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From: TRAÍ O MEU MARIDO. O QUE FAÇO?
Sent: Thursday, September 27, 2007 10:58
Subject: Adultério
Bom dia Caio,
Gostaria de saber se tem algo escrito sobre adultério?
Eu adulterei, mais estou arrependida e quero a restauração do meu casamento.
Será que é possível?
Estou meio perdida.
Obrigada!
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Resposta:
Querida amiga: Graça e Paz!
Se não houvesse esperança para quem traiu, traição conjugal seria “o pecado contra o Espírito Santo”; e não é.
Quem adultera, primeiramente peca contra si mesmo, pois, põe-se no caminho da mentira, cujo pai é o Divisor perverso da vida, o mesmo que tenta sempre fazer a mentira passar por realidade-verdade: o diabo.
Além disso, quem adultera sempre apunhala alguém ou alguns — mesmo que não deseje fazer isso.
O adultério é tão sério que mesmo no contexto da Lei de Moisés, a ele se abriu o precedente do Divórcio; tamanha é a ofensa que ele pode causar à vida de quem um dia confiou e foi traído.
Entretanto, o Deus da Graça não admite carmas na existência; e, assim, a quem adulterou e sofreu a tristeza de consciência pelo que praticou, Jesus suspende todos os juízos, e diz: Vai e não peques mais (João 8).
Davi é o exemplo clássico do homem segundo o coração de Deus, e que pecou contra si mesmo, contra seu próximo, contra sua família, contra o objeto de seu desejo, a mulher; e, sobretudo, contra do Deus da verdade, que o ungira para a retidão.
Foi em razão da consciência de pecado que o assolou que ele escreveu o salmo 51 [Leia].
Ora, se você traiu seu marido [traindo a você mesma] — e ele, porém, não ficou sabendo; então, arrependa-se pela confissão sincera a Deus, e por essa que a mim você fez [inclusive assinando seu nome com toda franqueza]; e, fundada na certeza da Graça, não peque mais contra seu marido.
Portanto, o que digo a você é o que Jesus disse a alguém que viveu o que você não viveu [posto que você não foi “apanhada em adultério” pelos homens, mas pela sua própria consciência], e que foi da parte da mulher em questão algo ainda pior, pois, aquele que por si mesmo se arrepende e deixa o pecado, esse ainda mais prontamente deve ouvir a voz que lhe comanda desde o intimo, e que diz: “Tu também, vai agora, e não peques mais”.
Confessar isso a seu marido, não sendo uma ordem de Deus a você, será apenas dor sobre dor para ele.
Assim, se você está arrependida, e se o ama, então, mostre a ele, sem a confissão de palavras, a sua confissão de verdade pelo amor e pelas obras de sinceridade que você pratique para com ele.
Você, entretanto, nada falou sobre amar o seu marido, mas apenas acerca de restaurar seu casamento.
É obvio que algo anda errado entre você e seu marido ou pelo menos dentro de você. Afinal, que mulher feliz e que ame o seu marido, o trairá apenas por trair a menos que não o ame?
Sei que muitas vezes é possível, mesmo amando, que se caia em ciladas e enganos da alma. Entretanto, para que tal aconteça, algumas coisas precisam estar acontecendo — a saber: ou pode ser um reencontro com alguém por quem um dia se teve uma fantasia inconclusa; ou pode ser fruto de raiva e amargura para com o parceiro; ou pode ser uma vontade imatura de saber como seria com outra pessoa; ou pode ser em razão de se ter vivido um dia mal, e estar carente e vulnerável; ou pode ser pela diabólica certeza de poder; etc.
Não sei qual é a situação, pois você não disse nada além de seu desejo de restaurar seu casamento.
Todavia, digo eu a você que se não houver amor, de nada adiantará; e que se não houver amor, tal restauração será como entregar o próprio corpo para ser queimado, sem que ao final isso se lhe reverta em bem espiritual; posto que sem amor tudo é mentira de nós para nós mesmos, sem falar que no casamento essa é uma mentira que o outro, o cônjuge, não deseja que aconteça como “restauração”, a menos que a pessoa seja doente de alma e dependente do cônjuge que fica sem amar.
Assim, restaurar ser casamento não é nada além de amar o seu marido!
Ame-o e respeite-o; e o mais Deus fará.
Receba o perdão que já e seu, pois, se você não estivesse já perdoada, nem mesmo teria se arrependido; visto que arrependimento é Graça divina; não nasce de nós para nós, mas vem de Deus; e, portanto, quando o arrependimento nos invade é porque a Graça já agiu em nosso favor como perdão.
É Deus quem concede arrependimento. Por isso, onde há arrependimento aí já houve perdão!
Ou não foi assim com Davi?
Quando Natã o confrontou e ele disse “Pequei contra o Senhor”, o profeta lhe disse: “O Senhor também já perdoou o teu pecado!”.
Assim foi; assim é; e assim será sempre!
Se o negamos, Ele por Sua vez nos negará. Se, porém, somos infiéis, Ele permanece fiel, pois não pode negar-se a si mesmo — é o que Paulo nos ensina.
Nele, que nos manda perdoar até 70 X 7 num só dia, pois Ele mesmo nos perdoa todos os dias infinitamente mais que isto,
Caio
27/09/07
Manaus
AM