—– Original Message —–
From: LUA-DE-MEL SEM EREÇÃO!
Sent: Thursday, July 26, 2007 7:22 PM
Subject: Estou em lua-de-mel e não consigo ter ereções.
Querido PR Caio,
Resolvi te escrever, pois não sei a quem procurar; e assim como muitos que te escrevem AQUI “despejo” coisas que são lá do fundo da alma.
Resumirei um pouco a minha historia, pois sei que o teu tempo é muito escasso.
Tenho 25 anos e minha esposa 23. Conheci minha amada há um pouco mais de oito anos. Ao longo desse tempo vimos o amor crescer e se firmar.
Criados em igrejas evangélicas, foi numa delas que nos conhecemos e há quase um mês casamos. Depois de uma viajem de lua-de-mel maravilhosa, onde foi tudo muito bom e intenso, um problema nos tem tirado a paz.
Acerca de uma semana não consigo ter ereções no mesmo nível que nos primeiros dias do casamento.
Minha esposa é uma mulher maravilhosa, simplesmente completa, nós nos desejamos muito, porém nessa última semana só conseguimos completar o ato duas vezes e nas duas ela precisou me dar uma ajudinha…; e nas vezes que tentamos e não conseguimos, ela tem me consolado.
A sensação é simplesmente horrível e só não é pior porque ela tem sido um “poço” de compreensão. .
Nós casamos virgens.
Apesar de termos esperado um bom tempo, não foi uma espera dolorosa, a contra gosto, pois, simplesmente achávamos que seria melhor assim, para nós; e realmente o foi.
Apesar de não ter tido vida sexual antes do casamento, de modo que pudesse perceber algum problema, nunca senti nada, fisicamente, que me mostrasse o contrario.
Sempre que nos beijávamos, abraçávamos, durante o namoro, tinha ereções normais. Agora mesmo, esses dias, tenho tido ereções diurnas muito intensas, porém na hora que preciso delas ela não vêm.
Caio, será que isso é normal?
Preciso muito de sua ajuda.
Não sei o que fazer.
Não tenho com quem conversar.
Há um ano e três meses atrás descobri o seu site e já vi muita gente aos pedaços ser transformada pelo poder do Evangelho.
Obrigado.
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Resposta:
Amado amigo no Senhor: Graça e Paz!
Obrigado pela confiança!
Se você ama a sua mulher e ela a você; se você a deseja física e emocionalmente e ela a você; se você é sexualmente normal e sem problemas físicos e ela também; e se você tem ereções “fora da hora” (portanto, sendo capaz de ereção) e ela está aberta para acolher você — então, dificilmente seu problema será de qualquer outra natureza além da psicológica.
“Por que então estou assim?” — é a sua questão.
Ora, se você não a amasse, seria por fuga do relacionamento que você estaria no estado atual; ou seja: seria por medo de intimidade com “uma estranha”.
Também, se você reportasse o fato de que ela aparentemente apenas “consolasse” você com a permissão sexual (sem pró-atividade dela no processo), eu pensaria que poderia ser uma reação natural de um homem que só quer se for desejado (mas não é o caso, pois, “ela dá uma ajudinha”).
Além disso, caso você me dissesse que namorou sem os normais tormentos do desejo, eu diria a você para olhar bem fundo em seu coração e ver duas coisas: 1ª- se você de fato gosta de sexo; 2ª- se você gosta de mulher.
Entretanto, você não reporta nenhuma dessas situações!
Então, o que nos resta?
Ora, conquanto você nada tenha dito que pudesse nos remeter para qualquer dos problemas acima mencionados, notei algumas coisas:
1. Que um namoro tão longo como o de vocês gera um padrão psicológico e uma conformação de conforto e habito, os quais, muitas vezes, precisam ser quebrados em razão do novo padrão de liberdade que o casamento propõe. Há pessoas que namoram sem sexo por tantos anos que (“na hora do vamos ver”) não sabem mais se relacionar de outra forma. Ora, isto é fruto de falta de real intimidade e de liberdade um com o outro na área sexual; pois, afinal, é difícil namorar alguém oito anos, ver a pessoa todos os dias, acostumar-se a sentir umas “pressões entre as pernas” sem maiores conseqüências, e, assim, de súbito, sem nunca antes ter transado com a pessoa ou com quem quer que seja — passar a ter que ir além do habito. Algumas pessoas têm dificuldade no fazer a “transição” de um status para outro.
