AZARADO!?

  

  

From: AZARADO!?
To: [email protected]  
Subject: Existe azar ou maré ruim?!
Date: Sun, 2 Mar 2008

 

Caio, muito prazer. Sou leitor de seu site. Admiro-o bastante. Já tive crises terríveis por fazer julgamentos a seu respeito, mas em amor, fui repreendido virtualmente por um amigo seu, uma pessoa que tem uma sabedoria e paciência enorme, que muito me ajudou a compreender o que realmente importa. Mas chega de rasgar seda.

Caio, estou passando pelo pior momento de minha vida. Não sei o que faço, mas sou muito azarado. Vou contar minha história e veja se não tenho razão:

No ano de 2001, em pleno mês de março, estava eu em uma fazenda quando um raio caiu sobre mim. Fui para a UTI e alguns dias depois estava recuperado. Em 2002, ano bom, passei no vestibular, umas semana depois quebro a perna… sete meses depois, torço o joelho. 2005, tenho uma lesão no joelho esquerdo… meses depois no direito… mais algum tempo depois, desloco os dois ombros. 2006, resumo simples, perdemos a eleição (trabalhei para um candidato a deputado estadual; não recebi um centavo). Estava chegando ao fim minha vida de universitário. 2007… eh ano!! Tive uma fissura em uma vértebra, acabou o meu namoro de sete anos, tive um princípio de AVC (foi quando fui mais uma vez para a UTI e novamente fui reavivado pelo “milagroso desfribilador”), fiquei com algumas limitações no lado esquerdo do meu corpo (sou músico, tocava na igreja e em festas de casamento e batismos – alguns funerais também – e ajudava a me manter com o que ganhava). Tive que mudar de cidade, deixar meu único e verdadeiro amigo para trás (um pit Bull lindo). E aqui estou, fazendo fisioterapia e estudando muito. Já recuperei os movimentos que foram afetados pelo AVC. Fiz o exame da OAB duas vezes, em ambas não fui aprovado por duas questões (sem explicação). Fiz o concurso da Polícia Civil do Tocantins para o cargo de Delegado, não entrei dentro das vagas novamente por dois pontos, fiz 72 questões. O concurso foi dividido por regional, a que escolhi deu 121 por vaga, se eu tivesse escolhido outra regional estaria dentro das vagas. Estou muito ansioso e triste. Tomo vários medicamentos, mas nada mais me faz dormir ou descansar. Passo o dia a estudar e quando sobra um tempo visito seu site.

Meu pai é pastor, e como você muito bem sabe, ele é consumido até os ossos pela igreja. Minha mãe é diretora de uma escola. Estou dependendo financeiramente deles para tudo. Eles têm me ajudado bastante. Meu pai e minha mãe são conselheiros, amigos, tudo de mais precioso que tenho, mas queria poder oferecer algo a eles, dar alegria. É vergonhoso para mim. Sofro muito por isso. Nada do que faço dá certo. As propostas de emprego nunca se confirmam. As coisas não acontecem.

Será isso uma maré de azar? Não acredito nessas coisas, mas desde que passei a analisar minha vida, observei que sorte não é o meu forte. Sinceramente, não sei mais o que pensar.

Me ajude, ore por mim!!

Um abraço!!

_________________________________________________________

 

Resposta:

Meu mano amado: Graça e Paz!

 

“… sou azarado. Vou contar minha história e veja se não tenho razão?”

 

Digo: Não! Você não tem razão!

 

Entretanto…

 

Aqui no site há algumas respostas minhas à sua questão.

 

Antes de tudo leia a seguinte link do site:

 

DIAGNÓSTICO DO AZAR: LIBERTAÇÃO SEM ENCONSTO (I-II-III)

 

Além de tudo o que você já leu no link recomendado, o qual, com certeza, respondeu muitas de suas perguntas, desejo agora que você leia o seguinte, também retirado do site (“Pessoas Mal-Assombradas”):

 

 

Existem pessoas mal assombradas?

 

Não tenho a menor dúvida. Sim! Conheço gente que é a própria assombração.

 

Essas pessoas têm marcas e características inconfundíveis; a saber:

 

 

1.     Uma visão negativa da vida e das pessoas em geral.

 

2.     São ressentidas, e capazes de guardar sentimentos de vingança a vida toda.

 

3.     Alegram-se quando vêem o que elas acham ser “justo”, recair sobre outras.

 

4.     Sentem-se frequentemente diminuídas em relação aos outros. Por isso, são invejosas.

 

5. Imaginam que todo mundo as vê; e que há um complô contra elas. É uma síndrome de importância que visa cobrir seu próprio dês-valor pessoal.

 

6.     À semelhança de camelos são capazes de passar pelo deserto da existência ruminando ódios…

 

 7.Frequentemente usam a causa da verdade e da justiça a fim de encobrir as reais motivações de seus corações amargurados.

 

8.     Usam a língua para separar pessoas, e têm estranha satisfação naquilo que chamam de seu próprio “direito e justiça”.

 

9.     Em casa não descansam. Andam sempre angustiadas por alguma coisa “errada”, em algum lugar…

 

10. Em geral tiveram uma relação ruim com o pai, mas também pode ter sido com a mãe — ou com algo que represente o lugar do pai ou da mãe, como a igreja, por exemplo.

