O HOMEM É MEU!

 

 

 

 

   

—– Original Message —–

From: O HOMEM É MEU!

To: [email protected]

Sent: Wednesday, September 26, 2007 19:23

Subject: SOCORRO!!!

 

 

Prezado Rev. Caio,

 

 

Sei que recebe “milhões” de e-mails diariamente. Eu mesma já enviei muitos, porém sem resposta. Mas esse não é mais que um desabafo; é um pedido de socorro.

 

Nunca estive tão perdida, tão desorientada quanto hoje.

 

Já passei por vários problemas na vida, mas sempre tive coragem, ousadia, e principalmente, esperança para superá-los. É lógico, com a ajuda de Deus. Todavia, agora, não me sinto nem no direito de orar, pois me sinto consumida por meus sentimentos: culpa, raiva, ciúme, intolerância, entre outros.

 

Sinto-me como uma criança, apesar de ter 43 anos. Como já disse anteriormente, já passei por vários problemas, desde abuso sexual do próprio pai, dos seis aos quinze anos, mais ou menos, até um aborto (provocado) aos 23. Depois disso, fui para a igreja.

 

Nunca esqueci o que fiz, mas ao mesmo tempo, tive as minhas razoes na época, sei que isso não é desculpa, pois eu sabia o que estava fazendo e nem senti “remorso”; eu realmente não queria e não podia ter aquele filho.

 

Bem, já se passaram 20 anos…. Fiquei todo esse tempo sem ninguém. Alguns poucos casos. Mas ninguém…..

 

Daí, em uma bela noite, num aniversário de uma prima, conheci um amigo dela, de muitos anos. Outra prima, porém, já me alertara de que ele era casado… com uma vida muito complicada, etc. “Ficamos” naquela noite, tudo era festa e eu não tinha a menor intenção de ter algo a mais com ele, nem sexo.

 

Uma semana depois, ele me ligou e saímos para jantar. Mostrou as fotos dos filhos, conversamos sobre muitas coisas, porém ele não tocou no assunto de seu casamento; eu fiquei na minha. Talvez, naquele momento, eu quisesse apenas uma companhia, um amigo para sair e conversar.

 

Começamos a nos ver, pelos menos, uma vez por semana e o inevitável aconteceu: sexo. Com seis meses de relacionamento, ele me propôs que comprássemos um  apartamento para morarmos juntos e eu topei. O apartamento em questão só ficaria pronto um ano depois e eu imaginei que nesse meio tempo ele resolveria a vida. Mas as coisas não saíram como eu imaginei.

 

Ele tem um comercio e as coisas começaram a dar errado, ele perdeu muito dinheiro. E toda vez que eu cobrava uma posição, ele me dizia que estava sem condições financeiras para sair de casa. E o tempo foi passando.

 

As brigas eram constantes, principalmente depois que ele me disse que teve relações sexuais com a mulher quando começamos a sair e ainda não tínhamos. Jurou por tudo, até pelos filhos que foi uma única vez, não acreditei e quis terminar, afinal, meu orgulho estava ferido, (vê se pode amante ter orgulho ferido????). Mas no fundo sentia muita culpa, sentia que estava destruindo uma família, apesar de eu saber que isso já havia acontecido bem antes de eu aparecer na vida dele, mas apareci.

 

Quando chegou janeiro, eu estava estudando para um concurso, ele me ligou numa sexta feira e perguntou se eu iria estudar o final de semana e eu disse que sim. Ele disse que então iria viajar com os filhos para um sítio. Eu fiquei irada, pois, sabia que não iriam somente os filhos e a sim a ex-mulher também. Fiquei imaginando mil coisas… Entrei em desespero. Quando voltou e me ligou, eu não quis atendê-lo e muito menos vê-lo. Ele me ligou, chorando e implorando de segunda a quinta e na sexta não ligou. Quando foi no sábado eu liguei, por estar desconfiada de que ele havia ido viajar de novo, não sei de onde veio essa idéia, só sei que a tive. E realmente ele havia ido. Liguei no celular dele várias vezes até que ele me atendeu e disse que estava tão mal por nossas brigas, que um velho amigo o convidou para ir a casa dele. Eu não acreditei, porem, também não duvidei.

