O ARQUEIRO, AS FLECHAS E O ARCO!

 

 

 

 

 

 

 

—– Original Message —–

From: O ARQUEIRO, AS FLECHAS E O ARCO!

To: [email protected]

Sent: Friday, June 06, 2008 10:06 AM

Subject: Deus ama a flecha que voa e o arco estável.

 

Caio,

 

Gibran Khalil Gibran, artista libanês falecido…

Escreveu “O Profeta”… (estou “re-lendo”), abordando temas vários…falou sobre os “filhos” (o texto a seguir [“trechos” dele, pelo menos] é notório):

 

“Vossos filhos não são vossos filhos.
São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.

Vêm através de vós, mas não de vós.
E embora vivam convosco, não vos pertencem.
Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos,
Porque eles têm seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas;
Pois suas almas moram na mansão do amanhã,
Que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.
Podeis
esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós,
Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados.
Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas.
O arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda a sua força
Para que suas flechas se projetem, rápidas e para longe.
Que vosso encurvamento na mão do arqueiro seja vossa alegria:
Pois assim como ele ama a flecha que voa,
Ama também o arco que permanece estável
“.

 

 

Sempre citam para mim – ontem foi o caso – este texto como “paradigma” de que devemos aceitar a individualidade, a independência de nossos filhos e tal.

 

Tá, tudo bem, é “uma” abordagem…

 

Mas, o que me encanta é o último trecho: cumprir a vontade do arqueiro, do qual somos, nós e nossos filhos, instrumentos da ação do amor dele, curvando nosso eu ao seu propósito, deve ser a nossa alegria…

 

Alegria de, extenuado pelo esforço cotidiano de amar o filho sem medida, regando o dia-a-dia com risos e lágrimas, observar – no tempo próprio – o vôo da flecha viva (zunindo) rumo ao alvo por Deus pretendido: “Os que semeiam em lágrimas segarão com alegria“.

 

As flechas “pertencem” ao arqueiro, que as fez e as esmerilha; também o arco (flexível, para que Deus o encurve; estável, para que melhor as projete rumo ao….mistério profundo de uma de suas moradas): e ele a ambos ama.

 

– Aiiiiiiiiiii, NÃO…..! (alguém na Terra “geme” ao ser curvado: ………zóing…ploft….a flecha gira e cai próxima e em terra seca).

 

-Faça-se – SIM – a sua vontade em mim….! (alguém na Terra “celebra” ao ser curvado: ….zzzuuuuummm—->>lá vai… um……filho… de Deus…salgar e iluminar).

 

 

 

Abração, você que é flecha viva lançada por arco estável e arco estável a lançar flechas vivas (filhos no sangue e/ou na fé).

 

Habib, arco “estabilizando” (vez ou outra acertando um flechada no pé…risos).

 

__________________________________________

 

Resposta:

 

 

Mano amado Habib: Graça e Paz!

 

 

Você sempre ilumina meu dia!

 

“Como flechas nas mãos do arqueiro assim são os filhos da mocidade, e bendito é o homem que enche deles a sua bolsa de flechas” — nos dizem os salmos.

 

De fato, nenhum de nós pode dar destino aos nossos filhos, mas, segundo o salmo, podemos tentar dar encaminhamento [o melhor que pudermos] a cada um deles.

 

Entretanto, como “pecado” é errar o alvo, o nosso melhor ainda é torto.

 

Daí o único “arqueiro” que pode vergar o “arco” e atirar as “flechas” com certeza ser Aquele a quem nos entregamos em confiança; a nós e aos nossos filhos.

 

Como você também eu não quero ser mais “arqueiro” de nada, muito menos de meus filhos e netos. Apenas me ofereço como “um arco torto e velho”, pedindo a Ele, ao Arqueiro do Amor, que lance “as flechas de nossas esperanças”, filhos e netos, conforme o Seu alvo-propósito.

 

Tenho muita pena dos pais que pensam ser eles próprios o arco e o arqueiro das flechas que são os filhos.

 

Errarão o alvo, perderão as flechas, quebrarão o arco, e se frustrarão como arqueiros!

 

Ah! Sobre mim devo dizer que até ao dia de hoje tiro flechas velhas que eu mesmo arremessei no passado!

 

Hoje, por exemplo, estou indo depor [como o último a ser ouvido, dez anos depois] sobre o “Caso Dossiê Cayman”. Está tudo consumado e resolvido, mas, mesmo assim, quando alguém deseja dar uma de “arqueiro”, em geral a flecha cai no próprio pé do “arqueiro”; e a pessoa tem que ter a humildade de viver com as conseqüências sem perder a alegria no amor de Deus.

 

Assim, retirando flechas do pé e desistindo de ser “arqueiro”, sigo alegre, pois, meu Arqueiro e Senhor nunca errou uma flechada.

 

Receba meu amor e gratidão por sua vida!

 

 

 

Nele, que nos atira como flechas de Sua Graça,

 

 

 

 

Caio

 

06/06/08

Lago Norte

Brasília

DF