 

 11.Têm em casa sempre alguém que os trata como coitadinhos…

 

12. Sentem-se mal-amados pelo sexo oposto, visto que ninguém os suporta muito tempo; e, quando acontece, é porque aquele (a) que se tornou parceiro é igualmente doente ou tendente a se viciar no mal do outro.

 

13. Seus olhos nunca dão chance ao que é bom; pois, estão sempre apostando no que é mal.

 

14. Parecem normais e funcionais; porém, dissimulam muito bem seu próprio estado de conturbação, fazendo a energia de sua própria confusão ser confundida com justicismo.      

 

Ora, eu teria muito mais a dizer sobre esse tipo, tão comum em todos os lugares!

 

Tal pessoa anda na beirada da doença mental, e, se não mudar seus vícios existenciais, mentais e psicológicos — haverá de caminhar celeremente para um estado cada vez mais enraizado de doença na alma, com devastadoras conseqüências, especialmente para a vida de outros.  

 

Tais pessoas acabam criando suas próprias assombrações. Daí ninguém sadio conseguir viver ao lado delas!

 

Sim! Para essa gente não precisa haver diabo, pois, elas próprias, fazem esse papel com estranha satisfação — ainda que mascarada de religião, moral, justiça ou direito.

 

Ora, o que disse acima no texto do site escrito ano passado [2007], tem a ver com linhas gerais. No entanto, sei que muito do que foi dito define vários aspectos de sua personalidade.

 

Literalmente você se tornou um para-raio!

  

Foi atingido por um raio, e isto é ilustrativo acerca do que agora lhe digo!

 

Gostaria que você relesse a sua carta e visse quantas vezes você diz que se recuperou. Muitas vezes. Mas você parece só contar o caminho para baixo e não vê a quantidade de vezes em que você sobe outra vez.

 

Seu olhar é todo contra você e sempre negativo. De fato, esse se tornou seu modo de ver.

 

Neste ponto peço que você leia os textos do site que falam do Olhar:

 

O OLHAR HUMANO ESTÁ ACABANDO COM O MUNDO — um caso de mal olhar coletivo!

 

 

O JARDIM E O OLHAR!



O OLHAR QUE VENCE O MUNDO EM NÓS!



SENHOR DÁ-ME UM OLHAR LIMPO

 

 

Se você leu, entendeu e creu, agora, olhe para a vida com fé e confiança no amor de Deus.

 

E mais: não contabilize a vida por dores, perdas ou acidentes.

E, assim, deixando de lado angustias com filhos, com o sustento do pão, ou com a saúde de minha mulher, ou um acidente de carro violento, e uma quantidade enorme de outras tribulações — eu lhe perguntaria: Quer trocar comigo?

 

Entretanto, não é por tais categorias e nem olhares que vejo a vida. Não! O que vejo não é perda, mas ganho; pois, hoje, estou muito mais simples, claro, inteiro, largo na percepção, mais generoso, mais misericordioso, mais paciente, mais amigo, mais pai, mais marido, mais servo, mais sábio, mais alegre no que vale, mais aberto para os olhares, mais confiante no amor de Deus, mais contente no Caminho, mais grato por tudo, mais perplexo com a bondade, com a graça, com o ar, com a água, com a chuva, com a grama que ressuscita verde, com pássaros e peixes, com todas as criaturas, com o rosto divino dos netos, com os velhos, com os jovens e adolescentes, e até com os “crentes”, aos quais sirvo muito mais do que eles mesmos imaginam.

 

Todavia, por todas as vias, nunca tive pena de mim!

 

Arrependi-me de muitas coisas. Entrei em profundas depressões. Sofri e chorei até pensar que os olhos arrebentariam. Mas nunca transferi responsabilidades [nem para o diabo] e nem tampouco fiquei me vendo como um coitadinho. Olhei para a Graça e me contentei com o tratamento do amor de Deus. Então, lentamente, tudo foi ficando claro; e vi que o caminho de Deus é perfeito, até nas tortuosidades das veredas humanas.

 

Para quem olha a vida assim, na fé e no amor de Deus, não existe encantamento, nem assombração, nem azar, nem acidente, nem absurdo, nem catástrofe, nem morte, nem perda alguma; pois, quem olha tudo pelo olhar do amor do Pai que em nós faz esculpir o que é belo aos olhos de Deus, esse não está jamais sob maldição, mas apenas em processo de crescimento e de busca da vereda menos percorrida, que é o caminho da confiança que se alimenta da fidelidade de Deus.

 

Você terá que converter seu ser ao olhar da fé que vence todo medo, que é o olhar da fé que atua pelo amor.

 

Pense em cada coisa que lhe escrevi ou pedi para você ler.

 

Aguardo noticias boas de sua parte, e elas nada têm a ver com expectativas relacionadas às exterioridades da existência, mas sim com os progressos de seu espírito mediante o seu desenvolvimento no olhar de fé.

 

Receba todo meu carinho!

 

Leia mais a Palavra. E leia este site também.

 

Nele, em Quem não existe azar, mas apenas chance de converter o olhar,

 

 

Caio

 

05/03/08

Lago Norte

Brasília

DF