 

Voltamos a nos encontrar e uns quinze dias depois, após outra briga, ele me disse que havia saído de casa e estava morando num quarto improvisado, no comercio dele.

 

Estou sendo detalhista, pois foi esse episódio que mais me marcou, me senti apunhalada pelas costas… 

 

Ligou a semana todo e só parou quando foi viajar?????? Tem dó!!! 

 

Não tive mais um minuto de paz. Tudo em mim era desconfiança. Decidi averiguar e fingindo ser outra pessoa, entrei no MSN do filho dele, de 16 anos e descobri que ele havia ido viajar, com a família e mais amigos para outro lugar, e que aquela história da casa do amigo era mentira (mas o meu coração já sabia), pois, a viagem já estava programada (talvez, na cabeça dele seria a última com os filhos, não sei).

 

Outra coisa que o filho disse é ele que ia “comer” em casa e levar a roupa para lavar e passar.

 

Como eu não sou de deixar nada para trás, tratei logo de inquiri-lo sobre tudo isso. A resposta foi que a viagem foi para os filhos e que, quando ia buscar os filhos na escola, eles pediam para ele almoçar em casa. A briga foi feia.

 

Bem, passados dois meses da separação dele, pude finalmente apresentá-lo aos meus pais, que o “adoraram”, aliás, toda a família o “adora”.

 

Porém, isso não melhorou em nada meu sentimento de dúvida e desconfiança: pego algumas mentiras e isso para mim é terrível… Acho que ele tem o vício de mentir ou omitir, afinal, fez isso a vida toda e por mais que ele me diga me ama, eu não consigo mais acreditar.

 

Sempre tive o desejo de morar sozinha, de ter meu espaço, afinal, 43 anos e sendo tratada como adolescente, não dá?!

 

Decidi sair de casa e aluguei um apto, pois o que nós havíamos comprado, atrasou mais de um ano e mesmo assim, como faríamos o financiamento da dívida se ele ainda estava casado legalmente.

 

É Caio, mais um motivo para brigas.

 

Resumindo.

 

Hoje, agora, no momento em que estou escrevendo, com o coração mais dividido do que nunca, não sei o que fazer. Ele sempre quis morar comigo, mas me sinto ainda a amante, pois não tenho e nunca tive contato com a família, com amigos, com ninguém do círculo dele. É como se ele tivesse duas vidas. E eu, por outro lado, dei tudo a ele, pai, mãe, família, amigos, e até Jesus, e eu não tive nada disso.

 

Há um ano e meio começamos ir a uma igreja e ele aceitou Jesus. Mudou em algumas coisas. Mas eu comecei a lecionar a noite e ele está indo em outra igreja que eu nem faço idéia qual seja e nem onde é. Ele sempre me conta como foi o culto, mas não me convida para ir junto e quando eu pedi, ele me disse que estava indo com o filho e eu entendi que não poderia ir junto. Isso me matou.

 

Sinto-me excluída da vida dele. Além, é claro, do bendito divórcio que não sai, ora por uma coisa, ora por outra e ele nunca fala às claras. Só sei que ele diz que está quase falido e não tem condições de concordar com os termos da ex-mulher e eu não sei o que fazer.

 

Só sei que se passaram quase três anos e eu sinto que só perdi tempo e desgaste emocional, físico e psíquico.

 

Ajude-me, dê-me uma orientação, um ponto de vista. Perdoe-me a expressão, MAS ESTOU DE SACO CHEIO!!!!!!!!!!!!!!

 

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Resposta:

 

Querida amiga: Graça e Paz!

