emissão captável a qualquer ser pensante e sensível. Dizia-se que nem o diabo lia pensamento. E também que “língua estranha” o diabo não entendia.
Rsrsrs…
Ora, esse pensamento sobre o “pensamento” é algo ainda vigente entre muitos cristãos.
Pensam que porque nada dizem com a boca, nada disseram às pessoas; sem darem-se conta de que nossas maiores falas são de natureza “energética”, sem palavras, porém “vibrando” cargas espirituais ruins, invejosas, raivosas, antipáticas, etc.
Ora, isto é mais forte do que se você se levantasse na sala de reuniões e disse tudo o que pensa sobre eles de uma vez e para sempre; e nunca mais sentindo nada a respeito…
Porém, ficar emitindo tais vibrações de dia e de noite, é algo de um poder auto-corrosivo incomparável (drena quase toda a sua energia construtiva, criativa e relacional); além de que é, no mínimo, um soco invisível na cara de seus antagonistas todos os dias.
Se você não amá-los; saiba: você vai perder não o emprego, mas a vitalidade de sua alma; e seu poder de se inserir no mundo, qualquer mundo, como sal da terra, dando bom gosto às coisas.
Sugiro que com espírito de amor, mais evoluído do que o dos salmistas antigos, você leia os salmos 37 e 73.
Por último, quero tratar de algo delicado, e que você confessa como coisa que é tratada com sabedoria, mas, ao assim dizer, confessa também que a coisa é objeto de certo desconforto, pois, o que está em estado de conforto, não precisa de sabedoria evocada e nem tampouco de ser administrado.
Leia:
“Dependo do meu trabalho para sobreviver e contribuir com o sustento de minha família (minha esposa também trabalhe e ganhe muito mais do que eu, mas temos administrado isso com sabedoria, agradecendo a Deus por esta benção dobrada)”.
Veja com toda honestidade de coração se sua frustração por não “ganhar uma única guerra sequer” não tem um forte emulador de orgulho no fato de que até em casa você se sente ganhando menos que sua mulher.
Ora, se houver tal sentimento, ainda que sob o governo da sabedoria e boa gestão relacional, e com a busca de gratidão pelas circunstancias — sem dúvida ele é um forte propulsor desse seu espírito de guerra empresarial.
Portanto, se assim for, o pior diabo mora aí. E será no seu coração, em casa, que você precisará se pacificar, aceitando os benefícios que vêm à casa de vocês também pela sua mulher; e, sobretudo, perdendo o medo de, por alguma razão, ter que depender financeiramente dela. Pois, tal medo é o diabo; e põe você em muitas guerras, a começar de dentro de você.
Também sugiro que você freqüente sem medo ou pudor a Estação do Caminho aí em sua cidade; e que pare com toda e qualquer atitude de mágoa; posto que nada é mais suicida do que carregar qualquer que seja o espírito amargurado no coração.
Assim, saiba: as sutis amarguras, raivas e decepções estão vampirizando a sua alma, e matando seu poder criativo.
Dê ouvido ao que lhe digo, por todas as razões; pois, além de falar pelo Evangelho, também lhe falo como alguém que no curso da vida já assinou a carteira de milhares de funcionários, e que sabe o que uma atitude mental de um funcionário, mesmo num ambiente “cristão”, pode causar de ruim e de desagradável, fazendo com que quem decide prefira trabalhar com quem é mais leve, ainda que, por vezes, menos competente.
Receba todo meu carinho e amor e orações!
Nele, que sendo rico se fez pobre por amor de todos nós, e cujos passos nós seguimos para o enriquecimento de nossas almas,
Caio
20/02/07
Lago Norte
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