ROCHAS DE VENTO, FÉ E ESPÍRITO!
As coisas não são importantes pelo tamanho delas ou pela sua oficialidade histórica. De fato, muitas coisas que se tornaram as mais essenciais para a vivencia humana aconteceram “no nada” do mundo das importâncias assim consideradas.
Por exemplo:
As civilizações que procederam de Caim, e que segundo o Gênesis construíram os impérios da Antiguidade, acabaram todas.
Construíram torres, cidades e culturas, mas desapareceram.
O mesmo se pode dizer dos grandes construtores de civilizações fundadas na grandeza das riquezas e nos status das grandes obras de pedra e material precioso.
Onde estão os egípcios? Existe a terra do Egito, mas lá já não existe um único egípcio há muitos séculos.
Onde andam os Romanos? Além de suas ruínas e de suas histórias, já não é possível encontrá-los na Itália.
E os gregos? Você anda em Atenas e não os acha, a menos que exames de DNA possam identificar algum gene perdido.
E vá para o Oriente ou para a Ásia. Procure pelos povos que dominaram durante milênios e veja que quase todos eles acabaram.
Não fora a China sempre chinesa [separado pela Muralha], o Japão sempre japonês [separado do mundo por ser uma ilha], a Tailândia sempre tailandesa, e outros povos da mesma região — os demais se perderam como eram originalmente.
Entretanto, sem torres, sem obras e sem monumentos perenes, o povo de Abrão, o servo do Invisível, o cidadão do caminho, o ser em movimento hebreu — permaneceu.
Sim! Todas as sementes que ele plantou estão vivas e poderosas: do seu povo geneticamente falando [os judeus], aos muitos e muitos que no mundo inteiro celebram seu ato de fé [nós, os “gentios”].
Outro exemplo é Jesus. Ninguém foi menos histórico na intenção de marcar o chão da história quanto Ele!
Não ergueu nada. Não fez sequer uma coluna de pedra. Nem mesmo ergueu uma tenda que fosse. E ainda disse que quando Pedro quis erguer três tendas no Monte da Transfiguração, que era loucura o que ele desejava fazer; e que ele, Pedro, nem mesmo entendia o significado impróprio do que propunha.
E Seus discípulos não preservaram os lugares onde ele esteve: nem em Belém, nem em Nazaré, nem em Cafarnaum, nem em Samaria, e nem em Jerusalém.
De Jesus eles só queriam as palavras e o Seu Espírito; e nada mais!
Nenhum deles guardou os panos de Jesus, nem Suas vestes, nem madeira da Cruz, nem flores do Jardim da Ressurreição.
O jumentinho no qual Ele montou para entrar em Jerusalém não virou um animal sagrado. Ao contrário, voltou ao trabalho.
De fato uma coisa aqueles discípulos aprenderam: somente aquilo que se pode guardar nos depósitos do coração como amor é o que se pode chamar de tesouro imortal.
Ora, a maior manifestação do que digo pode ser ilustrada pelo seguinte fato:
No dia, na hora da morte de Jesus, Mateus diz que ao expirar, o véu do santuário em Jerusalém se rasgou de alto abaixo em duas partes: a terra tremeu, as rochas se fenderam, os sepulcros se abriram; e muitos corpos de santos que dormiam no pó da terra, ressuscitaram; e, entrando na cidade santa depois da ressurreição de Jesus, apareceram a muitos.
Ora, Alexandre o Grande morreu e teve grande funeral. O mesmo se diz de todos os Cezares e grandes da História.
Mas qual deles ao morrer fez o mundo acabar? Sim! Pois quando mortos ressuscitaram ante o brado de Jesus “Está Consumado” — o mundo acabou; pois, seu maior poder, a morte, foi conquistado e relativizado. Daí o acontecimento ter tido as marcas do fim do mundo!
Mas Cezar não ficou sabendo!
Assim, o que dura e permanece não é o que a Política e as forças da guerra impõem; e, nem tampouco aquilo que com pedra se ergue com poder de resistir ao tempo. Ficaram as Pirâmides, mas não ficaram os egípcios.
Abraão, porém, sem o poder das grandes pedras e das magníficas marcas monumentais, crendo no invisível e imaterial, estabeleceu um trono de fé que sobreviveu a todas as culturas do mundo, e com um nível de densidade étnica [os judeus] e espiritual [todos os crêem que no Deus de Abraão] que não tem paralelos na História passada ou contemporânea.
Uma torre dura o tempo em que materiais resistam ao tempo. Mas uma idéia seguida em fé e amor dura para sempre; pois, se transfere de geração em geração; e, como se relaciona a Deus se faz atual em cada novo tempo — e, assim, o monumento de tal fé é feito de gente que prossegue amando…
Ora, isso é o que dura. Foi com esse material que Jesus estabeleceu Seu reino que não terá fim!
Creia nisso; e construa com fé e amor!
Nele, que construiu com vento e água e pedra espiritual,
Caio
12/05/08
Lago Norte
Brasília
DF