2. Que namoros evangélicos virgens e longos (em geral) produzem coisas assim; variando apenas o grau do problema inicial. E por quê? Simplesmente porque a culpa-dever que se relaciona ao evitar o ato sexual antes do casamento (entre os evangélicos), agora, depois do casamento, pode se manter em uma forma latente, produzindo inibições súbitas ou medo de não atender à demanda do ato.
3. Que uma atitude “neuroticamente sistemática” em relação ao sexo, à hora de transar e ao modo de transar — podem gerar exatamente o que você experimenta. Afinal, você disse: “… na hora que preciso minha ereção não aparece”. Portanto, você tem uma hora para transar que é mais importante do que a hora do desejo de transar.
Assim, o que aconselho você é o seguinte:
1. Que você creia que seu problema é psicológico no sentido de que não é físico; e que é psicológico em razão de que pode ser o resultado de um dos três aspectos por mim aventados acima, ou mesmo pode ser a soma deles.
2. Que você só aceite ter ereção sem transar com ela se ela não estiver com você. Do contrário, se e quando bater o desejo… — vá e transe. Sim! Transe tantas vezes quantas você a desejar, não importando hora e lugar. Se for em sua casa…— ótimo. Se não for… — bom também. Ou seja: aproveite a liberdade do casamento para “pegar ela” onde quer que vocês estejam: dentro do carro (num lugar calmo e solitário), num recanto de um parque amplo, na piscina, no riacho, no banheiro da casa de amigos, num motel à beira da estrada, na cozinha, no elevador (sem câmeras – rsrsrs), na escada do prédio… Não espere hora alguma. A hora é feita pelo desejo, especialmente quando a circunstância é como a sua.
3. Que você trata o ato sexual como “performance”, daí você relacionar o sexo à “necessidade”; sempre dizendo coisas que permitem ver sua “tensão” em relação à “hora de fazer”. Assim, você transa com “tensão”, mas não com “tesão”. Ora, o membro sexual só fica tenso se estiver relaxado. Assim, este é o paradoxo da tensão do membro sexual: se você estiver relaxado ele fica tenso de tesão, mas se você estiver tenso em razão da necessidade da performance, então ele perde a chance da tensão do tesão. Portanto, esqueça a necessidade de mostrar à sua mulher que você é o cara; pois, enquanto assim for… — você apenas trabalhará contra você mesmo. Do contrário é como estupro de homem praticado por mulheres raivosas — não haverá ereção; pois, o membro sexual masculino só “sobe” na alegria e na descontração; afinal, ele é moleque por natureza.
Assim, o que falta a você é exatamente aquilo que no Suplício dos aeroportos foi dito Suplicydiamente de modo impróprio, mas que em seu caso é o conselho dos conselhos — “Relaxe e goze!”.
Se você não relaxar não gozará!
Ora, para que você aprenda a relaxar, além de transar quando bater o desejo espontâneo, você deve também brincar de sexo com sua mulher na cama.
Ou seja: não vá para a cama a fim de ter uma ereção, mas a fim de brincar com a sua mulher — beijando-a toda, examinando-a com lascívia, deixando-a brincar com você; provocando assim que aconteça cada vez mais livremente tudo o que se faz na cama quando não há medo, nem pressa, nem obrigação e nem necessidade de performance.
Somente assim o ato sexual não se tornará uma obrigação neurótica para você.
Digo isto porque quando o sexo vira neurose faz brochar até Sansão.
Portanto, relaxe e goze; pois, é assim que se tem prazer no sexo — sem culpa, sem medo de intimidade e sem qualquer necessidade de performance.
De coração espero estar ajudando você e sua mulher a usufruírem-se em plenitude!
Nele, que faz água virar vinho no casamento,
Caio
02/08/08
Lago Norte
Brasília
Obs.: Se possível leia no site (procure em “Busca”) o seguinte texto: “O que posso fazer com minha mulher na cama”. Sei que ele ajudará vocês um pouco mais.