 

 

Você me escreveu desejosa não de um afago de inverdades, mas de cura e libertação na Verdade; e, portanto, espero que de antemão você entenda que tudo o que lhe direi é amor na Verdade, conforme meu entendimento do Evangelho para a vida.

 

A primeira coisa é sobre o relacionamento de vocês.

 

Você paga o preço natural de ter semeado ventos… Eles nunca voltam como brisas, mas sim como tempestades.

 

O homem que mente para você é o mesmo que por você mente para a mulher dele e para os filhos.

 

Como você poderia esperar que aquele que não é fiel no pouco o seja no muito?

 

Ora, você ficou a 1ª noite com um homem que estava mentindo para alguém a fim de que estivessem juntos; e daí em diante tudo foi fundado na mentira; posto que ninguém consegue adulterar sem mentir.

 

A pessoa que trai alguém, se antes não mentia, daí em diante tem que mentir a fim de se manter na sombra.

 

Afinal, sem mentira não há traição. Mas quem pode ser casado, estar com outra mulher, sem que esteja mentindo pelo menos para um dos lados?

 

Entretanto, normalmente, no caso de apenas um ser casado, esse [o casado] mente para os dois lados; pois, quase toda “amante” quer desbancar a “senhora”; e, assim, faz demandas [como você faz]; e, por essa razão, o homem em questão mente tanto para uma como para a outra.

 

Portanto, como pode você esperar que o que se faz sobre o chão da mentira dê qualquer outro fruto que não a mentira?

 

A segunda coisa que desejo afirmar tem a ver com você.

 

O que notei lendo a sua carta é que você é [ou ficou] extremamente egoísta; EMBORA você mencione no inicio a palavra “culpa”, mas o faz na seqüência do que prevalece no resto da carta, que são os sentimentos de “raiva, ciúme, intolerância, entre outros”.

 

Porém, em momento algum vi você preocupada com a casa dele, a mulher dele, os filhos dele, nem com ele, ou mesmo com os negócios dele.

 

O que vi é que seja como for você apenas quer ter o homem. Não importa o que aconteça, se ele parar de mentir PARA VOCÊ e casar com VOCÊ, bom estará para VOCÊ.

 

Desse modo, parece até que sua culpa é não estar conseguindo o que intenta…

 

Meu Deus! Alguém como você está agora jamais terá qualquer chance de paz e felicidade nesta vida!

 

Pela descrição do aborto, que lhe casou “remorso” — vejo que você desenvolveu a culpa seguida de remorso [que é a culpa assumida sem arrependimento]; mas não de arrependimento, que é o fruto da culpa sadia e que gera vida, não ódio ou direito de continuar fazendo o que se sabe não ser certo.

 

O fato de você ter sido abusada sexualmente pelo seu próprio pai durante tanto tempo, gerou em você algo que agora se exacerba: a capacidade da indiferença para com os abusados; neste caso: para com a mulher e os filhos dele.

 

Assim, hoje, você só se interessa por você mesma. Por isso, tudo o que você disse da metade da carta para frente soa tão triste que dá angustia em mim.

 

De fato, pobre será ainda mais esse homem se levar você para casa sendo você como você é ou está.

 

Portanto, se você desejar salvar a sua alma-psique, o melhor que fará por ele e por você mesma, será deixá-lo; sabendo que com ele ou com qualquer outro, enquanto você for como você é ou está, nem você e nem ninguém com você será feliz.

 

Você não precisa de um marido. Você precisa é de amor. Carece do amor de Deus em você.

 

Afinal, quem pode ser feliz com alguém se em si mesmo apenas carrega a força perversa que diz: dá, dá, dá?

 

Você falou que o homem “aceitou a Jesus” e que teve algumas mudanças. Ora, que mudanças? E que mudanças positivas poderia haver se você, que diz que “até deu Jesus para ele”, vê a vida sem o olhar de Jesus?

