VITOR: a vitória é certa, aleluia!

 

 

 

 

 

 

—– Original Message —–

From: VITOR: a vitória é certa, aleluia!

To: [email protected]

Sent: Wednesday, August 22, 2007 22:45

Subject: É Caio ou é o Caminho?

 

Querido Pastor Caio Fábio – mas, querido mesmo!
 
 
Meu nome é Vitor, e sou do Caminho. Não vou muito às reuniões, mas sempre estou ouvindo tudo pela rádio e lendo do site aquilo que dou conta. Tenho te acompanhado desde o primeiro site, que ainda era do Café com Graça. E de lá pra cá cresci muito na minha compreensão do evangelho. Reconheço que devo isso, a muito do que fui aprendendo a partir da leitura do site. E por isso lhe sou muito grato, meu querido pastor.
 
Pastor Caio, sem muitos rodeios, quero lhe perguntar algo. Olha, me considero alguém que hoje entende o evangelho melhor que uns anos atrás. Hoje, consigo entender a Graça como bem pra mim mesmo. E foi só assim que entendi minha vocação e missão de ser sal e luz neste mundão à medida que vou indo. Por isso o Evangelho é tudo para mim! E viver o Evangelho é tudo que mais desejo. Para mim, isso é o Caminho da Graça. Acho que estou certo, né? Mas há algo que me intriga muito. Conheço muitas pessoas que se dizem do Caminho da Graça, porém, o que vejo nelas, é que querem mais é estar ali por causa do senhor. Elas pouco falam do evangelho, e pouco buscam vive-lo. Falam que o Pastor Caio é isso, e é aquilo outro. Sei que muitos ainda não entenderam a mensagem, e outros lhe tem grande admiração. Mas, cá pra nós… A coisa está bem clara! Não tem como o povo confundir Caio Fábio com o evangelho. Já tem um tempão que queria lhe escrever sobre isso, e toda mão acabava deixando pra lá. Mas, neste domingo ouvi – acho que era o Chico – alguém dizendo exatamente o que penso. É o Caio ou o Caminho que vocês querem?
 
Parece-me que muitos ainda não entenderam o Caminho. O que o senhor acha disso?
 
Sempre agradeço a nosso Paizinho pela sua vida, que nos é muito preciosa. Que Ele te guarde e abençoe com saúde a vida do seu paizinho.
 
Um beijo.
 
Vitor, um filho teu neste Caminho.
 
 ____________________________________________

 

 

Meu amado filho Vitor: Graça e Paz!

 

 

Fui pai de quatro filhos; hoje de três, e mais três filhoeados do coração; e o que lhe digo é que cada um deles me vê diferente. E olhe que eu não sou uma pessoa para ser objeto de muitas interpretações; pois, o que posso dizer, digo; e não dou a chance de ninguém interpretar nada sobre mim se eu mesmo puder deixar claro — especialmente em família.

 

Assim, todos vêem em mim o que é minha essência, mas às vezes me surpreendo quando um ou outro imagina que eu gostaria disso ou daquilo; ou mesmo o oposto.

 

Também tenho dois netos, uma sobrinha-neta, e um neto adotado no coração.

 

Hellena tem 7, quase oito anos. Ele já me vê, me entende e me percebe bastante; e faz tempo. E ela me sente… Nunca consegui esconder dela nenhuma de minhas energias interiores. Ela sempre pergunta o que é, ou diz que eu não estou com ela, por mais que eu esteja rindo.

 

O Mô tem 5, quase seis, e sabe que de mim só vem amor, respeito e atenção (esse é o adotado do coração; e primo de minha neta Hellena). Mas ele me sente e me saca bem menos. Sabe também que eu faço a melhor encenação de mistério e fantasmagoria que ele já viu. Pede-me para assustá-lo.

 

A Ana Luiza tem 4 anos, a caminho de cinco. Mora em Manaus (é a neta de minha irmã Suely); me vê umas três vezes ao ano; ama a Adriana (como todos os outros — ela é a “vovó alegria”); e tem um negócio comigo; um sentir; uma confiança; uma certa admiração; e adora me abraçar.

