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From: SAUDAÇÕES DE UM CEGO A OUTRO CEGO!
Sent: Wednesday, August 06, 2008 11:33 AM
Subject: SABENDO SEM NADA SABER – João nove.
Gostaria de comentar o texto, mas como também me considero um tanto cego, penso que meus argumentos se fariam característicos da prática pedagógica da perdição, que se dá na dinâmica do cego que conduz um outro para o buraco da pretensão de se saber algo, quando em realidade pouco ou nada sabe!
Gostei do texto, Caio.
Você tem uma vantagem confortadora em meio à ignorância: você confia.
Eu penso que pra confiar se precisa conhecer; e como o conhecimento que se tem fica sempre aquém do que se idealiza como conhecimento necessário pra se obter confiança, fico com a conclusão de que todo o conhecimento que se pretende, transforma-se em projeto humano pra aquisição da segurança de se confiar pelo conhecimento que se tem!
Concluo que a segurança da confiança chega por meio do monergismo de Deus em conceder ao homem o conhecimento de Si mesmo; conhecimento que prescinde das catedrais dos conhecimentos humanos erigidos pra explicar tudo, todos e Deus.
Não é assim que nascem as teologias!!?
Sempre espero que Jesus me cure da cegueira de nascença e que se não conseguir ou souber explicar o como, pelo menos saiba que era cego e agora vejo; e que porque vejo, confio, e porque confio; sei.
Saudações de um cego.
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Resposta:
Amado amigo: Graça e Paz!
No texto grego de João nove a palavra chave é ver. De fato, onde se diz “conhecer” em português, no grego em João nove é “ver”. Assim, os fariseus e autoridade do Templo diziam ver, e o cego que agora via, dizia saber sem conhecer.
Ao final do texto Jesus se apresenta ao ex-cego e lhe pergunta: Crês tu no Filho do Homem? Ao o ex-cego Lhe respondeu: Quem é senhor, para que eu Nele creia? A resposta de Jesus: Já o tens visto, e é o que fala contigo!
Assim, o ex-cego já conhecia e confiava antes mesmo de saber com a razão em quem confiava.
Ora, por que foi assim?
Porque o conhecimento de Deus que pode ser explicado sempre acontece depois de se conhecer de Deus o que não pode ser explicado por nenhuma razão ou código de conhecimento e compreensão.
Assim, primeiro o cego vê. Somente depois é que ele fica sabendo quem o fez ver.
O Conhecimento de Deus viaja da intuição à razão. Somente depois é que ele vai da razão a razão; até sempre ter que voltar ao imponderável da intuição em fé.
A fé que se fundamenta na razão apenas se fundamenta, mas não se essencializa.
Ora, a existência não se limita à razão, mas, frequentemente, nos impõe os fatos do Absurdo!
Uma fé que somente conta com a razão apenas serve ao dia bom e estável. Porém, quando o Absurdo bate à porta tal razão se mostra tola.
Eu conheço apenas porque creio, pois, no dia em que não mais crer, nesse mesmo dia já não saberei nada.
Assim, hoje, não sabendo nada, sei tudo o que é essencial!
Sim! Sei apenas porque era cego e agora vejo; e, também, porque respondi com fé à revelação que Jesus fez de Si mesmo a mim!
Ora, creio porque creio! Afinal, mesmo que eu tivesse estado na tumba de Jesus na manha do Domingo da Ressurreição, ainda assim saberia apenas para mim. Afinal, que importância há em que alguém diga que viu Jesus ressuscitado dentre os mortos? Sim! Que importância isto tem?
De fato, a ressurreição de Jesus só importa a quem crê na ressurreição dos mortos e na vida eterna. Do contrário, que importância tem?
É por isto que as Escrituras nos ensinam que a fé é graça e revelação de Deus.
Assim, crer ou não crer, eis a questão!
Eu creio porque Ele é Aquele que fala comigo!
Receba meu carinho e meus desejos de uma boa leitura do site para você.
Nele, em Quem vejo e em Quem descanso em tudo o que não vejo, pois Ele vê por mim,
Caio
Seis de agosto de 2008
Lago Norte
Brasília
DF