 

Você é de “igreja”, mas ainda não conheceu o amor de Deus!

 

E digo isto não apenas porque você adultera com ele, mas, sobretudo, porque você o faz sem dor; e cheia de demandas e de direitos…

 

Existem traições e traições. Todas são feitas sob a mentira e o engano. Todas acontecem no chão regado e semeado pelo diabo.

 

No entanto, há quem sofra pelo que está acontecendo e não deseje a infelicidade de ninguém; e há pessoas como você está agora; e que apenas pensam em si mesmas no processo.

 

Seu sofrimento é não realizar a sua vontade!

 

Seu sofrimento é também não poder mostrar para “os seus” [que “adoram” o homem] que você ganhou a parada!

 

Você nem quer saber se o homem ama você ainda [se é que um dia amou alguém]. Você quer é que ele deixe a mulher e os filhos, e vá morar com você. E mais: QUE SE COMPORTE!

 

É claro que com tais motivações o coração se nega a orar!

 

Você não se faz, pela sua indiferença, a mulher de João 8, mas sim a de Provérbios 6. Leia. Grande é a diferença entre ambas as mulheres em questão.

 

Ora, leia Provérbios 6 e veja que a mulher em questão é religiosa, e que faz “sacrifícios” antes de levar o homem tolo para a sua cama forrada de “seda pura”.

 

Assim, o que tenho a lhe dizer é simples, embora horrível:

 

Você está perdida em você mesma, nesse labirinto de egoísmos e de sedes abissais; e caso você não reveja a sua vida diante de Deus, o que lhe aguarda é apenas tragédia, a sua e a que você espalhará sobre a vida de outros.

 

Sua alma também ficou ou é bisbilhoteira. Ora, entrar no MSN e se disfarçar, a fim de inquirir o filho dele, é horrível. Desse modo, assim fazendo, você se veste de algo feio e que em si já é a semente da desgraça.

 

Você bisbilhota e Deus vê!

 

Ou você esqueceu que Deus vê?

 

Nunca vi ninguém ser feliz começando de onde você começou a sua relação com ele!

 

Minha querida, eu disse no inicio que provavelmente lhe dissesse o que você não gostaria de ouvir.

 

Quanto a ele, coitado! É hoje vitima de si mesmo e de você. E a vida dele irá de laço em laço até a armadilha final, a menos que saia de perto do caminho da morte no qual ele anda ao seu lado e você ao lado dele!

 

Esta é a verdade!

 

E eu sei que ela dói. Mas sem tal dor não há como acordar você de seu sonho alucinado.

 

Sim! É isto o que lhe diz o espírito do Evangelho!

 

E que saída há?

 

Ora, nada podemos contra a verdade senão em favor da verdade!

 

Portanto, renda-se à verdade e você será liberta do mal que hoje existe em você como direito, o qual você nem percebe, pois a sua alma está anestesiada pela obsessão e pelo desejo de possuir.

 

 

Peço a você que volte e ler o Novo Testamento e a orar. Também peço que passe a ler este site; e que entre nele e vá descobrindo o sentido do Evangelho para a sua vida hoje.

 

O mais, por enquanto, nem existe para ser objeto de comentário. O que importa em tudo isso não é se você tem um homem ou não tem um homem, mas sim se você resgata a si mesma em Deus.

 

Do contrário, você apenas envelhecerá como filha de um caminho que não será de vida.

 

Ouça o que lhe digo com seu melhor coração, pois, é com o melhor de meu entendimento da verdade e do espírito do Evangelho que estou lhe escrevendo estas coisas.

 

Receba meu carinho e amor na verdade!

 

Com todas as minhas orações de amor por você, peço ao Senhor que tire o véu de seu entendimento da vida.

 

 

 

Nele, que nos chama ao “cair sem si”, a fim de encontrarmos o Caminho,

 

 

 

Caio

 

27/09/07

Manaus

AM