—– Original Message —–
From: OBSESSÃO COMO AMOR – que doença!
Sent: Tuesday, August 28, 2007 10:27
Subject: Cansada
Caio,
Tô te escrevendo na minha última tentativa de entender alguma coisa. Ou não… talvez seja só meu último desabafo, tô cansada.
Acho que você sabe do que aconteceu, do que tá acontecendo: a minha história com o moço de Brasília.
Tô cansada…
Eu só quero ele comigo…
Todo dia eu me deito pra dormir e só peço a Deus o ele volte comigo…
Peço pra não acordar no dia seguinte se for pra eu passar o resto dos meus dias sem ele. Mas acordo todo novo dia… pq???
Deus tá ignorando o meu pedido ou tá me respondendo???
Eu não quero mais viver sem ele. Não quero!!! Desisti… só me falta a coragem pra acabar com tudo. Não tenho… por isso peço pra morrer.
Desculpa, vou parar por aqui, não consigo escrever… queria conversar. É muita dor, dor de morte… nada faz sentido.
É só uma tentativa de desabafo… tô sufocando!
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Minha querida filha: Graça e Paz sobre a sua alma!
Sim! Sei de tudo. O rapaz e a mãe dele me mantiveram informados de tudo. Tudo mesmo. Inclusive, nesta madrugada, a mãe dele recebeu muitos chamados seus, com ID Suprimido; e durante a manhã também; de modo que ela está doente e ainda aflita com isto. Por favor, pare.
Entretanto, infelizmente você ainda não está cansada. Prova disso é agora mesmo, enquanto escrevo, chegaram mais mensagens suas para a atual namorada do rapaz, no celular dele. Sim! Acabei de receber dele, por e-mail, os textos que você mandou a ela via celular. Que tragédia sua contra você mesma!
A seguir, leia com carinho, pois, o que lhe digo é a verdade!
Você e ele nada tiveram além do que um rapaz-homem solteiro de mais de 30 anos e uma menina-mulher de mais de 25 anos, adultos, independentes, têm quando “ficam”; e quando esse tal “ficar” é anunciado desde antes como tal; e durante e depois da ficada também; tudo sempre afirmado do mesmo modo desde o inicio.
Minha filha, o rapaz em questão errou ao “ficar” com você sem amar ou sem ter interesse
Entretanto, você passou de todos os limites — da dignidade pessoal de uma mulher; da auto-preservação que uma mulher tem de ter; do respeito aos pedidos de distancia feitos por ele; das ordens de seu paizinho; e de toda forma de bom senso e sensatez!
Em um país legalista e doente como a América, seus e-mails, cartas e telefonemas [todos rastreáveis] dariam um processo judicial contra você por assédio e ameaça.
Ou seja: o que você está fazendo não apenas é degradante para você como mulher, mas também é socialmente algo que anda na vereda da ação policial. E para quê? E por quê?
Você não ama o rapaz. De fato, não ama ninguém!
Na realidade você está assim porque seu coração não sabe o que é amor, mas apenas obsessão.
Você está doente; muito doente de alma!
Não escreva mais nenhuma carta; não mande mais nenhuma mensagem; e não telefone mais para ele…
Você disse: “Eu só quero ele comigo…”
Ora, esta é a lógica do doente de alma!
Sim! Você não quer saber se ele quer ou não; o que você quer é o seu objeto; o seu brinquedo de fixação; seu fetiche; seu objeto; seu troféu de nada; seu macho socialmente aceitável; seu sonho-fantasia; e, sobretudo, você quer que a vida continue a dar pessoas a você como objeto!
Ora, ele diz: “Eu só quero é que ela fique bem longe de mim…”
E aí? Serve assim mesmo?
Pelo amor de Deus se enxergue e se respeite!
Você “dormiu” com ele e “passeou” algumas vezes durante dois fins de semana. Sempre sabendo que era um “passeio”, “uma ficada”, “uma estada”, uma coisa nenhuma… E gostou, aceitou e ficou. Ou não foi assim? Ora, as cartas que ele me enviou [e tenho todas] comprovam tudo o que aqui lhe digo e que você sabe ser a verdade dos fatos; errados ou não…
Agora você quer fazer disso uma obrigação de permanência do moço com você porque você ficou apaixonada pela paixão de sua carência sem amor?
O que você sente por ele é apenas do tamanho do que você não sente nem por você e nem por ninguém!
Ele é apenas o fetiche que sua alma escolheu para ser o objeto desse amor-de-vento — e isto num coração doente e quem não sabe o que é amor; como de fato é o seu.
Você precisa de um psiquiatra urgente. Necessita ser medicada. Depois, quando eu chegar aí, desejo atender e ajudar você a sair dessa teia de morte na qual sua alma já estava desde há muito, e que encontrou no rapaz apenas o alvo de sua fixação mais adoecida.
Quero e posso ajudar a sua alma; não a você ter o rapaz para você; a quem você jamais terá.
O resto, minha filha, é doença sua; doença de desvalor; doença de desordem obsessiva compulsiva, e que teve sua fixação patológica mais intensa até aqui no moço que você elegeu para ser o “Judas de seu amor que mata”.
Pare já!
E isto eu lhe digo com a autoridade espiritual que Deus me deu. Pare já!
Você precisa de ajuda e tratamento!
Tudo o que você está sentindo não existe; é fantasia de uma alma doente.
Me telefone; mas não telefone para mais ninguém da casa do rapaz, nem para a namorada dele.
Entendeu?
Quem está falando sou eu: com amor e com a autoridade de quem só ajuda porque nunca brinca.
Aguardo você!
Nele, que chama de doença o que você chama paixão,
Caio
29/08/07
Manaus
AM