 

O Mateus fará 1 ano em mais 25 dias. Filho de minha caçula. Ele é a criança mais mansa, meiga, dócil, inocente, limpa, alegre, sublime e carinhosa que já conheci. Ele é a beleza. Não sabe dizer vovô, mas sabe que eu sou algo mais que tudo menos o pai e a mãe dele. Sinto que ele me sente. E confia.

 

Assim, em fases diferentes da jornada, a visão da mesma coisa ou pessoa, difere e muda; e o mesmo acontece em relação a Jesus, ao Evangelho, à mensagem, à missão, e ao entendimento de todas as coisas excelentes, por parte de cada discípulo.

 

Isto sem falar que as afinidades, profundidades, percepções, experiências existenciais, sociais, afetivas, familiares, econômicas, psicológicas, educacionais; ou de saúde, de oportunidades, de encontros, de desencontros, de índoles, de interesses, de distrações, e de personalidade —; determinam sempre o tempo de maturação de cada um, os caminhos da individuação de cada um, a profundidade da percepção de cada um; e qual é rota de Deus no caminho da existência que acabara por levar aquela pessoa a ter a experiência de Deus e da vida que ela precisará ter.

 

O Pai do Pródigo era um, mas da perspectiva de cada um dos filhos parecia que eram dois pais diferentes.

 

Ou não é assim com Deus, com Jesus, com a Bíblia e com tudo o mais?

 

Além disso, quando eu era menino, eu pensava como menino, eu sentia como menino, e cogitava das coisas de um menino; mas quando eu cheguei a ser homem, naturalmente fui desistindo dos pensamentos, dos sentimentos e das cogitações que tinha quando ainda era um menino.

 

Assim, quem sabe mais, deve ser tolerante com quem sabe e internalizou menos.  

 

Por outro lado, numa família, existem não só muitas visões, muitas necessidades, muitas fases, e muitas etapas diferentes em cada um, como também há manifestações de amor diferentes.

 

Há os que amam muito, mas ficam longe; e há os que amam pouco, mas porque necessitam muito, ficam sempre bem mais perto.

 

Há os que começam porque vêem sinceridade e simplicidade do Evangelho num homem. E é sadio que seja assim; afinal, assim foi, sempre que foi bom, desde os tempos apostólicos.

 

Depois é que dizem: “Já não é mais pelo que disseste sobre Ele, mas porque nós mesmos temos visto e crido que este é o salvador do mundo” — conforme disseram os samaritanos à mulher que lhes anunciara primeiro a Boa Nova.

 

Mas sem a mulher [com a toda atração humana e relacional que ela significou no imediato] eles não teriam chegado aonde chegaram depois.

 

À volta de Jesus havia três íntimos, nove bem próximos, uns 15 amigos chegados, cerca de 70 andando sempre à volta, e uma imensa, difusa e eclética multidão — uns vinham por necessidade pessoal; outros por angustias relacionadas a pessoas amadas; outras porque desejavam saber o que era aquilo que era tão diferente de tudo; outras por mera curiosidade; outras por raiva; outras por oportunismo; outras por investigação; outras por admiração; outras por fanatismo; outras por fetichismo; outras por prestígio; outras por poder; outras pra terem o que dizer…; e muitas e muitas por Deus mesmo!

 

Quanto à questão se é o Caio ou o Caminho — em minha opinião, nem é o Caio e nem o Caminho.

 

Se o Caminho é assim pra ser comparado ao Caio, então é ao “da Graça” de que se está falando como Caminho. Mas se por Caminho se fala de Jesus, pior então fica.

 

De fato, a questão é outra: Sem o Caio você está motivado a continuar a seguir, buscar e crescer no Evangelho?

 

Ora, em minha opinião, quanto mais próximas as pessoas ficam, mais tendem a sofrer do que eu chamo de Síndrome de Nazaré; que é aquela intimidade displicente que acomete os mais imaturos, e que começam a achar que porque você está na mesma geografia, e a informação do Evangelho está presente, então, julgam que tudo passa por osmose. E, assim, acabam perdendo pela proximidade.

