QUESTÃO: Tem Gente Que Tem Que Não Ter Nada?
O que você acharia de um homem bom, que fosse sempre explorado, vitimado pela vida, e que para ele tudo desse errado; a ponto de por quase toda a sua vida ter tido que depender de seus pais [mesmo já bem adulto]; os quais entravam na vida dele e infernizam seu casamento; então, depois disso, cansado dos próprios pais, ele aceitou a ajuda dos sogros, os quais lhe deram tudo, mas cobravam um alto preço de intervenção e controle na vida dele; de tal modo que ele nunca podia ser o chefe da casa de cima abaixo; pois, habitava o reino da dependência.
O que você acharia se um fazendeiro dono de muitas fazendas tivesse conhecido esse homem e amado a ele do nada, assim, de graça; e, por conta disso, tivesse dado a ele a gerencia de uma de suas fazendas; o que permitiu a ele a chance de um novo ar; e de muita alegria; entretanto, ao entrar na fazenda, sendo bem recebido pelos peões e trabalhadores em geral; vendo como sua vida mudara tão subitamente — chamou todos para um banquete [todos os que bem ou mal o haviam ajudado]; e lhes disse, especialmente acusando a esposa por ser filha de pais tão controladores:
“Se vocês quiserem vir aqui… – podem vir; mas saibam: isso tudo aqui me foi dado porque eu sou amado, até as vacas e as ovelhinhas me amam; e quanto a você, minha mulher, saiba: pode ficar…; porém, aqui eu sou um homem solteiro; e o seu privilégio é ficar se quiser…”.
O que você acharia?
Que bondade era essa? Que humildade era aquela que ele aparentemente tinha? Por que tratou tão mal quem mal ou bem o ajudou? Ele é bom ou se esconde sob o manto da bondade? É ele um exemplo do amargurado que quando se sente bem humilha a quem antes servia com brandura? Quem é essa pessoa?
Em síntese, esta foi a pergunta que uma senhora me fez hoje numa longa conversa telefônica.
A minha resposta foi e é uma só:
Então Pedro, aproximando-se dele, lhe perguntou:
Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu hei de perdoar? Até sete?
Respondeu-lhe Jesus:
Não te digo que até sete; mas até setenta vezes sete.
Por isso o reino dos céus é comparado a um rei que pediu contas a um de seus servos; mas não tendo ele com que pagar, ordenou seu senhor que fossem vendidos, ele, sua mulher, seus filhos, e tudo o que tinha, e que se pagasse a dívida. Então aquele servo, prostrando-se, o reverenciava, dizendo: Senhor, tem paciência comigo, que tudo te pagarei. O senhor daquele servo, pois, movido de compaixão, soltou-o, e perdoou-lhe a dívida. Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos, que lhe devia cem denários; e, segurando-o, o sufocava, dizendo: Paga o que me deves. Então o seu companheiro, caindo-lhe aos pés, rogava-lhe, dizendo: Tem paciência comigo, que te pagarei. Ele, porém, não quis; antes foi encerrá-lo na prisão, até que pagasse a dívida. Vendo, pois, os seus conservos o que acontecera, contristaram-se grandemente, e foram revelar tudo isso ao seu senhor. Então o seu senhor, chamando-o á sua presença, disse-lhe: Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste; não devias tu também ter compaixão do teu companheiro, assim como eu tive compaixão de ti? E, indignado, o seu senhor o entregou aos verdugos, até que pagasse tudo o que lhe devia.
Assim vos fará meu Pai celestial, se de coração não perdoardes, cada um a seu irmão.
Que mais posso dizer?
Mas que há muitas pessoas boas que só são boas se estão em estado de subserviência, infelizmente a Bíblia e a realidade nos esmagam com tais evidencias.
Aquele em quem a gratidão não é maior do que qualquer mágoa em relação a quem ajudava de modo não-bondoso – torna-se pior do que aquele que gerou a amargura disfarçada de bondade [por covardia e por insegurança], que foi a bondade ruinzinha de quem um dia bem ou mal ajudou.
Ingratidão nem Deus agüenta!
Seja grato por toda ajuda; e seja perdoador para com todos; pois, Deus olha e vê pelos nossos atos para com o próximo, como nós queremos ser tratados por Ele.
Nele, que é Graça, mas não engraxa,
Caio
02/09/07
Manaus
AM