TRANSPLANTE DO CORAÇÃO: a memória do órgão…

 

 

 

 

 

—– Original Message —–

From: TRANSPLANTE DO CORAÇÃO: a memória do órgão…

To: [email protected]

Sent: Wednesday, February 06, 2008 16:31

Subject: Sugestão de reflexão…

 

 

Mano,

 

Olha só,  conversava com minha mãe hoje no almoço sobre “doação de órgãos” para após a morte e, ainda, cremação  (eu, a favor dos dois; ela, contra ambos [… “eu lá quero pedaços meus soltos por aí… ou virando churrasco”… risos]).

 

Depois das argumentações usuais de ambos (vantagens, riscos, cuidados, temores…), ela me disse algo que achei “???”.

 

Ela assistira uma reportagem em que transplantados, embora não soubessem de quem haviam recebidos os corações, passaram a esboçar reações e preferências pessoais típicas do respectivo doador (… tá, tá, sei das milhares de abordagens tendenciosas e sensacionalistas da imprensa [os misticismos pagãos em prol da audiência]…).

 

No mais das vezes, sabendo que recebeu um coração de outra pessoa e tendo o beneficiário uma consciência frágil,  ele pode, já por culpa, gratidão ou barganha, passar a se comportar de modo parecido com quem lhe fez bem… Se vivo com o coração de outro, viro um pouco do outro… Se, imitando um “ídolo” no modo de vestir e falar, as pessoas já “mudam”, o que se dirá incorporando o coração-órgão de alguém…

 

Mas, o que achas desse transplante de coração que – supostamente – transmuda a personalidade (sem que o doador seja conhecido pelo beneficiado)? Já não sou eu quem vive, mas, sim, a quem pertenceu o coração que agora é meu?

 

Partindo do princípio de que tudo o que sou, penso e sinto (emoções, consciência, mente, pensamento, presença do espírito santo) “está em ou provém do” (meu) “cérebro” (que contém também a minha consciência), sendo meu coração apenas um dos órgãos humanos que sente o impacto dos fluxos  – digamos assim – “cerebrais”, tal suposta mudança não aparenta ser uma tremenda de uma “conversa mole”, um tipo moderno de “circuncisão” (que só muda o corpo…)?

 

Havia até um cientista famoso que, do ponto de vista da longevidade, dizia que o melhor seria transplantar “a cabeça” para um novo corpo… novos órgãos para a “mesma pessoa” (para ele “a alma, a personalidade estariam no cérebro…”) ?!

 

Interessante que o transplantado diga sempre “Nasci de novo” ao receber um novo órgão (acho que é o desejo inconsciente coletivo de mudança do ser via troca objetiva do coração); já Jesus exige o nascer de novo – inauguração de um novo modo de ser – como pressuposto para a compreensão e a vivência existencial plena do reino de Deus em fé (com o mesmo corpo físico).

 

O que pensas (quanto do nosso “corpo” somos, de fato, “nós”)?

 

Bjo. Habib.

 

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Resposta:

 

 

Mano amado Habib: Graça e Paz!

 

 

Isto tudo começou com um cirurgião e neurologista americano chamado Paul Pearsall, o qual escreveu o livro “The Heart’s Code” no início da década de 90, embora o seu trabalho de pesquisa nesta área tenha começado muito antes. No curso de seu trabalho mostrado no livro, ele usa material coletado em pesquisas do “America Army” realizadas há mais de 40 anos, assim como se serve de muitas outras pesquisas feitas e mantidas em sigilo.

 

O livro, no entanto, versa sobre o trabalho de pesquisa do Dr. Paul, e também incorpora dezenas de trabalhos acerca da comunicação das “energias sutis”.

 

“Energias sutis” é o elemento verificado no livro e, sobretudo, o que elas [as tais energias] produzem em muitos casos, mas especialmente no caso de transplantes do coração.

 

Paul Pearsall apresenta no livro centenas de histórias estudadas e verificadas acerca do que acontece aos transplantados do coração.

 

Hábitos novos, gostos por novas comidas, apreciação por jogos dantes nunca gostados, alegria por musicas e estilos novos, etc. — tudo ligado ao doador do órgão; posto que tais particularidades não existiam no receptor do coração doado, mas sim no doador.

 

Não é possível que tais coisas sejam fruto de algum mecanismo inconsciente do receptor do órgão, porque, pela lei americana, as famílias e o histórico dos doadores estão fechados para os receptores dos órgãos. Assim, não dá para ser “sugestão colhida pelo receptor grato”. Portanto, o que brota depois do transplante é algo que só pode ser atribuído a outro aspecto e fenômeno: o coração é um guardador de memórias brutas, especialmente aqueles ligadas aos gostos, prazeres e apetites da pessoa.

 

São velhos que passam a amar surfe de praia, estrangeiros que passam a se alegrar usando palavras de uma língua que eles não conheciam; mulheres frigidas e que se tornam ávidas por sexo com o marido; além de casos como o da menina que recebeu um coração num transplante, e voltou da operação narrando um crime. Até que se foi verificar as condições da morte da doadora e se ficou sabendo que ela fora estuprada e morta por um homem. O caso não estava resolvido. A “receptora”, todavia, via um galpão, com número na porta, e via até o endereço e nome da rua onde tudo ocorrera, antes do corpo da menina ser abandonado em outro lugar. Assim, de posse de tais informações o assassino foi preso.

 

Ora, isto poderia ir indefinidamente, pois as histórias são inúmeras.

 

O que se constata é que apenas 10% dos transplantados reportam tais coisas.

 

O Dr. Paul Pearsall descobriu que são justamente os com alta capacidade de hipnoticidade os que mais reportam tais coisas, o que conduz à conclusão que tais “leituras” demandam um receptor sensível, daí serem os que também são altamente hipnotizáveis.

 

Quase todos os indivíduos expostos a um transplante cardíaco saem da operação no mínimo deprimidos. Alguns nunca mais voltam ao normal. Nesse caso, provavelmente, o que aconteça é que a incapacidade do individuo “discernir” esses novos “impulsos” o deixem abatido e angustiado, posto que os que “discernem” a aceitam as novas pulsões, em geral melhoram suas condições de vida, diferentemente dos que não sabem o que está acontecendo, e, por isso, deprimem-se.

 

Quando ao cérebro, creio que no dia em que isto acontecer (e certamente um dia acontecerá) se estará entrando no pior dos mundos!

 

Ora, se o coração, que é um órgão “bruto”, pode reter tais impressões da pessoa que o carrega, que não dizer do cérebro?

 

De fato, tudo na natureza tem vida e emana energia de profunda sutiliza. Nossa ciência ainda está na Idade da Pedra do entendimento acerca do sentido da inter-conectividade de todas as coisas vivas e existentes.

 

Recomendo a você o livro do Dr. Paul Pearsall, o qual, por sugestão minha, foi publicado em português pela Ed. Record, à semelhança de um outro que a eles recomendei: “The Fingerprints of the Gods”.

 

Bem, meu mano amado, creio que é isso.

 

Pela Bíblia eu sempre cri na inter-conectividade das coisas vivas, porém, após a leitura do livro de Paul Pearsall passei a ter bons fundamentos “científicos” para o que eu já cria.

 

Um beijão carinhoso!

 

 

 

Nele, que nos deu corpo como cada corpo é,

 

 

Caio

 

07/02/08

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