 

O que você esqueceu de dizer é acerca da quantidade infinitamente maior de gente que aprendeu com a cabeça e o coração; que se libertou de garras perversas; que deixou a loucura, a neurose, à paranóia, o medo, as fobias, os pânicos, as angustias, as depressões, e toda sorte de poder da morte.

 

Mas, enquanto eu estava sem estudar e sem querer nada com nada [nem por isso deixei de ser filho de meu pai e de minha mãe], minha mana Suely não parava de estudar, de ficar culta, de aprender, e de ser cada dia mais responsável. Um dia, subitamente, até ela me olhou e não mais me achou; pois, do dia para noite, tudo o que entes não me interessava… — entrou em mim e me apaixonou pra sempre.

 

Há tempo para todo propósito debaixo do sol; e isso também inclui o tempo de maturação e crescimento de cada um de nossos amigos e irmãos.

 

E, sinceramente, aprendendo pouco, muito, ou até demais; o que me importa é se prego e eles vão e ouvem; pois, enquanto todos forem e ouvirem, um dia pode ser que aconteça com eles o que um dia aconteceu comigo; e olhe que eu nasci vendo e ouvindo o Evangelho; mas enquanto não chegou o meu dia de Luz, nada me esclareceu.

 

Agradeço a Deus, todavia, que minha ignorância foi junto ao meu pai e à sombra do reverendo Antonio Elias. Eu não queria nada com o Evangelho ainda, mas os admirava e respeitava, e, no tempo próprio, deles foram as sementes mais cresceram em mim.   

 

Que no Caminho da Graça Deus nos dê a chance de termos a benção de termos os mesmos grupos humanos que seguiam a Jesus; até os que seguiam por raiva ou inimizade dissimulada. Pois, enquanto estão perto sempre, a qualquer hora a Palavra pode cair na brecha úmida da fenda do penhasco; e, aí, nasce um pé de Cumarú — forte e longevo.

 

Chega um ponto na jornada que a gente tem que decidir se vai viver para perguntar: E quanto a este? – ou se vai viver para cuidar dos cordeirinhos do Cordeiro.

 

Sua pergunta me foi “e quanto a aqueles”. Minha proposta a você é outra: “Pastoreia os teus irmãos!”.

 

E se você aprendeu comigo e se me ama em Cristo, aprenda mais esta que com Jesus e Paulo eu aprendi:

 

Nós que somos fortes devemos ser misericordiosos com as debilidades dos mais fracos. E levai as cargas uns dos outros e assim cumprireis a lei de Cristo.

 

A Graça que é um bem para você precisa agora ser um bem que de você se irradie para outros. E pelo rádio eu irradio, mas você não. Preciso que você me ajude a irradiar presencialmente; chegando junto; e amando quem ainda não discerniu o que você crê que pela Graça já alcançou.

 

Procure o Chico e se ofereça para trabalhar. Vá ao Blog do Caminho do Brasília e preencha seu cadastro de dons da Graça em sua vida; ou dos serviços e disponibilidades para ajudar; desde aconselhamento à visita aos doentes e encarcerados; ou em qualquer que seja a paixão de Deus em você.

 

Agora é a hora de a Graça colocar você sentindo os outros não como atrasados, mas como irmãos que precisam ser ajudados na jornada.

 

Se eu pensasse de outra forma, honestamente, estaria sendo melhor para todos?

 

Assim, tipo: Eu, curtindo a Graça para mim às margens do Rio Urubu?

 

Para mim seria uma delícia de desassossego! Pois, uma vez que a Graça vira vírus o contagio de outros é a sobrevivência do contaminado!

 

Quando eu voltar, me procure. Precisamos conversar. Tudo o de que preciso é de ajuda. Você pode me ajudar?

 

Conto com você!

 

 

Nele, que tolerou todas as tolices humanas; e que tolera minhas tolices todos os dias; e, por isso, busco tolerar a de meus irmãos mais novos,

 

 

Caio

 

22/08/07

Manaus

AM